domingo, 26 de julho de 2009

Saiba mais sobre a Psicopatia: parte III


Jussara Canuto conta que Lucas sempre foi um bebê agressivo. Aos três anos, foi expulso da escolinha por problemas de comportamento um mês depois de ter sido matriculado.
A criança não parava quieta e agredia os colegas. Depois disso, a história se repetiu em outras escolas.
“E daí foi um abismo. Sempre com problema, toda escola que ia, ele não ficava. Meio social nosso foi cortado por completo porque onde chegava ninguém queria porque ele não parava, se tinha outra criança ele agredia.”
Quando o menino tinha 10 anos, os médicos da cidade de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, disseram que não poderiam fazer mais nada pelo garoto. E aconselharam Jussara a procurar ajuda em São Paulo.
Ela chegou ao ambulatório de crianças com transtorno de conduta do Hospital das Clínicas. A essa altura, ela já não saía de casa sozinha com o filho.
“Quando eu cheguei, eu cheguei totalmente descontrolada. Você já pensa o que vai ser na adolescência. O meu medo era o futuro, então eu não cuidava nem do presente. E o que eu ouvi aqui foi o seguinte: é uma batalha diária. É uma planta e você tem que regar ela diariamente, tem que zelar. E outra coisa, não basta você só dizer “é meu filho e eu amo”, você tem que cuidar e lutar pelos direitos dele”.
O ambulatório do Hospital das Clínicas recebe crianças a partir de quatro anos, indo até o início da adolescência.
Muitas delas foram encaminhadas pelas varas de infância e juventude. Crianças que já ouviram diversas vezes a frase de que são intratáveis. Crianças desafiadoras, com atitude de desrespeito às regras aos direitos alheios e agressividade.
O psiquiatra Paulo Germano Marmorato integra a equipe multidisciplinar que envolve médicos, psicólogos e psicopedagogos. Ele destaca que a personalidade ainda em formação das crianças permite que uma abordagem terapêutica dê bons resultados.
“Havia essa posição muito negativa a partir da idéia de que existe um transtorno de personalidade e que se a personalidade tem essa alteração não tem muito o que fazer, porque é do jeito de ser da pessoa. A questão é que quando a gente está falando de adolescentes, mas principalmente de crianças, essa personalidade ainda está em formação. A gente pode fazer, ou pelo a gente espera que uma abordagem bem efetiva possa fazer alguma transformações, possa agir em algumas estruturas psíquicas da criança para que ela perceba as vantagens, os benefícios de algumas mudanças de postura."
O psiquiatra explica que o tratamento começa com a investigação da história da família, quando os comportamentos negativos e positivos de todo o grupo são detectados.
Um dos pontos negativos mais comuns são os pais terem posturas disciplinares diferentes para as mesmas situações, algo que deixa a criança confusa.
A equipe do hospital também conversa diretamente com as escolas. Ou seja, o tratamento é conjunto e envolve todo o universo próximo da criança.
O filho de Jussara Canuto está em tratamento há um ano e ela relata que houve uma mudança sensível em seu comportamento. Ela destaca a importância dos pais procurarem ajuda profissional.
Jussara diz ainda que a troca de experiências com outros pais pode ser muito enriquecedor.
“Por você não saber, fazer tanto e não ver resultado, a forma com que eu agia era agressiva, não fisicamente, mas verbalmente, nunca tendo paciência com nada. E me culpando nunca por não saber lidar. Quando eu vim no grupo e você escuta histórias de outras mães, você fica, poxa, não sou só eu, porque acha que é a bruxa. Você vê que não é só você. E o mais importante é que cada uma fala do que faz de errado, mas do que fez e deu certo.”
