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sábado, 5 de setembro de 2009
Psicólogos afirmam que os assuntos devem ser discutidos e não omitidos
O efeito da violência depende de cada criança. Algumas reagem de forma mais forte e outras, menos forte, mas é inegável, violência deixa sequelas
De acordo com a psicóloga, mestre em Educação e professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), Terezinha Façanha Elias, assuntos como a violência física e psicológica não podem ser abafados, precisam ser discutido com os alunos em sala de aula. “O problema tem que ser evidenciado, pois é muito importante aproveitar este momento para ouvir as crianças, educadores, pais e, a partir daí, trabalhar com esses sentimentos”, afirma. Segundo a psicóloga Rosane Müller, também professora da Unifor, o efeito da violência depende de cada criança: “Algumas reagem de forma mais forte e outras, menos forte, mas é inegável, violência deixa sequelas”, ressalta. Para Rosane, os familiares devem ser os primeiros a tentar contornar o trauma. De acordo com ela, a psicoterapia é indicada para situações em que a família tenta e não consegue resolver. Na opinião de Terezinha, o encaminhamento depende da intensidade com que o trauma foi vivido, mas é preciso cuidar das pessoas envolvidas. Conforme Terezinha Façanha, caso uma criança do colégio tenha sido tocada de forma especial, ela também de ser cuidada. “Por isso, é importante discutir o assunto e não abafar”, disse a psicóloga.
Orientação - A psicóloga e professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Marilena Ristum, diz que a família da criança que apareceu em vídeo na internet em cenas de homofobia (ódio a homossexuais) deve receber orientação sobre os prejuízos que esta conduta pode ter sobre a formação do menino de apenas três anos. A psicóloga disse que um só episódio como o que foi divulgado não vai definir a formação da criança como um todo. "O que é grave é que, provavelmente, esse deve ser o padrão no qual essa criança está sendo criada", afirmou. A psicóloga opinou sobre o caso que levou o Grupo Gay da Bahia (GGB) a pedir investigação do Ministério Público sobre a veiculação do vídeo, que saiu do ar depois da denúncia.
GGB denuncia vídeo de teor homofóbico no site YouTube
Um vídeo divulgado no site YouTube, supostamente de teor homofóbico,fez comque o fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB), Luiz Mott, entrasse ontem com uma representação no Ministério Público (MP) pedindo a retirada do material da internet. Um dia após acionar o MP, o vídeo intitulado Teteu: viado tem que morrer foi retirado do ar pelo usuário que o colocou.
Mesmo assim, Mott quer que o caso seja apurado pela Promotoria da Infância e da Juventude. Segundo ele, o audiovisual, que tem como protagonista uma criança de cerca de 3 anos sendo induzida por um adulto, é homofóbico.
"Durante o vídeo,um homem mostra um veado ao menino e pede que ele diga que viado (expressão vulgar que se refere aos gays) deve morrer", afirma o fundador do GGB.
De acordo com ele, é comum associar o veado animal ao termo viado, referência a homossexuais. "A discriminação é tão grande que, há alguns anos, um veado do zoo de Salvador foi morto a pedradas por supostos homofóbicos.
Outros casos já aconteceram no Brasil", destaca Mott.
Junto com a representação, o antropólogo e professor da Ufba entregou uma cópia do vídeo e o nome da pessoa que teria colocado o vídeo na internet.
"No Orkut dele, existem fotos do menino, que parece ser primo do autor do vídeo.
Na página,ele afirma que não terá primo "viadinho" e pagodeiro", relata Mott.
[O Povo (CE), A Tarde (BA), Maiza De Andrade – 04/09/2009]
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