SÃO PAULO - Com pouco menos de um ano de casada, Clara já não dorme sossegada ao lado de Marcelo. Vez por outra, no meio da noite, o marido tenta assediá-la, forçando o ato sexual. Nas primeiras investidas, ela aceitou. Mas pela manhã ele nunca se lembrava de nada. Na maioria das vezes Clara se irrita e se assusta ao ser acordada de madrugada, quase sempre de forma um pouco agressiva.
Querer fazer sexo durante o sono é chamado de sexomnia, transtorno pouco conhecido, mesmo por psiquiatras. Porém, o número de casos tem aumentado, como mostra reportagem de Antônio Marinho *. Em parte porque alguns fatores que levam a esse comportamento - requer predisposição genética - estão relacionados à vida moderna, como privação e alterações do sono (um exemplo é a apneia); estresse, ansiedade e uso de drogas, principalmente álcool. Quem sofre de sexomnia pode até parar na cadeia, pois há relatos de casos estupro e abuso sexual de menores, geralmente pessoas próximas, que dorme no mesmo ambiente.
Pesquisas brasileiras e internacionais apresentadas esta semana no 3 Congresso Internacional de Medicina do Sono, em São Paulo, mostram que a sexomnia afeta homens e mulheres, com maior incidência na faixa etária dos 30 anos. No Brasil, médicos já acompanharam quase 40 casos e há dezenas nos Estados Unidos e na Europa. Por enquanto, inexiste estimativa na população e os primeiros relatos em literatura médica sugerindo essa forma de parassonia (movimentos anormais durante o sono) são de 1996, por pesquisadores canadenses. E o transtorno não deve ser confundido com um ato sexual consentindo entre parceiros.
* O repórter viajou a convite da World Association of Sleep Medicine
O Globo
Querer fazer sexo durante o sono é chamado de sexomnia, transtorno pouco conhecido, mesmo por psiquiatras. Porém, o número de casos tem aumentado, como mostra reportagem de Antônio Marinho *. Em parte porque alguns fatores que levam a esse comportamento - requer predisposição genética - estão relacionados à vida moderna, como privação e alterações do sono (um exemplo é a apneia); estresse, ansiedade e uso de drogas, principalmente álcool. Quem sofre de sexomnia pode até parar na cadeia, pois há relatos de casos estupro e abuso sexual de menores, geralmente pessoas próximas, que dorme no mesmo ambiente.
Pesquisas brasileiras e internacionais apresentadas esta semana no 3 Congresso Internacional de Medicina do Sono, em São Paulo, mostram que a sexomnia afeta homens e mulheres, com maior incidência na faixa etária dos 30 anos. No Brasil, médicos já acompanharam quase 40 casos e há dezenas nos Estados Unidos e na Europa. Por enquanto, inexiste estimativa na população e os primeiros relatos em literatura médica sugerindo essa forma de parassonia (movimentos anormais durante o sono) são de 1996, por pesquisadores canadenses. E o transtorno não deve ser confundido com um ato sexual consentindo entre parceiros.
* O repórter viajou a convite da World Association of Sleep Medicine
O Globo
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