segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Oportunidade de trabalho para presos provisórios


A trajetória de vida de SABINA SPIELREIN (1885 – 1942) é um exemplo da capacidade humana de auto-superação na luta pela estabilidade emocional. Aos 19 anos tinha sido levada pela família a Zurique para ser tratada de grave problema psiquiátrico, terminando por estudar Medicina por influência do seu famoso médico CARL GUSTAV JUNG (1875 – 1961) e, depois de muitos altos e baixos, estabeleceu-se novamente na Rússia – seu país natal – ali fundando um jardim de infância (Enfermaria Branca), onde educava seus pupilos dentro de uma Pedagogia avançada, que chamou a atenção geral, a ponto de JOSEPH STALIN (1878 – 1953) – o terrível ditador comunista - ali ter matriculado secretamente um de seus filhos. Tendo vivido sob o guante da loucura por determinado tempo, adquiriu uma visão lúcida para encaminhar à sanidade meninos e meninas portadores de desvios psicológicos ou psiquiátricos graves.

Os exemplos de MARIA MADALENA e SANTO AGOSTINHO (354 – 430) comprovam como pode alguém vencer suas tendências para os desvios sexuais. Uma e outro passaram a dedicar-se ao trabalho religioso tornando-se importantes na propagação da mensagem cristã. Tendo experimentado as consequências de uma vida desregrada, puderam orientar com segurança aqueles e aquelas que se perderam nos desvãos da sexolatria.

JOHN LENNON (1940 – 1980) utilizou drogas durante muitos anos, na época em que suas canções eram voltadas para temas menos importantes, mas posteriormente veio a superar o vício, sob os cuidados de ARTUR JANOV (1924 - ) e dedicar-se a grandes causas sociais ao lado da sua inesquecível YOKO ONO (1933 - ). Muita gente beneficiou-se não só com suas idéias de igualdade social como também com seu exemplo na luta contra o vício da drogadição.
Milhões de exemplos há de gente que vence suas más tendências, tornando-se impulsionadores de outras pessoas, tal como se vêem rotineiramente através do AA, APAC etc.
Iniciou-se recentemente, por iniciativa do Ministro GILMAR MENDES, do STF, no Judiciário um movimento no sentido de oportunizar empregos na sua estrutura para menores e maiores condenados como infratores das leis penais.
Não se deve esperar, porém, pela sua condenação definitiva para iniciar-se o apoio empregatício a essas pessoas, permanecendo nos presídios enquanto aguardam julgamento. Isso representaria um contra-senso enquanto se prega a finalidade reeducativa da pena...
Os presos provisórios – com muito maior razão – deveriam ter oportunidade de trabalhar, dentro ou fora da estrutura judiciária.
Se esperarmos a mudança da legislação para iniciarmos alguma coisa nessa área, estaremos matriculando na Universidade do Crime (que são nossos presídios) muita gente de escassa ou nenhuma periculosidade.
Já é tempo de ousarmos o melhor em favor dos nossos cidadãos vítimas de desvios leves de conduta no sentido do seu reajustamento, passando a levar uma vida ordeira e contribuírem para o encaminhamento de outros desajustados.
Estamos vivendo uma época de importantes mudanças nos paradigmas tradicionais, claramente retrógrados, que não atendem aos ideais mínimos de justiça e valorização da cidadania.

Luiz Guilherme Marques

(Dedico este artigo aos juízes criminais)


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