Divulgado em janeiro de 2008, com dados até 2006, o Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros é ainda hoje o levantamento de abrangência nacional mais recente sobre segurança nas cidades. Reúne os números, município por município e Estado por Estado, de homicídios; taxa de homicídios por 100 mil habitantes; homicídios juvenis; mortes por arma de fogo; e mortes no trânsito.
O blog preparou um mapa interativo com os dados do levantamento e, para entender seus padrões, conversou com o autor, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. Argentino radicado no Brasil, Waiselfisz é diretor de pesquisas do Instituto Sangari – entidade parceira da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana e dos ministérios da Saúde e da Justiça na elaboração da pesquisa. Waiselfisz atualmente prepara uma nova edição do mapa, com divulgação prevista para daqui um mês.
O blog preparou um mapa interativo com os dados do levantamento e, para entender seus padrões, conversou com o autor, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. Argentino radicado no Brasil, Waiselfisz é diretor de pesquisas do Instituto Sangari – entidade parceira da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana e dos ministérios da Saúde e da Justiça na elaboração da pesquisa. Waiselfisz atualmente prepara uma nova edição do mapa, com divulgação prevista para daqui um mês.
Onde se mata mais
O mapa mostra uma forte correlação entre altas taxas de homicídio (por 100 mil habitantes) e:
1) zonas de grilagem e devastação; em particular, Waiselfisz chama a atenção para os municípios do arco do desmatamento amazônico.
2) zonas de fronteira; o sociólogo aponta cidades que estão em rota de contrabando e pirataria, como Foz do Iguaçu (PR) e Coronel Sapucaia (MS), a número 1 em taxa de homicídios.
3) polos de desenvolvimento local ou regional; Waiselfisz cita quatro exemplos em Pernambuco, Estado onde mora há 30 anos: o polo de agriculgura irrigada de Petrolina; o polo gesseiro de Araripina; o polo de confecções de Santa Cruz do Capibaribe; e o já tradicionalmente violento polígono da maconha.
Interiorização
A correlação entre violência e polos de desenvolvimento regional é expressão de um fenômeno relativamente recente: a interiorização da violência. “Até metade dos anos 90, os polos dinâmicos da violência se concentravam nas grandes cidades. A partir de 1999, começa um processo de estagnação nas capitais, e a violência segue crescendo no interior”, diz. São duas as razões: maior investimento em segurança nas regiões metropolitanas e o aparecimento de polos de atração econômica no interior. Uma terceira razão não explica o fenômeno, mas causa impacto nos números: com o surgimento de novos institutos médicos legais e a ampliação da rede básica de saúde, a violência nos grotões entrou no radar do Estado.
Litoral
O mapa também expõe uma alta vulnerabilidade em boa parte da faixa litorânea. Além da violência conhecida em grandes regiões metropolitanas estabelecidas no litoral, o sociólogo lembra também o mau desempenho de cidades de pequeno e médio porte alvo de turismo predatório.
Homicídios em queda
Na conta geral, o número de homicídios no País caiu de 50.980 em 2003 para 46.660 em 2006. É uma queda de 8,5%, que o sociólogo credita em parte à campanha pelo desarmamento e em parte a políticas de segurança em cidades de maior peso demográfico. Caso mais conhecido é o de São Paulo. A cidade melhorou 310 posições no ranking de homicícios por 100 mil habitantes, compensando, no plano nacional, o aumento da violência em outras regiões.
Quem se interessar pelo tema pode baixar o relatório final do Mapa da Violência (PDF, 1.9 Mb) e a planilha com todos os dados (EXCEL, 3,6 Mb).
O mapa mostra uma forte correlação entre altas taxas de homicídio (por 100 mil habitantes) e:
1) zonas de grilagem e devastação; em particular, Waiselfisz chama a atenção para os municípios do arco do desmatamento amazônico.
2) zonas de fronteira; o sociólogo aponta cidades que estão em rota de contrabando e pirataria, como Foz do Iguaçu (PR) e Coronel Sapucaia (MS), a número 1 em taxa de homicídios.
3) polos de desenvolvimento local ou regional; Waiselfisz cita quatro exemplos em Pernambuco, Estado onde mora há 30 anos: o polo de agriculgura irrigada de Petrolina; o polo gesseiro de Araripina; o polo de confecções de Santa Cruz do Capibaribe; e o já tradicionalmente violento polígono da maconha.
Interiorização
A correlação entre violência e polos de desenvolvimento regional é expressão de um fenômeno relativamente recente: a interiorização da violência. “Até metade dos anos 90, os polos dinâmicos da violência se concentravam nas grandes cidades. A partir de 1999, começa um processo de estagnação nas capitais, e a violência segue crescendo no interior”, diz. São duas as razões: maior investimento em segurança nas regiões metropolitanas e o aparecimento de polos de atração econômica no interior. Uma terceira razão não explica o fenômeno, mas causa impacto nos números: com o surgimento de novos institutos médicos legais e a ampliação da rede básica de saúde, a violência nos grotões entrou no radar do Estado.
Litoral
O mapa também expõe uma alta vulnerabilidade em boa parte da faixa litorânea. Além da violência conhecida em grandes regiões metropolitanas estabelecidas no litoral, o sociólogo lembra também o mau desempenho de cidades de pequeno e médio porte alvo de turismo predatório.
Homicídios em queda
Na conta geral, o número de homicídios no País caiu de 50.980 em 2003 para 46.660 em 2006. É uma queda de 8,5%, que o sociólogo credita em parte à campanha pelo desarmamento e em parte a políticas de segurança em cidades de maior peso demográfico. Caso mais conhecido é o de São Paulo. A cidade melhorou 310 posições no ranking de homicícios por 100 mil habitantes, compensando, no plano nacional, o aumento da violência em outras regiões.
Quem se interessar pelo tema pode baixar o relatório final do Mapa da Violência (PDF, 1.9 Mb) e a planilha com todos os dados (EXCEL, 3,6 Mb).
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