Mulheres e homens expressam agressividade de maneiras diferentes
"Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem". Você concorda com Friedrich Nietzsche? Pelo jeito, mais gente vê sentido no raciocínio do filósofo alemão. Tanto assim que a frase atravessou dois séculos e ainda hoje rende discussões. Vingança, especificamente, foi alvo de um estudo recém divulgado pela Universidade Ibero-Americana, no México.
A pesquisa, de autoria do psicólogo Oscar Galicia, constatou que, quando o assunto é a reação das pessoas à raiva, os homens tendem a partir mais facilmente para a reação física, enquanto as mulheres costumam expressar a mágoa de forma mais controlada _ e a vingança muitas vezes é até premeditada.
O estudo do mexicano Oscar Galicia trata da reação de homens e mulheres à raiva. Os pesquisadores do laboratório de neurociências do Departamento de Psicologia da Universidade Ibero-Americana concluíram que o gênero masculino tende a ser mais impulsivo, e o feminino mais "vingativo a longo prazo", após avaliar 42 mulheres e número igual de homens, que foram expostos a 120 imagens cujas características principais eram: agradável, desagradável, estimulante à ação e propensa à inatividade (ou imagens deprimentes).
Enquanto viam as imagens, as pessoas eram monitoradas via eletroencefalograma e pela medida de respostas da atividade neurovegetativa (temperatura corporal, frequência cardíaca e tensão muscular). Ao reagir de forma emocionalmente ativa a algo desagradável, o indivíduo era classificado como agressor reativo. Quando, ao contrário, a reação emocional era mais fraca e a pessoa pensava em algo que o libertaria da raiva posteriormente, era classificado como proativo.
A conclusão a que o autor do estudo chegou é que 70% dos homens tendem à impulsividade, enquanto apenas 10% das mulheres têm a mesma propensão.
– A conduta agressiva é maior nos machos de todas as espécies. Na espécie humana não é diferente, há diferenças marcantes na expressão da agressão, de acordo com o gênero – conclui o psicólogo.
Basta tocar no assunto para as histórias de vingança feminina pipocarem em qualquer círculo de conversa. Difícil quem não conheça um caso. Mas o que leva uma pessoa a planejar uma desforra? A razão é a mesma que faz com que alguém saia no tapa numa discussão. São formas de lidar com a raiva. Rachel Schlindwein Zanini, neurocientista e neuropsicóloga, dá explicações físicas, psicológicas e históricas para o comportamento distinto de meninos e meninas:
– O cérebro propriamente dito é diferente. O masculino é mais pesado e mais assimétrico do que o das mulheres. Nós, mulheres, usamos mais os dois hemisférios cerebrais do que os homens. O homem tende a uma atitude motora, como dar um soco. A mulher planeja.
* Colaboraram Laura Coutinho e Viviane Bevilacqua
donna
"Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem". Você concorda com Friedrich Nietzsche? Pelo jeito, mais gente vê sentido no raciocínio do filósofo alemão. Tanto assim que a frase atravessou dois séculos e ainda hoje rende discussões. Vingança, especificamente, foi alvo de um estudo recém divulgado pela Universidade Ibero-Americana, no México.
A pesquisa, de autoria do psicólogo Oscar Galicia, constatou que, quando o assunto é a reação das pessoas à raiva, os homens tendem a partir mais facilmente para a reação física, enquanto as mulheres costumam expressar a mágoa de forma mais controlada _ e a vingança muitas vezes é até premeditada.
O estudo do mexicano Oscar Galicia trata da reação de homens e mulheres à raiva. Os pesquisadores do laboratório de neurociências do Departamento de Psicologia da Universidade Ibero-Americana concluíram que o gênero masculino tende a ser mais impulsivo, e o feminino mais "vingativo a longo prazo", após avaliar 42 mulheres e número igual de homens, que foram expostos a 120 imagens cujas características principais eram: agradável, desagradável, estimulante à ação e propensa à inatividade (ou imagens deprimentes).
Enquanto viam as imagens, as pessoas eram monitoradas via eletroencefalograma e pela medida de respostas da atividade neurovegetativa (temperatura corporal, frequência cardíaca e tensão muscular). Ao reagir de forma emocionalmente ativa a algo desagradável, o indivíduo era classificado como agressor reativo. Quando, ao contrário, a reação emocional era mais fraca e a pessoa pensava em algo que o libertaria da raiva posteriormente, era classificado como proativo.
A conclusão a que o autor do estudo chegou é que 70% dos homens tendem à impulsividade, enquanto apenas 10% das mulheres têm a mesma propensão.
– A conduta agressiva é maior nos machos de todas as espécies. Na espécie humana não é diferente, há diferenças marcantes na expressão da agressão, de acordo com o gênero – conclui o psicólogo.
Basta tocar no assunto para as histórias de vingança feminina pipocarem em qualquer círculo de conversa. Difícil quem não conheça um caso. Mas o que leva uma pessoa a planejar uma desforra? A razão é a mesma que faz com que alguém saia no tapa numa discussão. São formas de lidar com a raiva. Rachel Schlindwein Zanini, neurocientista e neuropsicóloga, dá explicações físicas, psicológicas e históricas para o comportamento distinto de meninos e meninas:
– O cérebro propriamente dito é diferente. O masculino é mais pesado e mais assimétrico do que o das mulheres. Nós, mulheres, usamos mais os dois hemisférios cerebrais do que os homens. O homem tende a uma atitude motora, como dar um soco. A mulher planeja.
* Colaboraram Laura Coutinho e Viviane Bevilacqua
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