
Não há mais garantias de que pessoas saudáveis têm menos chances de adoecer
Não precisa ser idoso nem criança. Também não precisa viajar para o exterior nem ter um histórico de doenças. A gripe A H1N1 não tem mais grupos de risco no Brasil. Qualquer um, segundos especialistas, está exposto ao vírus. E até o próprio ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirma que não há mais como garantir que pessoas saudáveis tenham menos chance de desenvolver um quadro grave da doença - e até chegar à morte.O Ministério da Saúde confirmou sete novas mortes por causa da nova gripe esta semana. Dessas, três eram pessoas que não apresentavam nenhuma doença pré-existente. "O universo de análise ainda é pequeno e é cedo para fazer conclusões", afirmou Temporão. O ministro, entretanto, disse que não é mais possível afirmar que pessoas sem histórico de doenças graves têm menos risco de desenvolver complicações com a nova gripe. Até agora, a doença já infectou 1.175 pessoas no Brasil, com 11 mortes. Foram sete óbitos no Rio Grande do Sul, três em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A maior parte dos contaminados, no entanto, se recuperou. Até a noite de sexta-feira seis pacientes, sendo cinco de Campinas (SP) e região e um de Passo Fundo (RS) morreram com sintomas da doença, mas a causa das mortes ainda não foram confirmadas.O infectologista César Carranza reforça a tese de que não há mais grupos ou locais de risco para a nova gripe. "A doença está espalhada. Não adianta evitar locais para se proteger", afirma. "A política agora tem que ser de redução de danos", avalia o infectologista Pedro Tauil. O Ministério da Saúde confirmou na quinta-feira passada que a menina de 11 anos que morreu vítima da gripe AH1N1 em Osasco (SP), em 30 de junho, não teve contato com casos vindos do exterior - o que comprova a circulação do vírus no estado. Com isso, o Brasil entrou na lista de países onde há transmissão sustentada da doença. Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino Unido também fazem parte desse grupo.Para Temporão, a situação era esperada. "Não há nenhum motivo para pânico nem para uma mudança radical de comportamento", afirmou Temporão. Ele reitreou que não haverá mudanças, por enquanto, nos protocolos de combate e prevenção à doença. E disse que a prioridade será tratar os casos mais graves. "Esse tratamento independe de confirmação do exame laboratorial", disse.
Fonte: Correio Braziliense
Foto: Thiago Teixeira
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