segunda-feira, 25 de maio de 2009

Julgamento de acusados de matar jovem é adiado em Minas


Advogados de defesa não compareceram; em 2001, jovem foi morta com perfurações em ritual de magia negra

BELO HORIZONTE - O julgamento dos quatro acusados de terem assassinado a estudante Aline Silveira Soares, em Ouro Preto (MG), foi adiado devido à ausência de três dos advogados contratados para defender os réus. Em um crime cercado de mistério, Aline, então com 18 anos, foi morta de maneira brutal na madrugada de 14 de outubro de 2001, durante a tradicional festa das repúblicas estudantis da cidade histórica mineira. O julgamento estava marcado para esta segunda-feira, 25.
O corpo da jovem foi encontrado no cemitério da Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia com 17 perfurações. Ela estava com os braços abertos e os pés cruzados, como se tivesse sido crucificada. Desenhos foram feitos no corpo da vítima com seu próprio sangue.
Camila Dolabella Siveira, de 27 anos, prima da vítima, Edson Poloni Lobo de Aguiar, Cassiano Inácio Garcia, e Maicon Fernandes Lopes, os três atualmente com 28 anos, são acusados de matar Aline durante um ritual de magia negra baseado em um jogo de RPG. A Promotoria pede pena máxima, de 30 anos, para os acusados por homicídio triplamente qualificado.
A sessão no Fórum de Ouro Preto foi aberta com uma hora de atraso, às 13 horas desta segunda, pela juíza Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque Silva. A magistrada indeferiu o pedido de um dos réus para o desmembramento do processo. O julgamento foi remarcado para o dia 1º de julho e a juíza decidiu nomear dois defensores públicos para assumirem a defesa dos réus caso seus advogados não compareçam novamente.
Na saída do Fórum, um dos irmãos de Aline chutou a porta do carro onde estavam Camila e seu advogado. Ele foi dominado por policiais militares e levado para a delegacia. A mãe da vítima, a professora aposentada Maria José Soares, e outros parentes de Camila protestaram e reclamaram de lentidão da Justiça. Maria José afirmou que ficou decepcionada com o adiamento do julgamento. "Eles (réus) têm direito demais", disse em entrevista à Rádio CBN.

Por: Eduardo Kattah, O Estado de S. Paulo

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