terça-feira, 17 de novembro de 2009

Morte de mulher atingida por pedra não foi acidental, diz polícia


Delegada Márcia Julião ouviu depoimento de motorista nesta terça (17).
Copeira, de 41 anos, foi atingida na cabeça e morreu logo depois.

A delegada Márcia Julião, da 34ª DP (Bangu), afirmou, na tarde desta terça-feira (17), que a morte da copeira Irene Moreira da Silva Pereira, passageira do ônibus atingido por uma pedra de 25 kg, não foi acidental.
Julião ouviu o depoimento do motorista do veículo nesta terça e agora investiga as condições nas quais essa pedra foi lançada. "A pedra não rolou sozinha", afirmou ela, acrescentando ainda que havia uma van ao lado da pessoa que jogou o objeto.
O motorista do ônibus que levava a copeira, que tinha 41 anos, disse ter visto uma pessoa jogando a pedra, quando o veículo passava sob um viaduto, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
O corpo da copeira está sendo velado na Igreja evangélica Brasil para Cristo. O enterro está previsto para as 16h, no Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste.
Irene deixa duas filhas – uma de 15 e outra de 22, que está de casamento marcado para o dia 10 de abril de 2010.

Como foi o caso
O ônibus da linha 397 (Tiradentes-Campo Grande) passava na madrugada de segunda-feira (16) pela Avenida Brasil, quando os passageiros ouviram um grande estrondo. Em seguida, viram que uma pedra, que estava ao lado de um dos bancos, havia atingido a copeira.
“Todo mundo pensou, na hora, que fosse uma batida de carros. Mas, logo, o cobrador, que estava perto, viu que a pedra atingiu a cabeça dela em cheio. A gente entrou em desespero e começamos a gritar para o motorista seguir para o hospital. Provavelmente, quem jogou a pedra queria que o ônibus parasse para assaltar”, contou a também copeira, Gilsimara dos Santos, 22 anos, que trabalhava com a amiga, mas resolveu sentar um pouco mais atrás.
O motorista levou o ônibus para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), aonde chegou cerca de dez minutos depois, mas Irene já estava morta ao ser atendida pelos médicos. De acordo com a assessoria da Secretaria estadual de Saúde, a vítima sofreu extensa fratura no crânio.

Viaduto em obras
Em nota oficial, a Polícia Militar informou que não chegou a ser acionada para o caso. De acordo com a PM, o viaduto que fica na Avenida Dra. Maria Estrela está em obras, e não há histórico de arremesso de qualquer objeto naquele local. A PM reforçou a segurança na região e nas vias próximas.
Irene, que trabalhava em uma casa de festa, saiu de Botafogo, na Zona Sul, às23h. Embarcou no ônibus 397 por volta de meia-noite e seguia para casa, junto com Gilsimara. “Ela sempre gostava de sentar ali, no banco atrás do cobrador. Eu preferia ficar na outra fileira, mais atrás. Que tragédia, meu Deus”, desabafou a amiga.


G1

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