quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Relembrando o Caso Isabella


Motivação do Crime
Um dos aspectos a serem analisados nas ações que culminaram com a morte da pequena Isabella é a motivação do crime. Acho oportuno voltarmos a este aspecto decorrido já um bom tempo da noite fatídica, pois muito discutimos sobre provas e teses, mas estas serão esmiuçadas muito melhor pela promotoria durante o Júri.
Para famílias e pessoas normais não existe NADA que justifique um ato que contenha tamanha brutalidade e crueldade. Dói em cada um de nós imaginar o suplício de um ser inocente e puro na tenra idade vendo sua vida se esvair na mão daquele que deveria amá-la e protejê-la. Quem não chorou ao tentar imaginar os últimos segundos de vida da nossa amada Isabella? Mas crimes assim, dentro do próprio seio familiar ou cometidos pelo proprio pai ou mãe que deveriam proteger a criança, não são cometidos por pessoas normais.
Abaixo trecho de um texto que descreve a personalidade da pessoa que comete o chamado "Filicídio".
O psiquiatra e médico legista do Instituto Médico-Legal Rui Fernando Cruz Sampaio afirma que, na grande maioria dos casos, os agressores têm uma personalidade antissocial – veem a sociedade como um mal necessário. "Dos casos analisados no departamento, 70% são cometidos por esse tipo de pessoa. Crimes familiares, diz o psiquiatra, são cometidos por banalidades e raramente são premeditados. "O estopim pode ser o sofrimento e a motivação é o impulso de se livrar do problema." Todos esses fatores agregados à violência física, psicológica e, algumas vezes, sexual são o estopim para o desfecho violento. "É um curto-circuito que pode acontecer com qualquer pessoa", diz. Sampaio lembra que quando se fala em filicídio (mãe/pai que provoca a morte do filho) está-se falando em comportamento psicopatológico, ou seja, existe sempre um quadro mental por trás da motivação.
Outro renomado psiquiatra forense vem reforçar o exposto acima porém vai além: Guido Palomba diz que, na maioria dos casos que analisou, a morte não foi premeditada. Às vezes, aquilo que o agressor acredita ser um castigo corriqueiro acaba em morte. O "curto-circuito mental" que leva a uma ação primitiva não ocorre com qualquer pessoa. "É preciso uma predisposição", afirma. Palomba cunhou o termo "condutopatia", hoje dicionarizado, para classificar as pessoas que estão na "zona de sombra" entre a normalidade e a doença mental. A "olho nu", são sociáveis, trabalham, têm amigos, família. "Mas, nas entranhas, têm comportamentos desviados que outras pessoas não apresentariam e, num momento de estresse ou ansiedade, podem cometer crimes dos mais hediondos".
O casal Nardoni, aparentemente levava uma vida normal, ambos cursaram faculdades, vindos de uma família de classe média, constituiram família, mas nesse micro universo havia certos ingredientes de desagregação familiar. Ana Jatobá com histórico de rompantes e agressões contra o próprio pai, dona de uma personalidade ciumenta , possessiva e que não admitia contrariedades. Alexandre de personalidade mais quieta, porém não menos agressiva, haja vista já ter ameaçado de morte a mãe e vó de Isabella quando contrariado por ter que pagar uma pensão de 250 reais e não concordar com a filha ir para uma escolinha....
Havia uma pressão latente no relacionamento dos dois que era o fato de Ana Jatobá ter ciumes da ex de Alexandre (mãe de Isabela).Cada final de semana que Isabella ia passar com o pai era a lembrança viva de Ana Carolina diante dos olhos faiscantes de insatisfação e ciúmes de Jatobá. Há diversos relatos de vizinhos que confirmam que as brigas barulhentas e recheadas de palavrões entre os dois aumentavam quando Isabella visitava o pai.Pobre Isabella que amava os irmãozinhos e amava seu pai e fazia vista grossa para o comportamento desequilibrado da madrasta...Isabella não reclamava porque sabia que era o preço que tinha que pagar para continuar convivendo com essa outra família que ela inocente e generosamente amava. Pagou com a vida.
Por isso, para que nossa pequena não tenha ido em vão, e não foi, é necessário que se faça JUSTIÇA, temos que dar um sentido a essa tragédia, honrar a memória desta pequena que morreu por amor, sim por que amava seus irmãos e acreditava no amor de seu pai e talvez até da tia Carol...

Blog Isabella Nardoni

2 comentários:

  1. Obrigada. Sempre que precisarem e quiserem usem e abusem das informações e artigos do nosso blog. Parabens pelo trabalho!!!

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  2. como pode ter sido acidente de morte se havia sangue no chao do apartamento e um corte na testa??

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