Imagine um funk família, sem nada a ver com os habituais estímulos ao sexo, ataques à polícia, valorização do crime e até elogios à droga, como obras do tipo “Dou pra cachorro”. Qualquer um diria que estaria condenado ao fracasso. Mas um jovem na periferia, MC Dedé (Josley Caio Farias) faz sucesso exatamente com um funk que elogia a escola e pede que se respeitem as mães (a música está no http://catracalivre.folha.uol.com.br/2009/08/o-funk-e-a-educacao/).
Esse funk inusitado é resultado de uma experiência realizada na cidade Tiradentes, periferia de São Paulo: o poder público está patrocinando a gravação de funks e até a exibição em shows desde que as letras sejam responsáveis. Muitas das bandas eram patrocinadas por criminosos e traficantes –e as letras acabam refletindo ainda mais seus patrocinadores. Algumas das músicas começaram a fazer sucesso local.
Como também se limitaram o horário dos funcionamentos das baladas (assim como dos bares), caíram as estatísticas de violência.
O funk da paz é mais um exemplo a ensinar a importância de abrir canais de expressão aos jovens –o que, em geral, não ocorre nas escolas. Mostra o que pode acontecer quando se misturam educação, comunicação e arte.
Aí se conseguem milagres como o sucesso de um funk elogiando a família e a escola –e, assim, menos violência.
Para mim, esse funk é mais uma evidência, entre tantas, de que o Vale-Cultura deveria não ser apenas diversão, mas um instrumento da melhoria da educação. Ou alguém tem dúvida de que boa parte desse dinheiro vai para obras como “Dou pra cachorro”?
Esse funk inusitado é resultado de uma experiência realizada na cidade Tiradentes, periferia de São Paulo: o poder público está patrocinando a gravação de funks e até a exibição em shows desde que as letras sejam responsáveis. Muitas das bandas eram patrocinadas por criminosos e traficantes –e as letras acabam refletindo ainda mais seus patrocinadores. Algumas das músicas começaram a fazer sucesso local.
Como também se limitaram o horário dos funcionamentos das baladas (assim como dos bares), caíram as estatísticas de violência.
O funk da paz é mais um exemplo a ensinar a importância de abrir canais de expressão aos jovens –o que, em geral, não ocorre nas escolas. Mostra o que pode acontecer quando se misturam educação, comunicação e arte.
Aí se conseguem milagres como o sucesso de um funk elogiando a família e a escola –e, assim, menos violência.
Para mim, esse funk é mais uma evidência, entre tantas, de que o Vale-Cultura deveria não ser apenas diversão, mas um instrumento da melhoria da educação. Ou alguém tem dúvida de que boa parte desse dinheiro vai para obras como “Dou pra cachorro”?
Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.
Folha Online
O Catraca Livre é um guia da cidade de São Paulo. É uma agenda cultural do que há de melhor e de graça na cidade; é também um olhar sobre os talentos, as pessoas e invenções, que criam novos caminhos para a metrópole.
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