“Quem Matou Isabella Nardoni”, de Sanguinetti, sugere terceira pessoa. “Isabella”, de Papandreu, diz que ela sofreu acidente doméstico infantil.
Dois livros escritos por médicos sobre o caso Isabella causam polêmica antes mesmo de seus lançamentos oficiais. “Quem Matou Isabella Nardoni” (em fase de impressão), do alagoano George Sanguinetti, e “Isabella” (publicado em junho deste ano no Rio Grande do Sul, mas que passará a se chamar “Caso Isabella: verdade nova” na versão nacional), do gaúcho Paulo Papandreu, contestam a versão oficial da Polícia Civil de São Paulo e do Ministério Público para a morte , ocorrida em 29 de março de 2008.
A menina, então com 5 anos, foi encontrada morta no terraço do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo. Para a perícia do Instituto de Criminalística (IC), que embasou a acusação do Ministério Público, os assassinos são, respectivamente, Alexandre Nardoni, pai de Isabella, e Anna Carolina Jatobá, madrasta da criança. O casal nega o crime, mas o promotor Francisco Cembranelli é categórico: Jatobá esganou a enteada e Alexandre a jogou pela janela do sexto andar do apartamento. Denunciados à Justiça, os dois estão presos preventivamente e devem ir a júri popular em 2010.
O livro de Sanguinetti, de 64 anos, sugere que Isabella foi morta por uma terceira pessoa, um suposto ladrão, por exemplo, que teria entrado no imóvel do casal Nardoni e fugiu. Essa, aliás, foi a linha de defesa dos ex-advogados de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá. O atual defensor é Roberto Podval.
Já o livro de Papandreu, de 53 anos, afirma que a menina morreu ao sofrer um acidente doméstico, tese que jamais foi levada à frente pelos ex-defensores dos Nardoni.
Para Cembranelli, o livro de Sanguinetti é “muito fraco” e o de Papandreu é “sem pé nem cabeça”. De acordo com ele, os livros não atrapalharão o andamento do processo criminal.
Letras de Sanguinetti
Sanguinetti é conhecido nacionalmente por ter contestado laudo técnico do legista Badan Palhares sobre as mortes do ex-tesoureiro do então presidente Fernando Collor de Mello, Paulo César Farias, e de sua namorada, Suzana Marcolino.
O médico alagoano escreveu seu livro após ter sido contratado em 2008 pelos ex-advogados dos Nardoni para elaborar um laudo contrário ao dos peritos do IC. O laudo foi feito a partir de visitas ao Edifício London e foi pago pelo pai de Alexandre, o advogado Antonio Nardoni. Sanguinetti conversou com o G1 sobre o livro ‘‘Quem Matou Isabella Nardoni’’, mas não aceitou dizer qual o valor que recebeu pelo laudo.
“Decidi fazer o livro [sobre o caso Isabella] por causa do prêmio Jabuti que ganhei [em 1998] com o livro sobre PC [‘A Morte de PC Farias: O Dossiê de Sanguinetti’]. O livro [sobre quem matou a garota] está pronto, mas ainda não o editei porque aguardo o resultado do caso. Aguardo o julgamento deles [de Alexandre e Anna Jatobá]. Deve sair após o final de 2010. Senão seria mais um livro que traria somente dúvidas”, afirmou Sanguinetti.
De acordo com ele, são colocadas três possibilidades para a morte de Isabella no livro. “A primeira é a tese da terceira pessoa que conheceria o local e estaria dentro de apartamento vago e aproveitou o momento para cometer o crime. Ela poderia estar na sacada ou num dos banheiros. Sobre as duas outras versões, prefiro não comentar”, disse o médico alagoano.
Nas 125 páginas de seu livro, o médico alagoano discorda da tese da polícia de que Isabella sofreu esganadura. “Nunca houve. As fraturas também foram na queda e não dentro do apartamento [como aponta o laudo do IC]. Quando não é um doente mental que mata, a morte sempre tem uma vantagem. Quem realmente lucrou com a morte de Isabella? Não consigo entender por que Alexandre e Jatobá participariam disso”, disse Sanguinetti.
‘Isabela’ de Papandreu
Menos conhecido do que Sanguinetti, Papandreu escreve em seu livro que Isabella foi vítima de um acidente doméstico. Em 128 páginas, o médico busca derrubar a tese da polícia paulista e de Sanguinetti.
Nas páginas 50 e 51, o escritor chama a versão da Polícia Civil de São Paulo para a morte de Isabella de “fantasmagórica” e a apelida de “Tese do Mojica”, numa alusão ao cineasta e ator José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
A hipótese da “terceira pessoa”, levantada pela defesa e abraçada por Sanguinetti em seu livro, foi apelidada pejorativamente de “Tese Portuguesa”. Para Papandreu, acreditar que outra pessoa entrou no apartamento e matou Isabella é “inacreditável”.
Sobre sua versão, a de acidente doméstico, Papandreu a chama ironicamente de “Tese Lunática” porque algumas pessoas, inicialmente, a achariam sem sentido.
Sanguinetti e Papandreu se conhecem pessoalmente. O médico gaúcho indicou o nome do colega de profissão em Alagoas para os ex-advogados dos Nardoni. Também afirma ter procurado por conta própria todos os envolvidos no caso Isabella em 2008. Só não falou com o casal. “Porque não quis”, disse Papandreu ao G1.
