segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ativistas lutam por benefício imigratório para casais gays


A ameircana Judy Rickard (esq.), de 61 anos, não pode estender a legalização nos EUA para a sua parceira, a britânica Karin Bogliolo. Foto: Paul Sakuma/AP

Em todo os EUA, ativistas de defesa do casamento gay estão fazendo lobby para que a mesma lei que beneficia Adão e Louise possa contemplar Adam e Steve.

Hoje todo cidadão americano pode legalizar o cônjuge estrangeiro, desde que de sexo oposto, através do matrimônio. Existe até o benefício de encurtar o tempo em que o estrangeiro possa pedir a cidadania americana – de 5 anos para quem se legaliza pelo trabalho, e 3 anos para quem casa com americano.

No entanto, estima-se que cerca de 36 mil casais gays multi-nacionais, que vivem nos EUA, não têm o mesmo benefício.

E o maior argumento dos críticos à idéia de dar aos casais gays o benefício das leis imigratórias é o de que as autoridades teriam dificuldade de desmascarar fraudes. Só que essa linha pensamento também pode ser aplicada aos casais heterossexuais. Quem já não ouviu falar em “fulana casou para conseguir os papéis?”

Agora, pelo menos 100 deputados federais e 20 senadores estão apoiando uma proposta de lei que corrigiria o problema. Se for aprovado o projeto, que ainda não tem prazo para ser apresentado no plenário, os EUA se juntariam a um grupo seleto de 19 países que já reconhecem o casamento entre pessoas do mesmo sexo para fins imigratórios.

O problema é que o tema fica numa “esquina,” entre dois assuntos explosivos: casamento gay e reforma imigratória.

Por exemplo, um poderoso aliado da legalização dos imigrantes, a Conferência dos Bispos Católicos, não apóia a medida. Em carta ao deputado Mike Honda, democrata da Califórnia, os bispos disseram que a provisão “provocaria a erosão do casamento e da família, caso se estendessem os benefícios imigratórios ao relacionamento entre pessoas do mesmo sexo.”

Por outro lado, algumas ONGs que defendem a regularização dos imigrantes temem que incluir a emenda na proposta de reforma imigratória que deve ser apresentada em setembro pode “embaçar” os esforços feitos até agora.

O senador Jeff Sessions, republicano do Alabama, duvida que a legislação possa ser aprovada no Congresso. Ele diz que “aprovar a proposta significaria dar nova definição ao casamento e ainda encorajaria muitos imigrantes a virem para os EUA de maneira fraudulenta.”

No entanto, a American Bar Association apóia a inclusão do tema “parceiros permanentes” na proposta de legalização que tramita no Congresso. De acordo com essa proposta, se qualifica como parceiro pemanente “todo indivíduo, com 18 anos ou mais, que está vivendo uma relação íntima com outro indivíduo, com 18 anos ou mais, que se comprometeu consentidamente à vida a dois.”

Em reportagem no “Washington Post” de hoje, a californiana Judy Rickard reclama que só consegue ver a sua parceira, a britânica Karin Bogliolo, 6 meses por ano.

Judy chegou a pensar em mudar para a Inglaterra. Mas sua parceira vetou a idéia.

“Judy tem pais mais velhos, toda a sua família está aqui, ela sempre morou nos EUA. Eu já morei em vários países. Acho que ela sentiria muito diferença ao sair de San Jose para morar na Europa. Se fosse possível me legalizar, eu mudaria para cá,” disse Karin.



Brasil com Z

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