quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Criança tem que sentir medo?


A mensagem do escritor Maurice Sendak, de Onde vivem os monstros é clara: criança tem que sentir medo para gostar de uma história. A afirmação polêmica em um artigo do jornal inglês Guardian, veio no momento em que a crítica dá seu parecer sobre a adaptação do seu livro para o cinema pelo diretor Spike Jonze, alegando que trata-se de um filme muito assustador para o público infantil. Sendak afirma que as histórias marcantes são, sim, as mais assustadoras e que tramas que não mexam com o medo dos pimpolhos não se eternizam.
A fim de ratificar a tese, Sendak propõe que cada um faça um auto-interrogatório. Pense bem e tente se lembrar dos livros que te deixaram impressionado quando era jovem. É quase certo que um deles no mínimo tenha te conquistado pela sensação de arrepio e medo que causou.
Para testar a veracidade da tese de Maurice Sendak, O Livreiro resolveu jogar a questão para duas participantes da rede social para ver se elas acreditam no poder do medo ou se fogem nos primeiros indícios de que “o bicho vai pegar”. A primeira a se manifestar foi a livreira Andréia Bertelli, moderadora de três comunidades cheias de participantes: “Queria morar numa livraria”, “Devoradores de livros” e “Ler engrandece a alma”. O medo, para Andréia, anda de mãos dadas com a curiosidade.
“A gente não pode negar que as crianças amam ver filme de terror e ouvir histórias assustadoras. Aquele ‘medinho’ que dá é instigante e faz com que a criança se interesse mais e mais pelo final da história. É claro que não podemos usar essas histórias com o objetivo de colocar medo, mas com o interesse em prender a atenção delas e levá-las a raciocinar sobre alguns temas”, pondera Andréia.
Já a livreira Priscilla Paiva Moreira, moderadora da comunidade “Já chorei lendo livro” e “Mulheres de conteúdo”, não esconde o frio na espinha toda vez que se lembra de um clássico da literatura infanto-juvenil: O escaravelho do diabo, da série Vaga-Lume, escrito por Lúcia Machado de Almeida. O nome forte do livro já chama a atenção de qualquer adulto, quem dirá de uma criança que está começando a descobrir a aventura da leitura.
“Eu devia ter uns 10 anos de idade e achava assustador o assassinato que vinha logo após a vítima receber um misterioso escaravelho. Eu já tinha medo desses tipos de insetos. A associação deles com a morte me gerou um medo ainda maior naquela época. Ainda hoje consigo me lembrar claramente do medo que sentia”, recorda.
E você, o que acha? Histórias infantis que amedrontam são as histórias mais marcantes? E que livro te deixou “de cabelo em pé” quando criança?


Blog de O Livreiro

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