sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Homens descobrem que foram trocados na maternidade há 26 anos no interior



Caso aconteceu em hospital de Catanduva, em São Paulo.
Teste de DNA confirmou troca, mas eles vão manter suas famílias.

Dois rapazes do interior de São Paulo descobriram esta semana que foram trocados na maternidade quando eram bebês, há 26 anos. A notícia foi um choque para as duas famílias, que moram em Catiguá, a 399 km da capital paulista, e Pindorama, a 378 km.
Daniel de Souza Santos é bem clarinho, quase loiro, de olhos azuis. Já os pais são morenos. Kléber Benedito da Silva é bem moreno, diferente dos pais, de pele e olhos claros. Os dois nasceram no mesmo dia, 1º de outubro de 1983, em um hospital de Catanduva, a 385 km de São Paulo.
A diferença entre as crianças e os pais sempre foi motivo de muitos comentários. Agora, com um teste de DNA, tudo foi esclarecido. “Disseram que o filho não era meu, porque ele era moreno. Senti humilhação”, contou José Olímpio da Silva, que criou Kléber.
“Falavam que eu tinha traído o meu marido”, disse Neuza dos Santos, que criou Daniel. Foi ela que se lembrou de uma pista importante que levou a identificação da troca. Ela diz que as enfermeiras trocaram as mantas, mas ninguém percebeu que os bebês tinham sido trocados.
Com a ajuda de amigos, ela e o marido chegaram à outra família. Os dois casais e os rapazes já se encontraram, mas não pretendem mudar de família. “Não vou querer mudar, nem eu nem o Daniel. A gente pode conviver, mas mudar não tem nem como”, contou Kléber, que é professor de Educação Física.
“Eu sou pai, sei como dói. Eu comentei com a minha esposa, se um dia acontecesse de minha filha ser trocada, eu não vou querer trocar não. Você pega um amor pela pessoa”, explicou Daniel, que é funcionário de uma usina.
Juntas, as duas famílias entraram juntas com uma ação de indenização por danos morais contra o hospital. A direção do hospital não quis comentar o caso.


G1

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