quinta-feira, 23 de julho de 2009

Violencia contra a mulher

Este tipo de violência atinge a família, a sociedade em geral e a economia do país. Para tanto é necessária a conscientização de que a violência contra a mulher é um problema social e de saúde pública, que traz conseqüências físicas e psicológicas para a vítima, como também para crianças e adolescentes que a vivenciam.
Ocorre em todos os níveis sociais, ficando mais evidente nas classes menos favorecidas economicamente. É possível que este dado seja reflexo cultural do mito que “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, diferenciando formas de denúncia sobre o problema (Roque & Ferriani, 2002).
O não enfrentamento desse problema tem como risco, entre outros tantos, o ciclo de violência (Marido/pai agressor = filhos agressores), 41% dos agressores também são violentos com os filhos; um terço dessas crianças tendem a reproduzir essa agressividade – ciclo de violência e sofrimento.

Porque há dificuldades em denunciar ?

- Publicização recente do fenômeno (somente na década de 70);
- Relações de poder X lugar social da mulher (rainha do Lar, dona de casa, subordinada ao marido);
- Heranças de um sistema patriarcalista;
- Medo de represálias, receio de passar privações, de serem julgadas...

Quem são os agressores?

- Cônjuges;
- Parentes;
- Pessoas próximas;

Perfil de famílias

- Muito rígidas, seguindo modelos tradicionais de família.
- Comportamentos e sentimentos contraditórios (momentos de violência X sedução, afeto, carinho, presentes, arrependimentos).

Perfil dos agressores

- Apontam as características das esposas/companheiras como motivo de suas explosões. - Indivíduos sedutores;
- Não admitem que são agressores;

Perfil das Vítimas

- Menos capazes de se proteger;
- Demosntram insegurança ;
- Baixa auto-estima;
- Mais propensas a aceitar a vitimização como parte de sua condição (Submissão);

Possíveis sinais e sintomas de mulheres vítimas de violência doméstica:

- Depressão e ansiedade;
- Perturbação do sono;
- Transtornos alimentares (anorexia, bulimia, obesidade);
- Fobias;
- Dificuldades de relacionar-se;
- Manifestações psicossomáticas (taquicardia, dores no peito, colites, sangramentos uterinos...);
- Maior pré-disposição para infecções;
- Maior uso de álcool, tabaco e calmantes.

Possibilidades de ação:

1º passo – rompimento, afastamento da relação entre o possível agressor e vítima.

As mulheres buscam primeiro ajuda da família e de relações próximas; só quando esta ajuda informal se mostra insuficiente buscam serviços de apoio.

Onde denunciar/notificar?

- Delegacia da Mulher;

- Promotoria da Justiça;

- Secretaria Municipal de Saúde (órgãos de apoio);

Três tendências de análise sobre a participação da mulher nas relações de violência:

1) Homens violentos e algozes X mulheres subordinadas e vítimas (acarreta uma idéia de polarização, favorecendo uma análise de “vitimização” da mulher, ficando evidente sua passividade).

2) Mulheres não são vistas como vítimas (há uma idéia de igualdade entre as violências perpetradas pelos homens e as formas de reação da mulher).

3) Vítimas não são passivas (podem construir individual e coletivamente estratégias de ruptura da violência).

Conheça os Dados:

- Cerca de uma em cada cinco brasileiras declara espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência. O índice de violência sobe para 43% quando se trata de diferentes forma de agressão (Fundação Perseu Abramo, 2002).

- 70% dos incidentes de violência contra a mulher ocorreram no lar, praticados por maridos/parceiros. 40% desses casos caracterizam-se por lesões graves (dados do Banco Mundial).

- Violência conjugal: agressão psicológica (78,3%), abuso físico (34,4%), sendo 12,9% graves. Inquérito reaizado em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal, 2002/2003. (Cad. Saúde Pública, 2006).

- Maridos e companheiros foram os responsáveis por 87% dos casos de violência doméstica contra as mulheres no Brasil. Essa violência começou antes dos 19 anos de idade para 35% dessas mulheres e é uma prática de repetição para 28%. Pesquisa nacional (DataSenado - Senado Federal, 2007 ).

GRUPO PESQUISA VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR FMP - 21 de outubro de 2007

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