domingo, 26 de julho de 2009

Câncer, um processo natural da vida


Por mais que a medicina avance, a doença existirá, pois faz parte da lógica de funcionamento do organismo humano
Por Rodrigo Ferrari
Em novembro do ano passado, o vice-presidente José Alencar, que luta contra o câncer desde 1997 - já teve tumores nos rins, no estômago, na próstata e no intestino -, fez uma comparação entre a situação que vem enfrentando e uma notícia publicada em O Correio da Manhã, no início da década de 50. A capa do jornal trazia estampada em letras garrafais a manchete triunfante: “Hidrazida do ácido nicotínico: cura da tuberculose”. “Espero ainda ler o nome da sustância que será a cura do câncer”, emendou Alencar para um grupo de jornalistas, durante entrevista realizada à época.
Mais de meio século depois da descoberta da substância, aproximadamente 1,7 milhão de pessoas vêm a óbito, todos os anos, vítimas da tuberculose. Alencar, por sua vez, teve de se submeter, semana passada, a mais uma cirurgia (a 15.ª, nos últimos 12 anos) para desobstruir o aparelho digestivo.
Para o vice-presidente, o câncer se converteu numa incômoda e inseparável companheira de jornada. Em geral, dramas como o enfrentado por José Alencar, 77 anos, deixam as pessoas com o espírito perturbado. Para boa parte da população, um diagnóstico de câncer soa como uma espécie de sentença de morte, um sinal de que o fim da linha fica logo ali adiante.
Muitas pessoas até evitam pronunciar o nome da enfermidade. Referem-se a ela apenas como “aquela doença” - como se o ato de falar sobre câncer pudesse tornar nosso organismo suscetível a ele.
Essa idéia é fruto da falta de informação. Analisada a sangue frio, a doença em nada lembra aquele “bicho-de-sete-cabeças” que assombra o imaginário popular. Em geral, o câncer pode ser descrito como um processo natural do organismo humano (salvo exceções, como quando o indivíduo é submetido a altas doses de radiação, por exemplo). Basicamente, células sofrem uma mutação genética e deixam de obedecer aos estímulos de crescimento que o organismo emite.
Quando isso ocorre, as células podem tanto se multiplicar de maneira descontrolada quanto deixar de aumentar. Na maior parte das vezes, os tecidos passam a se desenvolver mais rápido do que o normal. É dessa forma que surgem os nódulos, os tumores, os cistos e os pólipos que tanto aterrorizam as pessoas.
Às vezes, essas estruturas crescem tão lentamente, que acabam por não afetar a rotina de seus “hospedeiros”. Porém, nada impedirá que, certo dia, por conta de um estímulo qualquer, esse nódulo mude de comportamento e passe a crescer com maior rapidez, a ponto de se alastrar para os demais tecidos do corpo. Essa tendência de avançar ou não para outras áreas do organismo é que determina se o tumor é maligno ou benigno.
De acordo com o “Novo Dicionário Aurélio”, benigno é sinônimo de “suave, brando, agradável e não perigoso”. Todavia, os tumores nem sempre agem segundo as regras da semântica oficial. “O fato de ser benigno não significa que o nódulo é inofensivo”, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, José Getúlio Martins Segalla, que também ocupa o cargo de diretor de ensino e pesquisa da Fundação Amaral Carvalho, em Jaú. No cérebro, por exemplo, um tumor benigno poderia comprimir o córtex de um indivíduo, levando-o à morte.
É fato, porém, que os nódulos dessa natureza costumam causar menos complicações aos seus “anfitriões”. Como se encontram restritos a uma área específica do corpo, é muito provável que não voltarão a causar problemas se forem removidos por completo por meio de cirurgia.
As neoplasias malignas são mais complexas de se lidar. Por um lado, possuem grande capacidade de invadir outros tecidos. Além disso, em teoria, quando um nódulo desse tipo é removido, basta que uma única célula permaneça no organismo para que o tumor volte a crescer.
A situação se torna mais problemática ainda quando a célula “mutante” consegue migrar para outras regiões do corpo por meio da corrente sangüínea, num processo que recebe o temido nome de metástase.
Nesses casos, o tratamento se torna mais difícil de ser feito, pois os médicos nunca saberão exatamente quais tecidos a célula cancerígena conseguiu “colonizar”. A remoção cirúrgica de um determinado tumor não significa que o paciente ficará livre da doença.

Prevenção

Falar em prevenção para o câncer também não é algo simples. No caso de uma infecção qualquer, bastaria evitar o contato com o agente infeccioso para ficar livre da doença. Como combater, porém, uma célula que faz parte de nosso próprio organismo?
A prevenção primária do câncer consiste em medidas genéricas, como não fumar (reduz em 30% as chances de desenvolver uma neoplasia maligna) ou fazer exercícios e adotar uma dieta saudável (25% a menos de possibilidade de ter a doença).
Alguns tipos de cânceres até podem ser evitados por meio de exames. O teste de Papanicolau, por exemplo, permite ao especialista detectar lesões pré-malignas no cólon do útero, antes que se transformem em tumor.
Na maioria das vezes, porém, o problema só é percebido quando o tumor já existe. Nesses casos, resta aos médicos tentar detectar o câncer o mais rápido possível. “Quanto mais cedo temos os diagnóstico, melhores serão as condições para se tratar a doença”, avalia José Getúlio Martins Segalla, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e diretor de ensino e pesquisa da Fundação Amaral Carvalho, em Jaú.

Fonte:JCNet

Visite o INCA - Instituto Nacional de Câncer

Um comentário:

  1. procura por vitamina b17 e cancro na internet. Existe cura, as farmaeuticas nao estao e interessadas, pois nao seria rentavel porque a vitamina b17 existe nas sementes de maça e damascos...

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