quinta-feira, 15 de outubro de 2009

PROFESSORES DO BRASIL - ‘Heróis’ viram professores em programa da prefeitura


Secretária Cláudia Costin aposta em talentos da comunidade para ensinar oficinas nas Escolas do Amanhã. Município está contratando 2.250 educadores

Rio - Transformar a comunidade numa extensão do espaço escolar e unir a vizinhança para afastar as mazelas da região. É esse o objetivo do Bairro Educador, programa já em curso da Secretaria Municipal de Educação apresentado ontem no Colégio Henrique Fóreis, na Fazendinha, em Inhaúma. Ao todo, 2.250 educadores comunitários, especializados em 14 tipos de oficinas, estão sendo contratados para trabalhar com os 108 mil alunos das 150 Escolas da Amanhã, localizadas em áreas de risco.
Os voluntários receberão entre R$ 60 e R$ 300 para ensinar o que sabem nos contraturnos, ou seja, quem estuda de manhã tem atividade à tarde e vice-versa. O Bairro Educador reunirá atividades de dança, locução, DJ, recreação, xadrez, teatro, futebol de campo e de salão, informática, letramento, matemática (reforço), canto, capoeira e culinária.
“Nossa intenção é mostrar que, apesar de coisas ruins, os bairros têm seus heróis: músicos, atletas, recreadores, atores. É com esses exemplos que vocês devem conviver e se inspirar para alcançar sucesso na vida”, discursou a secretária Cláudia Costin.
Depois de pular corda e elástico com as crianças, Cláudia conheceu diversos projetos já desenvolvidos na Henrique Fóreis. A recreadora Vanessa Amoroso, 29, por exemplo, ensina a criançada a transformar sucata em brinquedos e bijuterias. “Caixas de achocolatados, por exemplo, podem virar carrinhos ou trens. Garrafas PET dão ótimos bonecos, e folhas coloridas, flores. Palitos de picolé são usados para fazer porta-joias”, comentou, na ponta da língua, Emíle Alvareno, 10, aluna do 4º ano.

Diretora já colhe bons resultados nas turmas
A diretora da Henrique Fóreis, Regina Correia, disse que os estudantes estão mais alegres, motivados e com melhor rendimento escolar. “As atividades valorizam mais a educação e trazem bem-estar para as crianças”, afirmou. Era comum ver, nos arredores, homens do tráfico com armas, o que assustava os alunos.
“Procuramos explorar conhecimentos específicos em cada região. Na Favela da Maré, por exemplo, nós encontramos ótimas bailarinas. Elas foram contratadas para dar aulas. No Alemão, há muita gente com dom para locução e culinária”, ressaltou Cláudia Costin.
A prefeitura busca parcerias com clubes, ONGs, igrejas e centros culturais. “Queremos que a escola se espalhe pela comunidade, para que estudantes aprendam novas atividades e transmitam esse conhecimento”.




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