quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Mulher de juiz e promotora acusam dr. Roger de assédio sexual


Entre as supostas vítimas de assédio sexual pelo médico Roger Abdelmassih (foto) há uma promotora de Justiça e uma mulher de um juiz aposentado, ambas do Nordeste.

A juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, ouviu ontem as duas e também, como testemunha, o juiz.
Este blog foi informado sobre o conteúdo dos depoimentos, mas não vai revelá-lo para preservar as supostas vítimas e seus familiares.
Das 56 mulheres que acusam na Justiça o especialista em reprodução humana assistida de crime sexual, cinco saíram do anonimato para tornar público o seu caso.
A revelação, agora, de que uma promotora de Justiça e a mulher de um juiz constam na lista das supostas assediadas surpreendeu outras ex-pacientes. Ainda mais porque a própria mulher do juiz teria demorado 16 anos para levar o seu caso ao tribunal, apenas quando começaram a sair na imprensa denúncias contra Abdelmassih.
Entre supostas vítimas e testemunhas de acusação, a juíza Kenarik já ouviu mais de 20 pessoas. Alguns depoimentos de ex-pacientes têm sido marcados por forte emoção.
Ontem, por exemplo, uma delas chorou quando teve de contar o seu caso à juíza diante do médico. A exemplo de outros depoimentos, Kenarik mandou que Abdelmassih se retirasse da sala da audiência, ficando ali o advogado dele.
Pelo relato de supostas vítimas a este blog, Abdelmassih perdeu muito de sua arrogância, ainda que algumas delas se sintam intimidadas pelos seus olhares. “Ele mudou e agora não se apresenta como um enviado de Deus. Diante da juíza, mantém a cabeça baixa a maior parte do tempo”, disse uma delas.
Por causa das audiências, Abdelmassih foi transferido da Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, para a cadeia de uma delegacia de São Paulo. Em Tremembé, ele teve de raspar o bigode, de acordo com as normas de higiene da penitenciária. Agora, ele voltou a cultivá-lo. Emagreceu e não usa os sapatos de couro de jacaré com os quais deu entrada na penitenciária.
O médico afirma ser inocente. No começo de dezembro, Kenarik vai começar a ouvir as testemunhas de defesa, que seriam cerca de 180 pacientes.
“Essas mulheres só podem falar em nome delas, e não por nós, as vítimas”, disse uma das supostas assediadas. “O dr. Monstro não tem como escapar.”


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