sexta-feira, 11 de setembro de 2009

RJ: O drama das famílias de crianças desaparecidas na Baixada

Kássia Cristina Rodrigues de Oliveira, de 5 anos; Breno Freire de Carvalho, de 8; Erick Guedes, de 12; e Vitória Claudiano Nogueira, de 12 — eles fazem parte de uma longa lista de menores desaparecidos na Baixada Fluminense. Na região, famílias de 19 jovens aguardam alguma informação sobre o paradeiro de suas joias. De Miguel Couto, em Nova Iguaçu, a Vilar dos Teles, em Meriti, passando pelo Parque das Missões, em Duque de Caxias, trajetórias diferentes se juntam oscilando entre dois sentimentos: esperança e desespero.
Nos últimos oito anos, 74 crianças e adolescentes sumidos foram reencontrados na Baixada, segundo estatísticas da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA). Baseada nestes números, a dona de casa Cláudia de Queiroz Mello, de 36 anos, sonha rever o filho Rodrigo de Mello Silva, de 16 anos, desaparecido desde maio de 2008. O adolescente saiu do bairro Lagoinha, em Nova Iguaçu, para o primeiro dia de trabalho, em uma fábrica de gesso de Nilópolis, e nunca mais voltou.
— Minha dor é infinita. A falta de resposta é pior do que a morte. Deus que me perdoe, mas seria melhor achar meu filho morto do que nunca mais encontrar com ele — revelou Cláudia.
Exausta pela rotina de caminhadas em busca de Rodrigo, ela conta que o rapaz foi visto, pela última vez, ao lado de um adulto identificado como Deco, que seria usuário de maconha. Temendo a morte do garoto por bandidos, Cláudia encarou madrugadas em comunidades dominadas pelo tráfico.
— Ele era companheiro e me ajudava a cuidar da família. Nunca havia dormido fora de casa — contou Cláudia, que foi abandonada pelo marido e que ainda cuida de outros três filhos.

O instalador de bomba de combustível Edson de Oliveira e Silva, de 45 anos, chora a ausência do único filho. Ele é viúvo e pai de Uillian de Lima, de 14 anos. Em novembro do ano passado, o jovem chegou da escola, colocou o material no quarto, e sumiu do bairro Parada Angélica, em Duque de Caxias.

— Ainda tenho amor a dar pra ele. É muita tristeza não saber o que aconteceu com um filho — ressaltou Edson.



Extra Online

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