sábado, 5 de setembro de 2009

Exposição Virtual: 30 anos de Anistia


Em sua fria síntese os dicionários nos informam que o substantivo feminino “anistia” significa esquecimento, perdão em sentido amplo. Talvez em um vago contexto tais definições possam ter até algum sentido. Mas no campo da política evidencia-se como uma imprecisão, um disparate, classificar anistia como esquecimento. Os que lutaram e foram anistiados deixaram uma viva memória em seu tempo e em seus pósteros. Mais que isso, se anistiados foram é porque as suas idéias e as lutas que travaram por elas deitaram raízes na sociedade e formaram a base pela qual receberam o ato de anistia.
Neste ano de 2009 completaram-se trinta anos da promulgação da lei de anistia e a Fundação Perseu Abramo realiza esta exposição, realizada com materiais conservados em seu Centro Sérgio Buarque de Holanda, para marcar esta data.
Mas, além disso, a Fundação Perseu Abramo reitera aqui a convicção, compartilhada com gerações de combatentes pela liberdade e pela democracia, de que anistia não é esquecimento: é verdade e justiça.


Leia um trecho de um dos textos que fazem parte da exposição e que acompanha a foto acima:

"O AI-5 fez com que a vigilância, a violência e o terror se disseminassem pelo Brasil, ocultos por um silêncio obsequioso ou forçado pela censura na imprensa brasileira. Intuindo tais rumos, importantes segmentos da oposição tomaram o caminho da luta armada pouco antes do AI-5, que foi uma “carta branca” para uma verdadeira guerra de extermínio contra os opositores da ditadura. Além disso, a ditadura criou várias estruturas de investigação, captura, tortura e eliminação de seus opositores, como os centros de informação das Forças Armadas, os DOI-CODI e organismos semiclandestinos como a OBAN, que contavam com financiamento e apoio privados. A tortura – prática desde sempre empregada no Brasil pelas forças da “lei e da ordem – institucionalizou-se, suas técnicas foram “aprimoradas” e disseminadas, sendo utilizada tanto contra os opositores políticos da ditadura como método de “investigação” pelas forças policiais nos crimes comuns".

Fonte: Fundação Perseu Abramo

Esta postagem foi uma sugestão de Valquiria Maria Augusti

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