segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ONU lança campanha contra preconceito no Brasil



Prostitutas, gays, lésbicas, portadores de HIV e negros são protagonistas
Objetivo é alertar a sociedade para os diretos humanos


A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou nesta segunda-feira (16), no Palácio do Itamaraty, no Centro do Rio, a campanha “Igual a Você”, para combater o preconceito. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a discriminação contra estudantes, gays, lésbicas, portadores do vírus HIV, negros, prostitutas, refugiados, transexuais, travestis e usuários de drogas.
“Todos nós que sofremos preconceitos devemos mostrar a cara, assim ajudamos no equilíbrio da civilidade”, disse Gabriela Leite, ex-prostituta, diretora da ONG Da Vida e uma das participantes da campanha.
Dez filmes de 30 segundos serão veiculados em emissoras de todo o país. Os personagens são as próprias vítimas de preconceito, como Jacqueline Rocha Côrtes, professora de inglês, ativista da ONU e portadora do HIV há 15 anos.
“É preciso mostrar a cara para salvar o corpo. A importância de participar dessa campanha é que essas questões passam a ser discutidas. É uma alegria poder contribuir para um mundo mais equânime e ainda junto com o meu marido, que aceitou a mostrar a cara junto comigo”, declarou ela, que é casada com Vitor Côrtes, também portador da Aids.
“Estima-se que 600 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil e quase dois terços não sabem”, revelou. Segundo ele, as que sabem sofrem com situações de discriminação.
Chequer disse ainda que o Brasil está bem representado na questão do tratamento e da prevenção da Aids, porém a grande dívida do país é com a discriminação que ainda existe com os portadores do vírus.
Em pesquisa, 92% assumem que existe preconceito contra gays
Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo em 2009 revelou que 92% dos entrevistados assumem que existe preconceito contra gays e lésbicas no Brasil. Desses, de 26% a 30% admitiram que têm preconceitos.
“O Brasil é o número um da lista de assassinatos a participantes da comunidade LGBT, são cem por ano” disse Chequer, acrescentando que nas zonas rurais do país são onde existe mais preconceito com gays.

Respeito às diferenças

Além da UNAIDS, diversas agências da ONU estão representadas na campanha contra as práticas discriminatórias, como humilhações, agressões e acusações injustas.
A oficial do Programa de Educação Preventiva para HIV/Aids da Unesco, Maria Rebeca Otero Gomes, alertou sobre a falta de material didático sobre esses grupos discriminados e ainda professores preparados. A conseqüência, segundo ela, é a evasão escolar e a queda no desempenho.
“São passos lentos, porque comportamento é difícil de ser mudado, mas estamos avançando”, disse ela.

Fonte: G1

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