terça-feira, 10 de novembro de 2009

Educação Sexual


A Educação Sexual refere-se a um conjunto de valores e informações referentes à sexualidade, transmitidos por diversos elementos sociais: família, escola, amigos, religião e percorre toda a vida, contando ainda com a influência cultural do contexto em que o indivíduo está inserido. As concepções sexuais ainda recebem o reforço da mídia e do núcleo social, e nos permite incorporar valores, símbolos, preconceitos e ideologias.
A Educação Sexual no lar ou na escola está sempre acontecendo, intencionalmente ou não. Assim, mesmo que a família ou os professores não falem sobre sexualidade ou não forneçam conhecimentos básicos sobre o tema, a Educação Sexual está acontecendo de maneira implícita: os comportamentos, as reações frente às perguntas, comentários (ou ausência deles) sobre sexo, os preconceitos, tudo isso são exemplos subjetivos de educação sexual. “Educação Sexual começa no útero da mãe e só termina com a morte. É um processo ininterrupto, e é através dela que vamos formando a nossa opinião, desfazendo-nos de coisas que ficaram superadas dentro de nós e, ao mesmo tempo, transformando nosso pensamento.” (Suplicy)
Uma Educação Sexual saudável é aquela intencional, baseada na honestidade e que fornece todas as ferramentas necessárias para que o indivíduo realize escolhas saudáveis no campo afetivo e sexual. Tão ou mais importante do que saber ler, escrever e contar, a educação sexual vai além de ensinar de onde vêm os bebês. Para que não se limite a um mero aprendizado do corpo humano, seus órgãos e funções, ela precisa estar agregada à formação de valores éticos e morais e do pensamento crítico, abrangendo todos os temas relacionados ao exercício da sexualidade: cuidados com o corpo, relacionamentos afetivos, identidade sexual, prevenção de DST/AIDS, respeito à diversidade, entre tantos outros.

VANTAGENS DA EDUCAÇÃO SEXUAL

* previne gravidez precoce e doenças sexualmente transmissíveis;
* estabelece laços de amizade e confiança, reafirmando o papel do professor ou dos pais como orientadores e formadores de valores;
* abre caminhos para conversas sobre outros assuntos;
* protege contra o abuso sexual, proporcionando condições para que a criança e o adolescente saibam reconhecer e se proteger de situações de risco, recorrendo a um adulto em que confiem para tirar dúvidas ou para conversar caso tenham sido vítimas de algum tipo abuso;
* forma opiniões e desenvolve senso crítico em relação a esse e a vários outros assuntos;
* informa corretamente;
* desenvolve valores morais e éticos;
* diminui a ansiedade e a curiosidade da criança e do adolescente nessas questões, fornecendo fonte segura de informações;
* fornece bases morais sólidas para as futuras escolhas afetivas;
* promove amadurecimento sem traumas, tabus, preconceitos ou medos.

QUANDO INICIAR A EDUCAÇÃO SEXUAL?

Se a sexualidade está presente desde o nascimento até a morte, a educação sexual deve acontecer desde os primeiros anos de vida, acompanhando a curiosidade da criança. Nunca devemos deixar para abordar o assunto somente na adolescência!
No Censo de 2000, o IBGE incluiu, pela primeira vez, a faixa etária de 10 a 14 anos nas suas estatísticas de fecundidade, o que torna claro que muitas crianças estão exercendo sua sexualidade de forma inadequada, consequência da falta de informação e até da violência e abuso sexual. Sabe-se que entre 1993 e 1999 houve aumento de aproximadamente 30% do número de partos feitos no SUS em adolescentes mais jovens, entre 10 a 14 anos.
As recentes pesquisas demonstram que a Educação Sexual intencional deve ter início no período da infância, acompanhando as curiosidades e necessidades da fase, para que na adolescência o indivíduo já tenha desenvolvido ferramentas básicas para lidar com a própria sexualidade e para realizar escolhas éticas e saudáveis em todas as fases de sua vida. Sabe-se que o “Guidelines for Comprehensive Sexuality Education”, um guia americano com mais de 100 mil cópias distribuídas pelo mundo, já propõe a educação sexual para crianças a partir de 5 anos, descrevendo suas diretrizes e metodologias para cada faixa etária até os 12 anos. Embora alguns autores defendam que a Educação Sexual precoce conduz ou estimula a experimentação sexual, o Population Reports, uma publicação do John Hopkins Hospital, divulgou um estudo que aponta uma análise encomendada pela OMS de mais de mil relatórios de programas de orientação sexual em todo o mundo. Os autores concluíram que a informação e formação em assuntos sexuais não conduzem ao sexo precoce e, em alguns casos, até o adiam.

Fonte: Edusex

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