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sábado, 12 de setembro de 2009
Mais nove ex-pacientes acusam Abdelmassih de abuso sexual
Desde a prisão preventiva do médico Roger Abdelmassih (foto), em 17 de agosto, mais nove mulheres se apresentaram à polícia acusando-o de abuso sexual. Uma delas veio dos Estados Unidos para registrar queixa na Delegacia da Mulher em São Paulo. Pelo menos outras sete ex-pacientes deverão comparecer à policia nos próximos dias.
A informação é da Band.
Abdelmassih é o especialista em reprodução humana assistida mais conhecido do país. Ele fez fama por alardear uma elevada taxa de êxito de fertilizações da sua clínica e por tratar de mulheres de ricos e famosos, como Roberto Carlos (foto abaixo).
No começo deste ano explodiu um dos maiores escândalos do país envolvendo atendimento médico: dezenas de ex-pacientes denunciaram o especialista de abusos sexuais, incluindo desde beijos de língua na boca à penetração vaginal. Abdelmassih se diz inocente.
Antes que o MPE (Ministério Público Estadual) de São Paulo o denunciasse formalmente à Justiça por estupro de 56 pacientes, o médico por três vezes deixou de comparecer à polícia para depor. Numa das vezes, em março, ele obteve do STF (Supremo Tribunal Federal) liminar para não se apresentar com o argumento de que desconhecia a íntegra dos depoimentos do inquérito policial e quem o acusava. Ainda assim na época ele dizia que tudo não passava de fofocas.
Abdelmassih teria começado a abusar de pacientes no inicio de sua carreira, em Campinas (SP), nos anos 70, quando ainda não tinha se especializado em reprodução humana e dava atendimento como urologista.
Em 1999, uma ex-funcionária o denunciou ao Ministério Público de ter sofrido abuso quando estava sedada. Na época, a juíza Kenarik Boujikian Felippe não aceitou a apuração do MP porque, no entendimento dela, o órgão não tem poder de investigação, mas só a polícia, para a qual foi enviado o caso. (Trata-se de uma questão de competência que surgiu com a Constituição de 1988 e que divide os juízes.)
Algo estranho ocorreu ao final de 2008 e que até agora não se esclareceu: os documentos das investigações despareceram do Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Depois de refeitos com cópias, os originais foram encontrados em um banheiro do fórum.
Agora, o caso Abdelmassih, encorpado por muito mais denúncias, volta à juíza Kenarik. Caberá a ela decidir se atende ao pedido dos advogados do médico de reconsideração da ordem de prisão preventiva, de modo que ele possa responder à Justiça em liberdade.
Kenarik pediu um parecer do Ministério Público, que se manifestou pela manutenção da prisão com o argumento de que, se for solto, Abdelmassih poderá inibir o surgimento de novas denúncias. Ex-pacientes temem que ele fuja do país.
A juíza tomará sua decisão até o final da próxima semana.
Márcio Thomaz Bastos e José Luís Lima, advogados do médico, vão recorrer à instância superior, caso Abdelmassih continue na Penitenciária de Tremembé.
Paulopes Weblog
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