quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Justiça de SP decide manter Roger Abdelmassih preso


A Justiça negou pedido de Roger Abdelmassih, 65 para que ele fosse libertado. Os advogados do médico já tinham recorrido ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal), sem sucesso. O caso voltou para a primeira instância, que novamente decidiu que Abdelmassih deverá ficar na prisão.
Entenda o caso que envolve o médico Roger Abdelmassih
Abdelmassih está preso desde o último dia 17 de agosto. Ele já teve outros três pedidos de liberdade negados pela Justiça, e foi transferido para o presídio de Tremembé (147 km de São Paulo). O médico é acusado de atentado violento ao pudor e estupro contra ex-pacientes.
Os advogados alegaram que, como ele teve o registro profissional suspenso pelo Cremesp, o conselho estadual de medicina, não representaria mais risco às pacientes e por isso poderia ser libertado. A juíza Kenarik Boujikian Felippe não acolheu os argumentos.
Em sua sentença, ela diz o seguinte: "Indefiro o pedido de relaxamento da prisão preventiva. De fato, o documento juntado pela Defesa indica que o acusado sofreu interdição cautelar do exercício profissional, entretanto esta sanção é de caráter administrativo e as demais razões apontadas pela decisão, que se encontra em fase recursal, não foram alteradas, razão pela qual fica mantida."
Segundo o Ministério Público de São Paulo, Abdelmassih é acusado de 56 estupros. A denúncia foi feita com base em legislação que passou a vigorar no mês passado, segundo a qual o antigo "ato libidinoso" passa a ser considerado como "estupro". Pela legislação anterior, seriam 53 atentados violentos ao pudor (atos libidinosos) e três estupros (quando há conjunção carnal).
Em geral, as mulheres o acusam de tentar beijá-las ou acariciá-las quando estavam sozinhas --sem o marido ou a enfermeira presente. Algumas disseram ter sido molestadas após a sedação.

Outro lado
Desde que foi acusado pela primeira vez, Roger Abdelmassih negou por diversas vezes ter praticado crimes sexuais contra ex-pacientes. O médico afirma que vem sendo atacado há aproximadamente dois anos por um "movimento de ressentimentos vingativos".
Abdelmassih também sustenta que as mulheres que o acusam podem ter sofrido alucinações provocadas pelo anestésico propofol, usado durante o tratamento de fertilização in vitro. De acordo com ele, as pacientes podem "acordar e imaginar coisas".
Segundo sua defesa, o médico nunca fica sozinho com suas pacientes na clínica, estando sempre acompanhado por uma enfermeira.

MÔNICA BERGAMO


Folha Online

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