sábado, 14 de novembro de 2009

Droga de Vida


Por FELIPE JOST CLAVÉ|Estudante

Em meio aos jovens, andar com pessoas que utilizam algum tipo de entorpecente é praticamente normal. E, por conta disso, no mínimo um dos nossos amigos usa algum tipo de substância ilegal, mesmo que não saibamos. Eu acho deprimente ter de afirmar isso, mas a cada dia que passa milhares de adolescentes entram em um submundo de vício que parte da maconha até o crack e outras drogas muito mais pesadas. Já virou até clichê dizer que a parada final é a morte, mas isso não deixa de ser verdade. Em meio a esse cenário atual, uma das perguntas mais feitas é: de quem é a culpa?
Sem dúvida nenhuma, dos usuários. Vício não se herda dos pais, nem é imposto pela sociedade. Dos pais, recebemos apenas educação. Porém, mesmo com ela, muitos adolescentes preferem os conselhos de traficantes. E nenhum traficante que se preze vai forçar alguém a usar drogas, afinal ele é sempre um “amigo” e nunca ofereceria algo que não fosse “legal”. Além disso, usar drogas virou “moda”, marca da juventude rebelada que teve tudo nas mãos, nunca lutou por nada e se acha no direito de fazer uma revolução.
Se não fossem os usuários, todo esse comércio ilegal já teria acabado há muito tempo. E esse usuário não deve ser idealizado como uma pessoa sem condições, marginalizada pela sociedade e que furta para pagar pelas drogas que consome. O usuário que sustenta esse tráfico é um estudante que sempre teve acesso a tudo o que quis e nunca realmente trabalhou para receber dinheiro. É o tipo de adolescente que gasta de R$ 300 a R$ 400 em entorpecentes quando vai em festas.
Os motivos para o consumo são ainda mais incoerentes. Como ressaltei, o apelo dos jovens é que usar drogas é “legal”. De muitos amigos, escutei que festas sem bebidas ou drogas não são “festas”. Existem tantas desculpas para esse consumo, uma mais ridícula que a outra, que me dá até vontade de rir. Não um riso feliz, mas aquele amarelo do coringa. Um que esconde a vergonha de pertencer a uma geração tão fútil, cujo lema ironicamente é “Viva a vida, pois a vida é curta”. Sim, curta para eles. Curta de ideias, de personalidade, de caráter... de todos os valores morais que realmente contam. É uma “semivida”, na qual sua felicidade acabou dependendo desse estado eufórico em que você esquece todas as derrotas.
Em suma, é da falta de responsabilidade que parte toda essa situação calamitante em que está imersa grande parte da juventude brasileira. Atualmente tudo é fácil, e o mundo apressado faz com que tenhamos o que queremos nas mãos sem ou com pouco esforço. O remédio para essa epidemia não é apenas a conscientização, mas o amadurecimento dessa geração tão infantil.

Fonte: Diário de Santa Maria

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Verbratec© Desktop.