Vanessa Pedroso negou ter injetado medicamentos nos bebês, que estão na UTI
A Polícia Civil do RS prendeu na madrugada deste sábado uma técnica de enfermagem acusada de ter injetado alta dosagem de sedativos em 11 bebês nascidos na maternidade do Hospital Universitário da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Vanessa Pedroso, 25 anos, prestou depoimento de mais de uma hora na 1ª Delegacia da Polícia Civil de Canoas. Segundo o advogado da garota, Sérgio Assumpção, ela nega ter aplicado os medicamentos nas crianças, que atualmente se encontram na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital.
O delegado Guilherme Pacífico, no entanto, lavrou o flagrante por tentativas de homicídio e a encaminhou para a Penitenciária Feminina Madre Pelletier, na Capital. Hoje pela manhã, o delegado dará uma entrevista coletiva para explicar detalhes do caso.
A Polícia Civil investigava o uso indevido de de benzodiazepínicos (sedativos) no hospital. Desde a última segunda-feira, 11 bebês receberam a medicação nas primeiras seis horas de vida. Eles escaparam da morte porque foram levados para a UTI.
– Hoje (sexta-feira) posso dizer que estamos tratando de um crime. Tenho 30 anos de medicina e nunca havia vivenciado uma situação parecida com esta – diz a diretora-geral do hospital, Eleonora Walcher.
De acordo com Eleonora, profissionais começaram a perceber a anormalidade no início da semana.
– Os bebês ficavam fracos, desfaleciam e evoluíam para o quadro de parada respiratória sem nenhum motivo aparente – conta a diretora.
Com a sucessão de casos, os médicos do hospital começaram a desconfiar de que alguma coisa estava errada.
– Em um momento, suspeitamos até de envenenamento – diz Eleonora.
Amostras de cinco bebês que ficaram doentes foram coletadas e enviadas para análise. O resultado: recém-nascidos haviam recebido indevidamente doses de calmantes.
– Se não tivesse uma equipe maravilhosa de enfermeiros e uma UTI dentro do hospital, nós não teríamos como salvar esses bebês, que tinham cinco ou seis horas de vida apenas quando apresentaram os sintomas – detalha a médica.
O caso é acompanhado "de perto" pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), segundo seu vice-presidente, Rogério de Aguiar.
Na noite desta sexta, pais aflitos procuravam informações. Um deles disse que, até aquele momento, não tinha havia sido informado oficialmente pelo hospital do que ocorrera.
O Hospital Universitário realiza cem partos por mês. O centro obstétrico suspendeu temporiamente o atendimento a gestantes em trabalho de parto, que devem se dirigir ao Hospital Nossa Senhora das Graças.
O medicamento
O remédio pode ser usado em casos de emergência sob prescrição médica
- Benzodiazepínicos são tranquilizantes. Um dos mais conhecidos é o Diazepan.
- O medicamento pode ser utilizado em situações de emergência, quando, por exemplo, uma criança muito agitada precisa de cuidados imediatos ao chegar ao hospital ou está em crise convulsiva (ataque epiléptico).
- Recém-nascidos podem receber a medicação, sempre com prescrição médica. A dose do medicamento é administrada de acordo com o peso do bebê.
- Adultos podem fazer uso regular do medicamento, também com orientação de um médico, em caso de quadros de ansiedade.
Gustavo Azevedo e Carlos
Zero Hora
A Polícia Civil do RS prendeu na madrugada deste sábado uma técnica de enfermagem acusada de ter injetado alta dosagem de sedativos em 11 bebês nascidos na maternidade do Hospital Universitário da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Vanessa Pedroso, 25 anos, prestou depoimento de mais de uma hora na 1ª Delegacia da Polícia Civil de Canoas. Segundo o advogado da garota, Sérgio Assumpção, ela nega ter aplicado os medicamentos nas crianças, que atualmente se encontram na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital.
O delegado Guilherme Pacífico, no entanto, lavrou o flagrante por tentativas de homicídio e a encaminhou para a Penitenciária Feminina Madre Pelletier, na Capital. Hoje pela manhã, o delegado dará uma entrevista coletiva para explicar detalhes do caso.
A Polícia Civil investigava o uso indevido de de benzodiazepínicos (sedativos) no hospital. Desde a última segunda-feira, 11 bebês receberam a medicação nas primeiras seis horas de vida. Eles escaparam da morte porque foram levados para a UTI.
– Hoje (sexta-feira) posso dizer que estamos tratando de um crime. Tenho 30 anos de medicina e nunca havia vivenciado uma situação parecida com esta – diz a diretora-geral do hospital, Eleonora Walcher.
De acordo com Eleonora, profissionais começaram a perceber a anormalidade no início da semana.
– Os bebês ficavam fracos, desfaleciam e evoluíam para o quadro de parada respiratória sem nenhum motivo aparente – conta a diretora.
Com a sucessão de casos, os médicos do hospital começaram a desconfiar de que alguma coisa estava errada.
– Em um momento, suspeitamos até de envenenamento – diz Eleonora.
Amostras de cinco bebês que ficaram doentes foram coletadas e enviadas para análise. O resultado: recém-nascidos haviam recebido indevidamente doses de calmantes.
– Se não tivesse uma equipe maravilhosa de enfermeiros e uma UTI dentro do hospital, nós não teríamos como salvar esses bebês, que tinham cinco ou seis horas de vida apenas quando apresentaram os sintomas – detalha a médica.
O caso é acompanhado "de perto" pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), segundo seu vice-presidente, Rogério de Aguiar.
Na noite desta sexta, pais aflitos procuravam informações. Um deles disse que, até aquele momento, não tinha havia sido informado oficialmente pelo hospital do que ocorrera.
O Hospital Universitário realiza cem partos por mês. O centro obstétrico suspendeu temporiamente o atendimento a gestantes em trabalho de parto, que devem se dirigir ao Hospital Nossa Senhora das Graças.
O medicamento
O remédio pode ser usado em casos de emergência sob prescrição médica
- Benzodiazepínicos são tranquilizantes. Um dos mais conhecidos é o Diazepan.
- O medicamento pode ser utilizado em situações de emergência, quando, por exemplo, uma criança muito agitada precisa de cuidados imediatos ao chegar ao hospital ou está em crise convulsiva (ataque epiléptico).
- Recém-nascidos podem receber a medicação, sempre com prescrição médica. A dose do medicamento é administrada de acordo com o peso do bebê.
- Adultos podem fazer uso regular do medicamento, também com orientação de um médico, em caso de quadros de ansiedade.
Gustavo Azevedo e Carlos
Zero Hora
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