domingo, 19 de julho de 2009

Nova gripe causa morte além do grupo de risco


Não há mais garantias de que pessoas saudáveis têm menos chances de adoecer

Não precisa ser idoso nem criança. Também não precisa viajar para o exterior nem ter um histórico de doenças. A gripe A H1N1 não tem mais grupos de risco no Brasil. Qualquer um, segundos especialistas, está exposto ao vírus. E até o próprio ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirma que não há mais como garantir que pessoas saudáveis tenham menos chance de desenvolver um quadro grave da doença - e até chegar à morte.O Ministério da Saúde confirmou sete novas mortes por causa da nova gripe esta semana. Dessas, três eram pessoas que não apresentavam nenhuma doença pré-existente. "O universo de análise ainda é pequeno e é cedo para fazer conclusões", afirmou Temporão. O ministro, entretanto, disse que não é mais possível afirmar que pessoas sem histórico de doenças graves têm menos risco de desenvolver complicações com a nova gripe. Até agora, a doença já infectou 1.175 pessoas no Brasil, com 11 mortes. Foram sete óbitos no Rio Grande do Sul, três em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A maior parte dos contaminados, no entanto, se recuperou. Até a noite de sexta-feira seis pacientes, sendo cinco de Campinas (SP) e região e um de Passo Fundo (RS) morreram com sintomas da doença, mas a causa das mortes ainda não foram confirmadas.O infectologista César Carranza reforça a tese de que não há mais grupos ou locais de risco para a nova gripe. "A doença está espalhada. Não adianta evitar locais para se proteger", afirma. "A política agora tem que ser de redução de danos", avalia o infectologista Pedro Tauil. O Ministério da Saúde confirmou na quinta-feira passada que a menina de 11 anos que morreu vítima da gripe AH1N1 em Osasco (SP), em 30 de junho, não teve contato com casos vindos do exterior - o que comprova a circulação do vírus no estado. Com isso, o Brasil entrou na lista de países onde há transmissão sustentada da doença. Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino Unido também fazem parte desse grupo.Para Temporão, a situação era esperada. "Não há nenhum motivo para pânico nem para uma mudança radical de comportamento", afirmou Temporão. Ele reitreou que não haverá mudanças, por enquanto, nos protocolos de combate e prevenção à doença. E disse que a prioridade será tratar os casos mais graves. "Esse tratamento independe de confirmação do exame laboratorial", disse.

Fonte: Correio Braziliense
Foto: Thiago Teixeira

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