Aumento de 1.616% na venda de remédios contra TDAH alerta para risco de massificação de diagnósticos
Rio - Agitação, impulsividade e distração podem ser apenas características de crianças mais inquietas, e não sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Estima-se que de 3% a 6% das crianças entre 6 e 13 anos de idade sofram do distúrbio, mas especialistas alertam para o risco de diagnóstico errado. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (Idum), o consumo de comprimidos para controlar o TDAH cresceu 1.616% de 2004 a 2008. A Anvisa indica, para o mesmo período, aumento de 71% no número de caixas comercializadas.
Para o presidente do Idum, Antônio Barbosa, é necessário alertar a população sobre possíveis exageros. “Os números mostram que o medicamento está sendo receitado sem critério. Não precisa dopar uma criança para ela se concentrar nos estudos. É preciso ter cuidado”, observa o farmacêutico.
Um das dificuldades para o diagnóstico preciso é que o TDAH é diagnosticado clinicamente. Não existem exames que comprovem a doença, por isso é necessário que o médico faça uma avaliação minuciosa do histórico familiar da criança e até da vida escolar.
Coordenador de Neuro-Psiquiatria Infanto-juvenil da Santa Casa de Misericórdia, Fábio Barbirato admite exageros, mas alerta que apesar do aumento da venda de medicamentos que controlam o transtorno, somente 1,6% das crianças que sofrem de TDAH têm acesso ao tratamento. “A venda de remédios aumentou porque existem mais profissionais aptos a identificar a doença. Mas a alta também é explicada pelo erro do diagnóstico. Não é porque a criança está desobediente que ela tem o distúrbio”, alerta.
Segundo o especialista, 91% dos brasileiros desconhecem o TDAH. “Muitas crianças sofrem da doença, mas não tem acesso ao tratamento”. A atriz Silvia Pfeifer vive o drama na vida real. A filha, Emanuella Pfeifer, 24 anos, sofre de TDAH. Antes de ter o diagnóstico, Emanuella chegou a trocar de escola cinco vezes, e passou por pelo menos três psicólogos e quatro pedagogos.
Segundo a presidente da Associação Brasileira de Déficit de Atenção, Iane Kestelman, na maioria dos casos, o TDAH está associado a outras doenças, como dislexia, depressão e bipolaridade. “A família precisa buscar informações sérias, até para questionar a validade do diagnóstico, que nem sempre é feito corretamente”, aconselha a psicóloga.
ONDE BUSCAR AJUDA
Se você desconfia que seu filho esteja sofrendo de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperativide (TDAH), procure profissionais especializados no assunto. Caso tenha dúvidas, entre em contato com associações especializadas no transtorno e peça ajuda.
Centro Integrado de Psiquiatria da Criança e do Adolescente, em Laranjeiras. Informações pelo telefone (21) 2285-6351;
Pam Matoso - A unidade fica na Praça da Bandeira. Informações pelo telefone (21) 2273-0899;
Grupo de Estudos de Déficit de Atenção - Geda (UFRJ) - Informações pelo telefone (21) 2543-6351;
Santa Casa de Misericórdia - A unidade fica no Centro do Rio. Informações pelo telefone (21) 2221-4896
SINTOMAS
Se seu filho apresentar quatro ou mais destes sintomas e se isso estiver prejudicando a rotina diária da criança e da família, procure ajuda médica.
1. Ele tem dificuldade de manter atenção em tarefas longas ou brincadeiras que requerem atenção e concentração.
2. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
3. Ele esquece facilmente de fazer atividades diárias e os deveres de casa.
4. Ele esquece o material escolar, a mochila e até brinquedos.
5. Ele é muito agitado ou irriquieto. Não consegue ficar parado ou sentado por muito tempo.
6. Ele fala muito.
7. Ele tem dificuldade para leitura e escrita. Além disso, mistura diversos assuntos e não conclui nenhum deles.
8. Ele se distrai facilmente, parece que está sempre “voando”.
9. Ele comete erros por falta de atenção. Esquece vírgulas e acentos.
10. Ele é impulsivo, podendo ser agressivo.
11. O desempenho dele parece inferior ao esperado para a capacidade intelectual.
12. Ele está a mil ou frequentemente age como se estivesse “a todo vapor”.
13. Parece não escutar quando lhe falam diretamente.
14. É irriquieto com as mãos e os pés e se mexe muito.
