Mais de 70% da população brasileira enfrentou o problema no último ano, aponta estudo. E 7% sofrem de cefaleia crônica diária, que é desencadeada pela automedicação. A melhor forma de evitar o mal é fazer exercícios físicos
Rio - Um estudo da Sociedade Brasileira de Cefaleia comprovou que o brasileiro tem muita dor de cabeça. Em cada grupo de 100 pessoas, 72 sentiram esse tipo de dor no último ano, segundo o primeiro mapeamento sobre esse tema realizado no País. E pior: 7% dos entrevistados têm cefaleia crônica diária, mais do que o dobro da média mundial, que é de 3%.
“Essas pessoas têm dor de cabeça por 15 ou mais dias em um mês. E isso causa sérios prejuízos à vida, ao trabalho e à convivência familiar”, explica o neurologista Luiz Paulo de Queiroz, autor do estudo apresentado no Congresso Brasileiro de Cefaleia, em Vitória.
De acordo com ele, a falta de acesso a médico e o hábito de se automedicar são os principais fatores que levam o mal a se tornar crônico. “Com o tempo, o cérebro se acostuma a receber o analgésico e passa a causar dor para receber aquela substância”, conta o médico, acrescentando que essas pessoas devem buscar ajuda médica para desintoxicação.
Queiroz explica que há mais de 150 tipos de dores de cabeça, mas duas delas acometem 90% dos que têm o problema: a enxaqueca e a dor de cabeça tensional, aquela que pode ser desencadeada por cansaço, preocupações ou má postura, por exemplo. “Mulheres têm mais enxaqueca, que está muito relacionada a hormônios. Já os homens com mais escolaridade e baixo rendimento financeiro sentem dor de cabeça tensional mais frequentemente.”
A boa notícia é que atividade física ajuda a prevenir o sofrimento: o estudo apontou que pessoas que não fazem exercícios têm duas vezes mais risco de ter cefaleia crônica diária do que os que se exercitam regularmente. Nos casos de enxaqueca, sedentários têm risco 43% maior de ter o problema. “A produção de endorfina, que ocorre durante o exercício, diminui a sensibilidade cerebral à dor”, diz o médico.
Além da prática de exercícios, outra dica para os que querem fugir das dores de cabeça é evitar jejum prolongado. “A falta de alimento provoca queda na pressão e desencadeia uma reação química cerebral que causa a dor”, explica a neurologista Eliana Meire Melhado, da Faculdade de Medicina de Catanduva.
A gravidez como remédio
Mulheres têm maior risco de ter enxaqueca — a proporção é de três mulheres com esse tipo de dor para cada homem. A boa notícia é que a gravidez pode ser um remédio eficaz. Estudo da Unicamp mostrou que 63% das gestantes que têm enxaqueca ficam livres da dor ou relatam menos dor após engravidarem.
“Durante o ciclo menstrual, o estrogênio cai e o cérebro das mulheres que têm enxaqueca interpreta essa queda como dor. Na gravidez, há aumento de até 100 vezes da quantidade de estrogênio, que chega a curar a dor”, diz Eliana Melhado.
PÂMELA OLIVEIRA
O DIA ONLINE
Rio - Um estudo da Sociedade Brasileira de Cefaleia comprovou que o brasileiro tem muita dor de cabeça. Em cada grupo de 100 pessoas, 72 sentiram esse tipo de dor no último ano, segundo o primeiro mapeamento sobre esse tema realizado no País. E pior: 7% dos entrevistados têm cefaleia crônica diária, mais do que o dobro da média mundial, que é de 3%.
“Essas pessoas têm dor de cabeça por 15 ou mais dias em um mês. E isso causa sérios prejuízos à vida, ao trabalho e à convivência familiar”, explica o neurologista Luiz Paulo de Queiroz, autor do estudo apresentado no Congresso Brasileiro de Cefaleia, em Vitória.
De acordo com ele, a falta de acesso a médico e o hábito de se automedicar são os principais fatores que levam o mal a se tornar crônico. “Com o tempo, o cérebro se acostuma a receber o analgésico e passa a causar dor para receber aquela substância”, conta o médico, acrescentando que essas pessoas devem buscar ajuda médica para desintoxicação.
Queiroz explica que há mais de 150 tipos de dores de cabeça, mas duas delas acometem 90% dos que têm o problema: a enxaqueca e a dor de cabeça tensional, aquela que pode ser desencadeada por cansaço, preocupações ou má postura, por exemplo. “Mulheres têm mais enxaqueca, que está muito relacionada a hormônios. Já os homens com mais escolaridade e baixo rendimento financeiro sentem dor de cabeça tensional mais frequentemente.”
A boa notícia é que atividade física ajuda a prevenir o sofrimento: o estudo apontou que pessoas que não fazem exercícios têm duas vezes mais risco de ter cefaleia crônica diária do que os que se exercitam regularmente. Nos casos de enxaqueca, sedentários têm risco 43% maior de ter o problema. “A produção de endorfina, que ocorre durante o exercício, diminui a sensibilidade cerebral à dor”, diz o médico.
Além da prática de exercícios, outra dica para os que querem fugir das dores de cabeça é evitar jejum prolongado. “A falta de alimento provoca queda na pressão e desencadeia uma reação química cerebral que causa a dor”, explica a neurologista Eliana Meire Melhado, da Faculdade de Medicina de Catanduva.
A gravidez como remédio
Mulheres têm maior risco de ter enxaqueca — a proporção é de três mulheres com esse tipo de dor para cada homem. A boa notícia é que a gravidez pode ser um remédio eficaz. Estudo da Unicamp mostrou que 63% das gestantes que têm enxaqueca ficam livres da dor ou relatam menos dor após engravidarem.
“Durante o ciclo menstrual, o estrogênio cai e o cérebro das mulheres que têm enxaqueca interpreta essa queda como dor. Na gravidez, há aumento de até 100 vezes da quantidade de estrogênio, que chega a curar a dor”, diz Eliana Melhado.
PÂMELA OLIVEIRA
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