sábado, 14 de novembro de 2009

Novo reitor da USP propõe debate sobre cotas raciais


Saída para aumentar inclusão social pode ser 'Inclusp turbinado', diz João Rodas, que vai convidar primeiro colocado na eleição, Glaucius Oliva, para assessorá-lo

SÃO PAULO - O novo reitor da USP, João Grandino Rodas, disse esta tarde que a universidade precisa debater novas formas de inclusão social, entre elas a adoção de cotas raciais. “A saída pode ser um Inclusp turbinado ou até mesmo cotas”, disse, referindo-se ao Programa de Inclusão Social da USP, que garante pontuação extra no vestibular a candidatos saídos de escolas públicas. Um dos criadores do Inclusp foi o cientista Glaucius Oliva, candidato mais votado na eleição, a quem Rodas pretende oferecer algum cargo na sua gestão. O novo reitor disse que telefonou para Oliva, mas não conseguiu falar com o cientista. “Ele só não vai participar se não quiser.”
Diretor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, Rodas disse que não se sente desconfortável por ter sido indicado pelo governador José Serra mesmo ficando em segundo lugar na eleição – isso só tinha ocorrido uma vez, em 1981, no governo Paulo Maluf. “Lista tríplice é assim mesmo. É tríplice porque dá à autoridade o poder de escolher. Na própria USP isso já ocorreu, na escolha de diretores de unidades”, disse.
Sobre o motivo de ter sido o escolhido por Serra, o novo reitor ressaltou o próprio currículo. “Tenho a impressão de que pesou minha carreira de 39 anos na USP e também minha carreira na magistratura”, disse Rodas. “Fui presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa da Ordem Econômica) e tenho experiência diplomática no Ministério das Relações Exteriores.”
Quanto às cotas, Rodas disse que pretende estabelecer o prazo de seis meses para o debate. Parte dos subsídios da discussão deve vir do trabalho de uma comissão criada por ele depois que o prédio da Faculdade de Direito foi invadido, em junho de 2007, por estudantes e representantes do Movimento dos Sem-Terra (MST). “É bom que a USP discuta cotas raciais.”

Carolina Stanisci - Especial para o Estadão.edu

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