sábado, 14 de novembro de 2009

Beija-flor-preto nasce em cativeiro no Mangal das Garças

Pela primeira vez na América Latina nasceu em cativeiro o Anthracothorax nigricollis, conhecido popularmente como beija-flor-preto ou beija-flor-de-veste-preta. O fato inédito aconteceu no Parque Ambiental e Turístico Mangal das Garças, localizado em Belém. "Estamos muito felizes em compartilhar mais um evento de reprodução inédito no Mangal das Garças", declarou a veterinária do Parque, Áurea Linhares.
A preparação do ninho e o nascimento dos filhotes foram acompanhados pela equipe técnica do Mangal. "Desde sábado (7) estamos acompanhando a movimentação da mãe de primeira viagem, que tem sido muito eficiente na tarefa de alimentar suas crias", disse a veterinária. Registro anterior a este se deu apenas no Parque das Aves do Paraná, com a reprodução de outra espécie, o beija-flor-de-banda-branca (Amazilia versicolor).
O beija-flor-preto é uma ave da família Trochilidae, que se destaca pela grande diferença entre o macho e a fêmea, que parecem ser espécies distintas por suas diferenças na plumagem. O macho parece ser todo negro, mas essa cor aparece apenas no peito, na barriga e garganta. O restante da plumagem é verde escuro, com tons avermelhados. O bico é longo e fino, com a ponta levemente curvada para baixo.
A fêmea tem uma longa listra negra, começando na base do bico e terminando na barriga, ladeada por faixas brancas largas. O restante da plumagem é verde claro. O animal chega no máximo a sete centímetros de comprimento, e as fêmeas são maiores que os machos.
A espécie se alimenta de néctar e de pequenos insetos, os quais captura pairando em áreas abertas. O beija-flor-preto ocupa todos os ambientes florestais e pode ser visto em jardins, gostando de ficar nas folhas dos ingazeiros na beira dos rios. Em alguns locais da região do cerrado, desaparece no início das secas.

Reprodução - É uma ave que se adaptou ao ambiente urbano, podendo ser vista em áreas da cidade. Na reprodução, as fêmeas têm muito trabalho, pois não contam com a ajuda dos machos na preparação dos ninhos, no ato de chocar os ovos e na proteção dos filhotes.
Os beija-flores são hábeis construtores. Depois de preparar o ninho com grama, folhas, flores, pétalas e musgo, o beija-flor fixa a estrutura com o fio viscoso da teia de aranha, dando firmeza ao abrigo. Geralmente, os beija-flores botam apenas dois ovos, pois além de seus ninhos não comportarem mais de dois filhotes, seria difícil para a fêmea alimentá-los.
O futuro dos beija-flores está diretamente ligado à preservação da flora, sobretudo das plantas que têm florescência. Facilmente adaptáveis a qualquer ambiente, os beija-flores constroem seus ninhos em todo tipo de árvore e podem encontrar alimento nas flores dos jardins, hortas e parques.
Também não temem as pessoas e vivem nas cidades com tranquilidade. Mas o crescimento da população e a destruição de muitas espécies nativas podem se constituir em um grave problema para a preservação do beija-flor-preto.


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