O comportamento agressivo ou antissocial das crianças geralmente tem várias causas. Na maioria das vezes, elas já apresentam um temperamento desafiador ou dissimulado. E por serem crianças difíceis, se acostumam a ouvir o tempo todo que são crianças difíceis.
O psiquiatra Paulo Germano Marmorato destaca que isso reforça o comportamento delas. Segundo ele, um dos caminhos importantes do tratamento é reforçar a autoestima das crianças.
“Elas tendem a ter uma visão de si muito negativa. Em geral elas têm um histórico de tanto a visão alheia quanto própria de que elas realmente valem pouco, uma história de humilhação, de pouca valorização. Então a gente também procura valorizar o que ela tem de bom pra que isso possa ser um fator pra alavancar os comportamentos pró-sociais.”
O psiquiatra admite que existem casos em que as crianças ou jovens não respondem ao tratamento. Dependendo da situação, alguma medicação pode ser prescrita, além do acompanhamento junto à família.
Segundo ele, os bons resultados com crianças com transtorno de personalidade acontecem quando os profissionais conseguem estabelecer um vínculo com elas.
“Apesar de muitas vezes chegarem com um ar de desconfiança e hostilidade, mas elas percebem que alguem está genuinamente interessada por elas, alguém realmente se apresenta como algo em que elas podem confiar, a gente consegue algumas respostas positivas. É claro que isso se estabelece a longo prazo."
A psicopedagoga e psicóloga Nívea Maria Fabrício tem 30 anos de experiência com crianças com transtorno de aprendizagem ou de personalidade.
Ela reconhece que são casos difíceis e que precisam de atendimento personalizado, o que é acessível a poucas poucas pessoas no Brasil.
Sobre os professores que lidam com esses casos, Nívea reitera que a criança precisa sentir que o profissional acredita no valor da criança.
"São jovens extremamente sensíveis que precisam perceber no profissional que trabalha com eles a crença na possibilidade de resgate. A crença neles, a crença no trabalho e no investimento, o investimento é forte. Costumo dizer que é um investimento de energia muito grande. Nós, profissionais, precisamos estar muito alimentados pra dar conta."
O que leva algumas crianças e jovens a responder ou não ao tratamento é um mistério.
A psiquiatra forense Hilda Morana destaca que existe um aspecto na constituição das crianças que faz com os casos sejam mais leves ou mais complicados. Ou seja, o componente genético é bastante forte.
Como exemplo, Hilda fala de crianças de nascem em meios violentos e dos jovens que cometem delitos e recebem atendimento nas FEBEMS.
"Então, você vê numa favela crianças que nascem naquele meio horroroso e fogem dele, se adaptam, estudam, trabalham, não tem nada a ver. Você vê crianças que se juntam e depois que são presas, em um ano e meio em média eles já voltam a ter um comportamento adequado. Quer dizer, ele não é nenhum anjo, já tem um transtorninho, porque se ele não tivesse um transtorno leve ele nem iria se juntar ao bando. E você vê os verdadeiros psicopatas, que você faz o que você quiser, um ano e meio, dois, três de FEBEM, e não tem jeito, o indivíduo continua sendo o que é. Esse é o verdadeiro psicopata."
Hilda Morana destaca que seria importante fazer um trabalho nas escolas para capacitar os professores a reconhecer e encaminhar crianças com transtorno de personalidade.
Ela afirma que com o acompanhamento adequado, é possível que muitos casos de transtorno de personalidade na infância não cheguem a formar adultos problemáticos ou mesmo casos de psicopatia grave.

