No Dia Internacional dos Desaparecidos, dados da Polícia Judiciária revelaram uma quebra nos casos registrados em Portugal, na sua esmagadora maioria com desfecho positivo. Mas os sequestros com abusos sexuais, ligados à Internet, preocupam
Cada vez mais casos de sequestro de menores- com abuso sexual e violência associados – estão a ser ligados à expansão das novas tecnologias de comunicação, como a Internet e os celulares. As moças no início da adolescência, entre os 12 e os 15 anos, são os alvos preferenciais destes predadores da era digital.
“São apanhadas numa fase da sua vida que é psicologicamente complexa: ainda não são mulheres mas já não são crianças”, explicou ao DN, Patrícia Cipriano, presidente da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APDC). “Têm uma apetência natural para falar com homens mais velhos, porque os jovens da sua idade são mais imaturos, e quem está do outro lado sabe bem o que dizer para as cativar.”
Só em 2009, contou, a associação acompanhou as famílias de duas jovens de 13 e 15 anos sequestradas desta forma, ambas no início do ano. “Uma delas já tinha sido levada para França. A outra foi abusada e agredida por um alcoólatra, com antecedentes.”
O caso mais recente, divulgado há dias pela Polícia Judiciária (PJ), envolvia também uma estudante de 13 anos que – além de abusada sexualmente – foi fotografada e filmada pelo seu agressor, que colocou as imagens na Internet.
“Quando uma menina está na Internet, pode achar que está conversando com outra da sua idade e estar do outro lado um homem adulto”, disse ao DN Pedro Carmo diretor nacional adjunto da PJ. Mas este tipo de predador sexual, avisou, mesmo que “muitas vezes associado às situações mais violentas”, não é o único motivo de preocupação.
“Não há um perfil [de agressor] mas vários”, explicou. “Uma grande parte dos crimes sexuais são cometidos por outros menores de idade”, explicou o responsável.
Nos últimos anos, autoridades e associações civis têm dinamizado ações de sensibilização nas escolas, junto dos alunos e das famílias. Evitar dar informações sensíveis a estranhos, como o nome e endereço é um conselho básico. Outro é recusar quaisquer encontros ou, em último caso, fazê-los em local público e acompanhado.
As Nações Unidas alertaram ontem, a propósito do Dia Internacional dos Desaparecidos, para um aumento dos casos de desaparecimentos involuntários, que envolvem a ação de terceiros.
Mas em Portugal, disse Pedro Carmo, nomeadamente entre os menores, os casos dizem quase sempre respeito a ‘fugas’ voluntárias que “regra geral acabam bem, com os jovens a voltar para casa ou a ser localizados”. Resultados escolares “abaixo do esperado” ou a tentação dos “festivais de música” contribuem para que o Verão seja mais fértil nestas situações.
Segundo dados da PJ, só este ano foram participados mais de três mil desaparecimentos. Mas apenas 10 pessoas – seis adultos e quatro crianças – continuam nesta situação. Dos casos com menores, precisou o diretor nacional adjunto, “há dois” – Madeleine McCann e Rui Pedro – ainda sem conclusões.
Desde junho, Portugal é um dos poucos países com um sistema de alerta rápido de rapto. Mas até agora, este mecanismo – que contempla a divulgação de avisos nas televisões e rádios-, ainda não foi acionado: “É uma ferramenta excepcional, para situações excepcionais”, explicou Pedro Carmo.
“São apanhadas numa fase da sua vida que é psicologicamente complexa: ainda não são mulheres mas já não são crianças”, explicou ao DN, Patrícia Cipriano, presidente da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APDC). “Têm uma apetência natural para falar com homens mais velhos, porque os jovens da sua idade são mais imaturos, e quem está do outro lado sabe bem o que dizer para as cativar.”
Só em 2009, contou, a associação acompanhou as famílias de duas jovens de 13 e 15 anos sequestradas desta forma, ambas no início do ano. “Uma delas já tinha sido levada para França. A outra foi abusada e agredida por um alcoólatra, com antecedentes.”
O caso mais recente, divulgado há dias pela Polícia Judiciária (PJ), envolvia também uma estudante de 13 anos que – além de abusada sexualmente – foi fotografada e filmada pelo seu agressor, que colocou as imagens na Internet.
“Quando uma menina está na Internet, pode achar que está conversando com outra da sua idade e estar do outro lado um homem adulto”, disse ao DN Pedro Carmo diretor nacional adjunto da PJ. Mas este tipo de predador sexual, avisou, mesmo que “muitas vezes associado às situações mais violentas”, não é o único motivo de preocupação.
“Não há um perfil [de agressor] mas vários”, explicou. “Uma grande parte dos crimes sexuais são cometidos por outros menores de idade”, explicou o responsável.
Nos últimos anos, autoridades e associações civis têm dinamizado ações de sensibilização nas escolas, junto dos alunos e das famílias. Evitar dar informações sensíveis a estranhos, como o nome e endereço é um conselho básico. Outro é recusar quaisquer encontros ou, em último caso, fazê-los em local público e acompanhado.
As Nações Unidas alertaram ontem, a propósito do Dia Internacional dos Desaparecidos, para um aumento dos casos de desaparecimentos involuntários, que envolvem a ação de terceiros.
Mas em Portugal, disse Pedro Carmo, nomeadamente entre os menores, os casos dizem quase sempre respeito a ‘fugas’ voluntárias que “regra geral acabam bem, com os jovens a voltar para casa ou a ser localizados”. Resultados escolares “abaixo do esperado” ou a tentação dos “festivais de música” contribuem para que o Verão seja mais fértil nestas situações.
Segundo dados da PJ, só este ano foram participados mais de três mil desaparecimentos. Mas apenas 10 pessoas – seis adultos e quatro crianças – continuam nesta situação. Dos casos com menores, precisou o diretor nacional adjunto, “há dois” – Madeleine McCann e Rui Pedro – ainda sem conclusões.
Desde junho, Portugal é um dos poucos países com um sistema de alerta rápido de rapto. Mas até agora, este mecanismo – que contempla a divulgação de avisos nas televisões e rádios-, ainda não foi acionado: “É uma ferramenta excepcional, para situações excepcionais”, explicou Pedro Carmo.
DN
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