quinta-feira, 30 de julho de 2009

Pacientes oncológicos devem receber cuidados orais especiais


O momento ideal para o paciente procurar o cirurgião-dentista é antes do início do tratamento oncológico, seja ele quimioterapia, radioterapia de cabeça e pescoço ou transplante de medula óssea.
Os pacientes submetidos à quimioterapia (QT), radioterapia de cabeça e pescoço (RT) e transplante de medula óssea (TMO), podem apresentar importantes complicações na cavidade oral. Cabe ao cirurgião-dentista realizar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento destas alterações com o intuito de minimizá-las, melhorando a qualidade de vida deste paciente e até mesmo reduzindo o custo do seu tratamento médico.
“Esta consulta odontológica inicial tem como objetivo identificar a presença de focos de infecção na boca, como cáries, infecções endodônticas, infecções gengivais e periodontais e outras doenças bucais”, explica o Prof° Dr. José Renato Ribeiro Pinto, coordenador do Curso Cuidados Orais em Pacientes que recebem Radioterapia e Quimioterapia, ministrado no CETAO.
Além de identificar os problemas bucais, nesta consulta é importante que o paciente leve os exames médicos realizados durante o processo de diagnóstico da doença oncológica como biópsias, radiografias, tomografias e exames de sangue recentes para que o cirurgião-dentista saiba as características da doença do paciente e qual o tratamento oncológico que será realizado. “Estes dois importantes itens somados à condição clínica do paciente é que ajudarão o dentista a definir o tratamento odontológico mais adequado para cada paciente. Após a identificação dos problemas bucais do paciente, o dentista entrará em contato com o oncologista para discutir as necessidades odontológicas do paciente e o melhor momento para realização do tratamento”, explica o professor.

Preservação da saúde bucal

A cavidade oral e a condição bucal do paciente podem interferir de forma significativa no tratamento oncológico, uma vez que infecções bucais podem evoluir para infecções sistêmicas que são difíceis de tratar. “As complicações bucais mais comuns decorrente do tratamento oncológico são mucosite oral, xerostomia (“boca seca”), infecções oportunistas, alteração do paladar, neurotoxicidade, aumento da incidência de cáries, trismo (“dificuldade de abertura da boca”) e osteorradionecrose”, enumera o coordenador.
É importante que todo paciente seja avaliado e acompanhado pelo cirurgião-dentista durante o tratamento oncológico. A atuação do cirurgião-dentista engloba orientação e controle de higiene oral especiais para este período, diagnóstico precoce de doenças oportunistas que podem ocorrer em cavidade oral e procedimentos odontológicos. “Com a integração do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar de Oncologia é possível minimizar os riscos de infecção, reduzir custos do tratamento através da redução do tempo de internação e proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente oncológico”, defende o Prof° Dr. José Renato Ribeiro Pinto.

Redação
eAgora.com.br

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