De Brasília, Daniele Lessa

Fonte: Rádio Câmara
Colaboração da leitora Maria Célia Ruiz

Leia também: Saiba mais sobre psicopatia: parte II e Saiba mais sobre psicopatia: parte I

11 comentários:

  1. Estudos demonstram que filhos de psicopatas têm cinco vezes mais chances de desenvolver o mesmo transtorno.
    Sabemos que todo transtorno mental tem causas biológicas, psíquicas e sociais. Uma criança filha de psicopata,tem ainda mais chances de desenvolver o transtorno. Um jovem pode desde cedo começar a demonstrar os primeiros sinais de que há algo errado

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  2. O psicopata sabe exatamente o que faz inclusive que tais atos são ilegais ou imorais. Ele tem ciência de que pode ser pego pela polícia e levado à justiça. Sendo assim, o psicopata calcula meticulosamente os seus passos. Um estelionatário ardiloso, por exemplo, planeja cada passo, cada detalhe para que seu plano tenha êxito e para que nada seja descoberto antes do tempo. Tudo o que o psicopata faz é normal e natural, para ele mesmo, é claro. Por não sofrer de remorso ou culpa, comete os piores crimes e atrocidades sem pestanejar.

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  3. A psicopatia tem algum tratamento?

    É preciso entender que a maneira de ser do psicopata é algo ruim para nós, mas para eles é algo perfeitamente normal e aceitável. Ainda não soube de nenhum caso de um psicopata estelionatário que passe por uma crise existencial e procure um tratamento. No psicopata grave então, nem se fala. As tentativas de intervenção, para estes casos graves, se dão no meio carcerário. Infelizmente, tais intervenções, são complicadas e conturbadas. Adoraria dizer o contrario, mas ainda não há cura para a psicopatia, e o tratamento se dá visando a redução de danos. Ou seja, é uma tentativa de tratamento que tem como objetivo diminuir os efeitos e os prejuízos sociais causados pelo psicopata.

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  4. - Mestres da Mentira:

    Para eles a realidade e a ilusão fundem-se num só conceito pelo qual regem o seu mundo. São capazes de contar uma mentira como se estivessem a descrever detalhadamente uma situação real. Não mentem apenas para fugirem de uma situação constrangedora, mas pura e simplesmente porque não sabem viver sem mentir.

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  5. - Manipulação e Egoísmo:

    Não tem a noção de bem comum. Desde que ele esteja bem, o resto do mundo não lhe interessa. O psicopata é um indivíduo extremamente manipulador que usa o seu encanto para atingir os seus objectivos, nunca pensando nas emoções alheias. Não reconhece a dor que provoca nos outros e por isso, usa as pessoas como peões, objectos que pode pôr e dispor conforme lhe convêm. Manifesta facilidade em lidar com as palavras e convencer as pessoas mais vulneráveis a entrarem no “jogo” dele.
    Querem controlar todos os relacionamentos, impedindo que familiares e amigos confraternizem paralelamente, sem a sua presença. Para tal recorrem as esquemas, intrigas e claro, ao seu charme para se fingir amigo
    Os textos acima foram escrito por
    Daniela Mann

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  6. Sociopatas comunitários, também chamados de psicopatas leve, estão em todo lugar. Só agora a psiquiatria está descobrindo que eles são tão frequentes, atingindo até 4% da sociedade.

    Antes a psiquiatria achava que eram apenas 1% das pessoas, e que em geral fossem bandidos, criminossos, presidiários, mas com exames mais sofisticados hoje se sabe que são até 4% e a maioria vive na sociedade e muitas vezes tem possições até invejadas, e sabem usar de sua lábia e inteligência para se safar da lei.

    Eles podem ser médicos irresponsáveis, juízes corruptos, advogados sacanas, empresários trapaceiros, pois são inteligentes em geral. Se vcs foram vítimas de um mal profissional que os enganaram, e depois mentiram na maior cara de pau e ainda tentaram te fazer de vilão da história, e sem nenhum remorso, há boas chances te terem sido vítimas de um sociopata.

    Apenas os sociopatas que não se controlam, ou que não conseguem segurar seus inpulsos, é que costumam ir pra cadeia. Muitos deles, especialmente no Brasil, onde a lei é fraca e a socieade conivente com os corruptos, acabam sempre se safando e já sabem como fazer as coisas de modo a não serem pegos.

    Nunca deem uma segunda chance a pessoas que não valem nada, pois estas pessoas nunca mudam. É da natureza delas serem más, e da natureza delas não sentirem culpa ou remorço pelo mal que fazem. São maus por natureza e sempre farão o mal se tiverem chance.