15. Ele não consegue aguardar a vez dele.
Clarissa Mello
O DIA ONLINE
Rio - Agitação, impulsividade e distração podem ser apenas características de crianças mais inquietas, e não sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Estima-se que de 3% a 6% das crianças entre 6 e 13 anos de idade sofram do distúrbio, mas especialistas alertam para o risco de diagnóstico errado. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (Idum), o consumo de comprimidos para controlar o TDAH cresceu 1.616% de 2004 a 2008. A Anvisa indica, para o mesmo período, aumento de 71% no número de caixas comercializadas.
Para o presidente do Idum, Antônio Barbosa, é necessário alertar a população sobre possíveis exageros. “Os números mostram que o medicamento está sendo receitado sem critério. Não precisa dopar uma criança para ela se concentrar nos estudos. É preciso ter cuidado”, observa o farmacêutico.
Um das dificuldades para o diagnóstico preciso é que o TDAH é diagnosticado clinicamente. Não existem exames que comprovem a doença, por isso é necessário que o médico faça uma avaliação minuciosa do histórico familiar da criança e até da vida escolar.
Coordenador de Neuro-Psiquiatria Infanto-juvenil da Santa Casa de Misericórdia, Fábio Barbirato admite exageros, mas alerta que apesar do aumento da venda de medicamentos que controlam o transtorno, somente 1,6% das crianças que sofrem de TDAH têm acesso ao tratamento. “A venda de remédios aumentou porque existem mais profissionais aptos a identificar a doença. Mas a alta também é explicada pelo erro do diagnóstico. Não é porque a criança está desobediente que ela tem o distúrbio”, alerta.
Segundo o especialista, 91% dos brasileiros desconhecem o TDAH. “Muitas crianças sofrem da doença, mas não tem acesso ao tratamento”. A atriz Silvia Pfeifer vive o drama na vida real. A filha, Emanuella Pfeifer, 24 anos, sofre de TDAH. Antes de ter o diagnóstico, Emanuella chegou a trocar de escola cinco vezes, e passou por pelo menos três psicólogos e quatro pedagogos.
Segundo a presidente da Associação Brasileira de Déficit de Atenção, Iane Kestelman, na maioria dos casos, o TDAH está associado a outras doenças, como dislexia, depressão e bipolaridade. “A família precisa buscar informações sérias, até para questionar a validade do diagnóstico, que nem sempre é feito corretamente”, aconselha a psicóloga.
ONDE BUSCAR AJUDA
Se você desconfia que seu filho esteja sofrendo de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperativide (TDAH), procure profissionais especializados no assunto. Caso tenha dúvidas, entre em contato com associações especializadas no transtorno e peça ajuda.
Centro Integrado de Psiquiatria da Criança e do Adolescente, em Laranjeiras. Informações pelo telefone (21) 2285-6351;
Pam Matoso - A unidade fica na Praça da Bandeira. Informações pelo telefone (21) 2273-0899;
Grupo de Estudos de Déficit de Atenção - Geda (UFRJ) - Informações pelo telefone (21) 2543-6351;
Santa Casa de Misericórdia - A unidade fica no Centro do Rio. Informações pelo telefone (21) 2221-4896
SINTOMAS
Se seu filho apresentar quatro ou mais destes sintomas e se isso estiver prejudicando a rotina diária da criança e da família, procure ajuda médica.
1. Ele tem dificuldade de manter atenção em tarefas longas ou brincadeiras que requerem atenção e concentração.
2. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
3. Ele esquece facilmente de fazer atividades diárias e os deveres de casa.
4. Ele esquece o material escolar, a mochila e até brinquedos.
5. Ele é muito agitado ou irriquieto. Não consegue ficar parado ou sentado por muito tempo.
6. Ele fala muito.
7. Ele tem dificuldade para leitura e escrita. Além disso, mistura diversos assuntos e não conclui nenhum deles.
8. Ele se distrai facilmente, parece que está sempre “voando”.
9. Ele comete erros por falta de atenção. Esquece vírgulas e acentos.
10. Ele é impulsivo, podendo ser agressivo.
11. O desempenho dele parece inferior ao esperado para a capacidade intelectual.
12. Ele está a mil ou frequentemente age como se estivesse “a todo vapor”.
13. Parece não escutar quando lhe falam diretamente.
14. É irriquieto com as mãos e os pés e se mexe muito.
15. Ele não consegue aguardar a vez dele.
Clarissa Mello
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