PM que foi absolvido vai à juri outra vez
Por maioria dos votos, os desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio acataram o recurso interposto pelo Ministério Público contra a sentença que absolveu, em dezembro de 2008, o ex-policial militar William de Paula da acusação de homicídio do menino João Roberto Amorim Soares, de 3 anos. De acordo com a decisão, o acusado será levado a novo julgamento pelo Tribunal do Júri.
Os desembargadores Alexandre Varella e Siro Darlan, relator e vogal do processo, respectivamente, votaram no sentido de dar provimento ao recurso do MP, ficando vencido o voto do desembargador revisor, Maurílio Passos Braga, que o rejeitava.
Em seu recurso, o MP alega que a decisão dos jurados do 2º Tribunal do Júri da Capital absolvendo o policial - por 4 votos a 3 - seria manifestamente contrária à prova dos autos. Além de William, também foi acusado de envolvimento na morte de João Roberto o ex-soldado PM Elias Gonçalves. Ele ainda não foi julgado. Ambos eram lotados no 6º BPM (Tijuca) na época do crime.
Os dois ex-PMs foram denunciados pelo MP à Justiça pelos crimes de homicídio doloso (com intenção de matar) duplamente qualificado e tentativa de homicídio contra a mãe e o irmão de João Roberto, que também estavam no carro da família, atingido por 17 tiros.
O menino João Roberto Amorim morreu após o carro onde estava ter sido metralhado pelos então policiais militares William de Paula e Elias Gonçalves, por volta das 19h30m de 6 de julho do ano passado, na Rua General Espírito Santo Cardoso, na Tijuca. Além de João Roberto, estavam no carro sua mãe, Alessandra, e seu irmão caçula, Vinícius, de apenas 9 meses. Os PMs perseguiam um grupo de assaltantes pelas ruas da Tijuca e teriam confundido o veículo de Alessandra com aquele utilizado pelos bandidos. Os PMs, então, abriram fogo contra o carro e acabaram atingindo João Roberto, que morreu.
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Para: O Globo Extra Online
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