Vítimas da violência

Piracicaba – O número de atendimentos a crianças e adolescentes vítimas de violência familiar aumentou no ano passado, informa levantamento da Semdes (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social). Em 2007, foram 164 casos atendidos, enquanto em 2008 foram 234 – aumento de 42%.
O atendimento, feito em parceria com a Semdes e o Crami (Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância), prioriza crianças e adolescentes vítimas de violência e exploração sexual, no resgate e fortalecimento da autoestima.
A estatística mostra que os meses com o maior número de atendimentos foram janeiro e julho, períodos do ano caracterizados pelo maior tempo em que as crianças ficam em casa por conta das férias escolares. Em julho foram 30 casos atendidos, enquanto que em janeiro, 26. O mesmo comportamento, no entanto, não é observado em 2007, quando os meses com maior ocorrência de casos foram agosto (21) e outubro (24).
O número serve de alento para o município, que busca implementação de novas políticas públicas sobre o assunto. Esta semana, a Semdes reuniu representantes do poder público e sociedade civil para o início da elaboração do Plano Municipal de Convivência Familiar e Comunitária de Piracicaba, destinado à promoção e defesa do direito de crianças e adolescentes. O plano busca implementar políticas públicas que assegurem a garantia dos direitos das crianças e adolescentes, de forma integrada e articulada com outros programas de governo municipal.
De acordo com Maria Angélica Guércio, o objetivo do evento é sensibilizar e envolver a sociedade local para a temática. No plano constam objetivos, ações, estratégias, metas e indicadores de acompanhamento e avaliação, de modo a implementar no município, de forma contextualizada, as ações indicadas no Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.

Violência - A violência familiar em crianças e adolescentes pode ser explícita ou velada, praticada dentro de casa, e inclui diversas práticas, como a violência e o abuso sexual contra crianças, além da negligência nos cuidados com as crianças. A “tortura psicológica” ocorre quando o adulto constantemente deprecia a criança, causando-lhe grande sofrimento mental. Ameaças de abandono também podem tornar uma criança medrosa e ansiosa, podendo representar formas de sofrimento psicológico.
As estratégias de prevenção podem acontecer em três níveis: primário (ligado às tentativas de reduzir a incidência de novos casos); secundário (que busca a identificação da população de risco); e terciário (dirigida aos indivíduos que já são agressores ou vítimas). Há ainda um trabalho importante que pode ser feito para o estabelecimento de uma Cultura da Infância, com o resgate da questão da participação infantil.
Números
234casos de violência em jovens e crianças foram feitos em 2008

Gazeta de Piracicaba