    No Youtube tem vários videos de uma psiquiatra explicando como identificar e se proteger de sociopatas. basta digitar Ana Beatriz Sociopatas, no buscador do youtube, que aparecerão vários videos dela falando a respeito.

    ASS:ANA PAULA

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  7. Utilidade publica – para meninas solteiras
    Como identificar um sociopata do amor

    Sociopatas são seres extremamente inteligentes e criativos. São carismáticos, envolventes e geralmente entendem de tudo um pouco, funcionam como uma espécie de wikipedia ambulante.
    Os “sociopatas do amor” (adotei esse termo) escolhem suas vitimas e traçam seus perfis muito rápido, assim conseguem desenvolver uma linguagem que se aproxima com o universo da coitada e ela confunde com afinidade.
    Esse tipo de louco entende muito bem de comportamento, são geralmente cultos e estudiosos. Buscam conhecer aspectos sociais, psicológicos, astrológicos, antropológicos e por ai vai. Dessa forma eles constroem uma retórica mais ou menos embasada nos mesmos pontos, ou, “pontos fracos” de suas presas, e repetem como mantras suas criações elaboradas maquiavelicamente.
    No caso da mulher, o ponto fraco esta relacionado ao universo da ilusão, da vida perfeita com o homem perfeito, ou seja; a família. (É, Darwin tava certo, tudo é em prol da tal perpetuação.) Se ela for uma recém saída de um relacionamento ou em fase de carência, daí é um prato cheio pra eles. Eles se tornam os seres mais atraentes pois demonstram serem confiáveis e amigos (tudo que alguém traumatizado espera encontrar num pos relacionamento).
    Cuidado meninas quando algum homem atraente e inteligente surge e logo invade sua alma com assuntos que despertam o lado mais sensível da gente, desconfie se ele falar que sonha em ser pai, que quer construir algo etc. Se ele mal te conhecer e já vier com esse papo fique esperta!!!! Ele fala isso pra todas! E não será difícil você logo ter a triste surpresa que ele fazia isso simultaneamente com você e mais outras tantas.

    É isso meninas, espero que minhas pesquisas e vivencias possam contribuir para que outras mulheres não caiam na teia desses selvagens. Lembrem-se, eles se camuflam e passam fácil por príncipes encantados, mas se sua intuição for boa, logo percebera que são pessoas infelizes que buscam compensar seus vazios com pessoas boas! São sapos bemmm feios!!!!

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  8. Bom dia leitores.

    Venho informar que mais uma da quadrilha de Adriana Peres Perrone foi presa no dia 19/04/2011 conforme informações passadas pelo site do Bom Dia Brasil.

    Edição do dia 19/04/2011

    19/04/2011 08h30 - Atualizado em 19/04/2011 08h30
    RJ: presa golpista que vendia vagas para Olimpíadas e Copa de 2014
    No Rio de Janeiro, era golpe de uma estelionatária. A polícia descobriu e prendeu a bandida. Seis vítimas já foram identificadas.
    Simone Neves aplicava o golpe principalmente em pessoas próximas. Na internet, ela exibe um currículo exemplar. Diz que atualmente trabalha para a Petrobrás. Foi justamente na porta de um dos prédios da empresa, no Rio de Janeiro, onde Simone foi presa em flagrante na tarde de segunda-feira (18). Ela tinha acabado de receber R$ 1 mil de um candidato a uma vaga que nunca existiu na organização das Olimpíadas de 2016, no Rio.



    http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/04/rj-presa-golpista-que-vendia-vagas-para-olimpiadas-e-copa-de-2014.html

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  9. INCRÍVEL..mais uma dentro do presídio - a quadrilha esta se reunindo. SIMONE NEVES - CUMPLICE DE ADRIANA PERRONE - comprovado.
    JUSTIÇA DOS HOMENS SE CUMPRE

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  10. Gratas, já está no blog.
    Maria Célia e Carmen

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