EPIDEMIA MUNDIAL - Em ilha da Indonésia, estudantes recebem atendimento em enfermaria improvisada
As fabricantes Roche, Gilead Sciences e GlaxoSmithKline têm se beneficiado com uma corrida mundial
GENEBRA - Provavelmente não há para onde fugir da gripe pandêmica H1N1, já que, de acordo com os últimos números da Organização Mundial da Saúde (OMS), ela se disseminou até as partes mais remotas do planeta, incluindo ilhas conhecidas como refúgios. Em um boletim publicado na segunda-feira, a OMS disse que mais de 20 países e territórios ultramarinos registraram seus primeiros casos confirmados em laboratório da infecção pelo novo vírus.
Entre eles, estão Seichelles, Ilhas Turks e Caicos, São Cristóvão e Névis, Antilhas Holandesas, Belize e a ilha francesa de Reunião, assim como pontos isolados como Tonga e Samoa Americana, no Pacífico, e as Ilhas Salomão, no Oceano Índico. A gripe H1N1, conhecida como gripe suína, é uma combinação genética de vírus humano, aviário e suíno.
Ela já chegou também ao Butão, no Himalaia, e a Andorra, um Estado independente situado entre a Espanha e a França. Afeganistão e Sudão também registraram os primeiros casos confirmados de infecção nos últimos dias.
O surgimento de um vírus nunca visto antes no México e nos EUA e sua rápida propagação internacional levaram a OMS a declarar em junho situação de pandemia. A agência da ONU disse que é impossível conter a circulação do vírus e o monitora de perto em busca de sinais de mutação ou de combinação com outros vírus de gripe.
Embora a maioria dos pacientes tenha apresentado sintomas leves de gripe, como febre e vômito, as grávidas e pessoas com diabete e outras doenças são vulneráveis a efeitos mais graves. Estima-se que 816 pessoas tenham morrido da infecção até o momento, de acordo com a contagem mais recente da OMS.
O número total de pessoas infectadas pela gripe H1N1 é desconhecido e os países não estão mais testando e reportando cada caso de pessoa doente. A OMS disse que deve ser dada mais ênfase na prevenção da infecção e no tratamento dos casos mais graves para evitar mortes.
As fabricantes de remédio Roche, Gilead Sciences e GlaxoSmithKline têm se beneficiado com uma corrida mundial para garantir estoques de drogas antivirais para combater a gripe.
Fabricantes de vacinas, incluindo a Sanofi-Aventis, a Novartis NOVN.VX>, a Baxter e a Solvay também estão desenvolvendo vacinas contra a H1N1 que poderão ser ministradas junto com os imunizantes da gripe sazonal.
(Reportagem de Laura MacInnis)
Estadão
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