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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Caso da Livraria Cultura: Familiares desconhecem histórico de violência de agressor
Na manhã de 2ª feira (21), Alessandre Fernando Aleixo, de 38 anos, deixou um bilhete na casa da avó paterna, na cidade de Itapetininga, interior paulista, e seguiu para a rodoviária. Avisava que iria para uma chácara com primos. Porém, não dizia quando voltaria. A senhora de 80 anos ainda dormia quando ele saiu. Somente mais tarde ela soube que o neto golpeara com um taco de beisebol o designer Henrique de Carvalho Pereira, de 22 anos, na Livraria Cultura, no centro de São Paulo Aleixo foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio no 78º DP. Foi sua terceira prisão.
Ele morava com a avó havia cerca de dois meses e voltou ao município para se reaproximar da família do pai, Luiz Carlos Aleixo. O agressor estava afastado da cidade desde a morte de Luiz, aproximadamente 30 anos atrás, num acidente de carro. À época, a viúva Judith Machado decidiu mudar-se com o filho. Quase um mês depois de regressar à cidade, o rapaz passou a despertar a atenção da família. A qualquer momento interrompia o diálogo com os parentes e falava frases sem sentido.
Às vezes, quando estava sozinho, gesticulava como se estivesse conversando com alguém ou "falava com a televisão". Preocupados, os parentes vasculharam o quarto dele para verificar se havia drogas. Não encontraram nada. A segunda providência: levaram-no a um médico da região, que solicitou exame de sangue e receitou um remédio. Durante 30 dias, ele tomou o medicamento. Acalmou-se. Na semana passada, retornou ao médico e recebeu alta. Aparentava estar tão bem que prestou a prova de um concurso público e, no sábado, almoçou com as tias num restaurante da cidade.
O estabelecimento pertence a um tio, que diz ter tentado ajudá-lo. "Era uma pessoa normalíssima." Por uns dias, o agressor frequentou o local para ajudá-lo com tarefas simples. Todos os parentes definem o rapaz como inteligente e comunicativo. Desconhecem qualquer episódio de violência em que ele tenha se envolvido antes. "Caso contrário, ele não teria morado sozinho com a minha avó", ressaltou uma prima. Os parentes também contam nunca tê-lo visto com o facão ou o taco de beisebol que carregava. Mas relatam que a inscrição "arigatô", feita no taco, é a mesma de uma camiseta dele. (Elvis Pereira - AE)
Jornal Cruzeiro do Sul
Antecedentes
Em 25 de abril de 2008, Alessandre Fernando Aleixo quebrou uma vitrine da livraria Cultura do Conjunto Nacional, na esquina da avenida Paulista com a rua Augusta, na tarde desta sexta-feira. Ele correu contra a parede de vidro do setor de arte e desferiu vários golpes com um taco de beisebol, destruindo, além da vitrine, uma TV de plasma que estava exposta no local.
"Ele não falava coisa com coisa e não reagiu à prisão. Acho que era alguém doente, completamente confuso", diz o empresário Pedro Herz, dono da livraria Cultura. "Nos Estados Unidos, eles saem metralhando. Aqui, felizmente, ninguém se machucou."
Foto: livraria no acidente de 2008
Folha Online
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