Documentos a que a TV Globo teve acesso indicam que o médico Roger Abdelmassih, acusado de estuprar pacientes, já era investigado pelo Conselho Regional de Medicina.
Preso há 21 dias, Roger Abdelmassih está no Presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. Do lado de fora, os advogados do médico, tentam obter a liberdade provisória dele, mas as provas têm dificultado a defesa. O relatório do Conselho Regional de Medicina, que agora faz parte do processo na Justiça, diz que Abdelmassih quebrou a ética médica. Abuso sexual e manipulação genética são as principais suspeitas. A sindicância foi aberta há sete meses, quando peritos começaram a investigar a clínica. Eles ouviram o relato de pacientes de Abdelmassih, recolheram prontuários e descobriram novos indícios contra o médico. Mas o registro profissional dele só foi suspenso quando o caso foi parar na Justiça. Uma comissão de médicos ligados ao 'CRM' vasculhou os arquivos da clínica. Documentos apreendidos indicam o uso de drogas abortivas, preenchimento de prontuários a lápis, implantes de embriões sem consentimento das mães, desorganização de fichas médicas e definição do sexo dos embriões, o que é proibido. A relatora avalia o comportamento de Roger. Diz que "a situação toma contornos ainda mais graves, com o uso de técnicas ilegais para fins absolutamente escusos" e alerta: "não existem garantias de que, uma vez denunciado, Roger Abdelmassih venha a cessar suas práticas reprováveis". A defesa diz o contrário. "Ele sempre deixou claro para mim, com tranquilidade, que os procedimentos feitos na sua clinica atendem aos preceitos éticos e legais. A defesa tem convicção que as acusações levantadas contra o doutor Roger serão decididas pela improcedência delas", afirma o advogado José Luis Oliveira Lima. A Justiça deve decidir esta semana se aceita o pedido de reconsideração da prisão preventiva do médico.
Jornal da Globo
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