domingo, 30 de agosto de 2009

Caso Abdelmassih: Cremesp diz que Vanuzia mente sobre existência de corporativismo

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), por intermédio do seu primeiro-secretário, João Ladislau Rosa (foto), disse à Folha ser uma ‘inverdade’ a acusação de Vanuzia Leite Lopes, 49, de que o órgão foi corporativista quando ela denunciou o médico Roger Abdelmassih por abuso sexual.Ao final de 1993, Vanuzia queixou-se ao Cremesp de que tinha sido violentada por Abdelmassih por um coito anal seguido de outro, vaginal, o que – segundo ela -- a fez contrair infecção causada pela bactéria Escherichia coli. Vanuzia ficou internada dez dias no Hospital Albert Einstein, e os médicos tiveram de extrair suas duas trompas e retirar parte do ovário para que a infecção não se alastrasse.
No começo de 1994, o Cremesp abriu uma sindicância, que foi arquivada sem que Vanuzia soubesse de suas conclusões. Rosa disse aos repórteres André Caramante e Rogério Pagnan que nada pode ser revelado sobre a sindicância porque ela está sob a proteção do sigilo.Como o médico continuou em atividade e não se sabe se sequer foi advertido, é válido pressupor que ele tenha sido inocentado.Vanuzia (foto) reapresentou em março a denúncia à Delegacia da Mulher de São Paulo, e agora o seu caso, juntamente com o de outras mais de 50 ex-pacientes do especialista em reprodução humana in vitro, está entregue à Justiça.No dia 7 deste mês, o Cremesp abriu 51 processos ético-profissionais contra Abdelmassih. Mas recusou a proposta apresentada por um conselheiro de suspender temporariamente o registro profissional do médico.
Para a maioria dos conselheiros, conforme noticiou o Estadão, não cabia naquela oportunidade nenhuma medida drástica contra o médico por não haver evidência de “dano irreparável” a pacientes nem “prova inequívoca” de abuso sexual, como se o fato em si de o órgão ter de instaurar 51 processos contra um único médico já não fosse indício de gravidade.Doze dias depois, quando o médico já tinha sido preso preventivamente e a Justiça ter negado um pedido de habeas corpus, o Cremesp recuou e decidiu em votação unânime suspender por tempo indeterminado o registro de Abdelmassih.O Cremesp é constituído por 40 conselheiros eleitos pela categoria e por dois indicados pela APM (Associação Paulista de Medicina). O mandato é de cinco anos. A gestão do atual colegiado vai até 2013.
Apenas seis dos 42 conselheiros são mulheres. Todas são suplentes.

Post de Carmen Monari


Fonte: Blog do jornalista Paulo Lopes

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