sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Bispo acusado de ajudar a acobertar abusos renuncia na Irlanda


Mais um bispo católico irlandês apresentou sua renúncia ao cargo após a divulgação de um relatório que afirma que autoridades da Igreja do país acobertaram casos de abusos contra crianças cometidos por sacerdotes. James Moriarty, bispo de Kildare, anunciou ter oferecido sua renúncia ao papa nesta quarta-feira.
Ele é o segundo bispo a se afastar do cargo na Irlanda após a divulgação das denúncias. O primeiro foi o bispo de Limerick, Donal Murray, que renunciou no início do mês.
O chamado Relatório Murphy, divulgado pelo Ministério da Justiça da Irlanda em novembro, afirma que autoridades da Igreja procuraram manter segredo a respeito de pelo menos 320 casos de abuso sexual contra menores cometidos entre 1975 e 2004.
Apesar de ter afirmado que não renunciaria quando as denúncias vieram à tona, Moriarty disse nesta quarta-feira que reconhece que deveria ter questionado a conduta da Igreja ao lidar com os casos de abusos.
"Sei que qualquer ação que eu tomar agora não irá levar embora o sofrimento que estas pessoas enfrentam", disse.
"Eu novamente peço desculpas a todos os sobreviventes e suas famílias. Eu hoje ofereci minha renúncia (ao cargo) de bispo de Kildare e Leighlin ao Santo Padre", afirmou.

Abusos

O relatório não cita o bispo nominalmente, mas o critica de modo implícito por não fazer o suficiente para averiguar maiores detalhes sobre um padre suspeito.
Moriarty trabalhou na arquidiocese de Dublin entre 1991 e 2002.
Em 1993, ele recebeu um relatório que afirmava que um padre chamado Edmondus estava apresentando comportamento suspeito com crianças.
Segundo o Relatório Murphy, ao receber a denúncia, Moriarty alertou Edmondus a respeito de seu comportamento e discutiu o caso com seu superior.
O documento ainda afirma que, ao receberem as denúncias, as autoridades da arquidiocese não fizeram nenhuma tentativa de consultar arquivos a respeito do padre para checar as suspeitas.
O bispo Moriarty afirma que, embora ele não tivesse acesso a esses arquivos, poderia ter solicitado ao arcebispo que conduzisse uma investigação, o que ele não fez.

Renúncias

A renúncia foi comemorada por entidades que representam as vítimas de abusos.
Maeve Lewis, diretora do grupo One in Four, afirma que é "imensamente doloroso e insultante" para as vítimas "ouvirem um bispo após o outro justificarem suas posições".
Ela ainda disse que "as renúncias de todos os bispos auxiliares citados no relatório são inevitáveis".

BBC Brasil

DUBLIN - Dois bispos irlandeses anunciaram nesta sexta-feira que apresentaram os pedidos de renúncia ao papa Bento 16, se unindo assim a outros dois religiosos, após a divulgação de um relatório que acusa a Igreja Católica de ter acobertado os abusos cometidos por bispos pedófilos na região de Dublín.
"Nós, o bispo Eamonn Walsh e o bispo Raymond Field, informamos ao arcebispo Diarmuid Martin que apresentamos nossa demissão a Vossa Santidade, o papa Bento 16, como bispos auxiliares do arcebispo de Dublin", afirmam em um comunicado publicado no site da diocese da capital irlandesa.
"Enquanto celebramos a festa de Natal, o nascimento de nosso Senhor, o príncipe da paz, nossa esperança é que nossa ação possa ajudar a devolver a paz e a reconciliação de Jesus Cristo às vítimas/sobreviventes destes abusos sexuais", acrescenta o texto, no qual ambos reiteram os pedidos de desculpas.
Várias associações de apoio às vítimas pediam a demissão de ambos desde a publicação do relatório Murphy, que acusa as autoridades do arcebispado de Dublin de proteção aos bispos responsáveis pelos abusos sexuais de menores de idade, por não terem denunciado os crimes à polícia.
O bispo de Limerick, Donald Murray, anunciou a renúncia em 17 de dezembro e o bispo de Kildare e Leighlin, James Moriarty, fez o mesmo na quarta-feira.

Fonte: Último Segundo

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