terça-feira, 10 de novembro de 2009

Pelas Ruas: chuva alaga creche comunitária e 37 crianças ficam sem paradeiro na Capital


Em 1992, moradora do prédio morreu por leptosprose depois de uma enchente

Uma creche comunitária do bairro Rubem Berta que atende a comunidade da Zona Norte não tem condições de abrir desde o final de semana. O temporal de sábado alagou o espaço que seria usado para a inauguração da creche na segunda-feira. As 37 crianças, de quatro meses a sete anos, das vilas Santo Agostinho, Santa Rosa, Americana e Porto Seco não tem onde ficar enquanto os pais vão para o trabalho.
O final de semana seria de alegria para os professores e a família. Há mais de um mês eles haviam alugado o prédio na Avenida Bernardino Silveira Pastoriza, 330, e terminaram as reformas na sexta. No sábado, por volta das 16h, quando o caminhão da mudança estava lá fora e seis crianças lá dentro, uma enxurrada tomou conta do prédio.
Os alunos foram colocados emergencialmente em cima de móveis na cozinha e foram levados nas costas de pais e funcionários até uma lancheria localizada na mesma rua.
— Foi um pavor, constrangedor, apavorante. Em menos de cinco minutos a água invadiu o pátio e já estava dentro da casa, batendo nos joelhos. Começou a retornar a água dos esgotos. Parecia uma lagoa. Tinha camisinha boiando, vimos ratos passando dentro da água — lembra com tristeza a coordenadora pedagógica Paula Cristina Herbcz, 34 anos, responsável pela escola.
Apesar de a água ter sido escoada, ainda não há previsão para a reabertura do estabelecimento. A diretoria está a procura de um espaço com cinco salas com estrutura para as cinco turmas, cozinha, refeitório, banheiro e uma área de lazer para as crianças.
— Não tem como voltar para aquele prédio. Tá um limo só. É sujeira de esgoto, que tu vês que há resíduos.
Sensibilizada com a situação, a primeira-dama de Porto Alegre, Isabela Fogaça, marcou uma reunião para quarta-feira com as diretoras da creche para tentar resolver o problema.
No local, há 17 anos, a proprietária morreu por leptospirose, conforme a filha Rita Brondani, 38 anos.
— Em 1992, teve uma enchente e nós ainda morávamos ali. Minha mãe foi limpar o pátio, se cortou e foi contaminada no final de janeiro. Em fevereiro a levamos ao hospital, recebeu o diagnóstico e morreu em seguida.

Quem quiser fazer doações para a creche pode entrar em contaro pelo fone: 9395-0315 ou 9325-3342.


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