“Eu pensava que o casal era assassino. Depois comecei a ver a coisa como médico e vi que não era mesmo assim. O que me incomodava eram os laudos médicos. O que incomodou profundamente foi quando um repórter perguntou qual a prova mais contundente e perito disse: ‘um conjunto de provas’. Achei que o perito fosse dizer esganadura”, disse Papandreu.
Para fazer seu livro, Papandreu saiu de Santa Maria (RS) e foi para a capital paulista durante o trabalho de investigação da perícia oficial . Procurou os defensores do casal na época e também conversou com o promotor do caso. “Foi um trabalho de raciocínio lógico”, disse sobre a tese defendida em seu livro.
Da pequena gráfica de Santa Maria saíram 10 mil cópias do livro “Isabella”. O médico alega que bancou todo o custo, mas não revela o valor. Informa também que está vendendo cada exemplar por R$ 19. A versão nacional e revisada deve ser lançada em dez dias.
“Estou terminando a edição nacional, vai mudar a capa, não terá a foto da menina. Por uma série de motivos”, disse Papandreu sobre o fato de ter usado a foto de Isabella, sem permissão da família materna, na edição gaúcha. A capa da edição nacional tem um desenho sobre a menina. Sanguinetti também afirma que não usará a foto de Isabella em seu livro. “Faço isso para evitar problemas futuros.”
Papandreu diz que vê dois inocentes na cadeia. “Meu compromisso é com a tentativa da busca da verdade. Num primeiro momento a polícia não conseguiu confissão, não conseguiu prova incontestável. Esganadura é contestável. A menina mesma cortou a tela para pedir ajuda e caiu” , sustenta . “Eu nem falo em suicídio. Foi acidente doméstico.”
Promotor
O promotor Francisco Cembranelli afirmou que leu o resumo do livro de Papandreu na internet e foi informado pelo G1 que o livro de Sanguinetti se basearia no laudo que o medico alagoano fez.
“Já conhecia alguns aspectos do que ele [Papandreu] fala. Mas considero algo sem pé nem cabeça. Algo absurdo. Lamento que algumas pessoas queiram ganhar dinheiro com essa tragédia”, disse Cembranelli.
“Se o livro de Sanguinetti é com base no trabalho que ele fez, é muito fraco. Depois de 70 e poucos dias, fez aquilo que nós assistimos. Foi ao prédio com lupa, como se tivesse vestígios. Também é algo que para mim não tem relevância. Ele mesmo está sendo meio que ignorado pelos outros advogados que não vão usar o que ele fez”, afirmou o promotor.
Cristina Christo, advogada da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, afirmou à reportagem que não vai falar sobre os livros. O advogado do casal Nardoni afirmou que todo escritor tem liberdade para se manifestar como bem entender. “Cada um escreve ou publica a versão que lhe pareça razoável. Autores têm direito de escrever o livro sobre a visão deles”, disse Roberto Podval.
Dois livros escritos por médicos sobre o caso Isabella causam polêmica antes mesmo de seus lançamentos oficiais. “Quem Matou Isabella Nardoni” (em fase de impressão), do alagoano George Sanguinetti, e “Isabella” (publicado em junho deste ano no Rio Grande do Sul, mas que passará a se chamar “Caso Isabella: verdade nova” na versão nacional), do gaúcho Paulo Papandreu, contestam a versão oficial da Polícia Civil de São Paulo e do Ministério Público para a morte , ocorrida em 29 de março de 2008.
A menina, então com 5 anos, foi encontrada morta no terraço do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo. Para a perícia do Instituto de Criminalística (IC), que embasou a acusação do Ministério Público, os assassinos são, respectivamente, Alexandre Nardoni, pai de Isabella, e Anna Carolina Jatobá, madrasta da criança. O casal nega o crime, mas o promotor Francisco Cembranelli é categórico: Jatobá esganou a enteada e Alexandre a jogou pela janela do sexto andar do apartamento. Denunciados à Justiça, os dois estão presos preventivamente e devem ir a júri popular em 2010.
O livro de Sanguinetti, de 64 anos, sugere que Isabella foi morta por uma terceira pessoa, um suposto ladrão, por exemplo, que teria entrado no imóvel do casal Nardoni e fugiu. Essa, aliás, foi a linha de defesa dos ex-advogados de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá. O atual defensor é Roberto Podval.
Já o livro de Papandreu, de 53 anos, afirma que a menina morreu ao sofrer um acidente doméstico, tese que jamais foi levada à frente pelos ex-defensores dos Nardoni.
Para Cembranelli, o livro de Sanguinetti é “muito fraco” e o de Papandreu é “sem pé nem cabeça”. De acordo com ele, os livros não atrapalharão o andamento do processo criminal.
Letras de Sanguinetti
Sanguinetti é conhecido nacionalmente por ter contestado laudo técnico do legista Badan Palhares sobre as mortes do ex-tesoureiro do então presidente Fernando Collor de Mello, Paulo César Farias, e de sua namorada, Suzana Marcolino.
O médico alagoano escreveu seu livro após ter sido contratado em 2008 pelos ex-advogados dos Nardoni para elaborar um laudo contrário ao dos peritos do IC. O laudo foi feito a partir de visitas ao Edifício London e foi pago pelo pai de Alexandre, o advogado Antonio Nardoni. Sanguinetti conversou com o G1 sobre o livro ‘‘Quem Matou Isabella Nardoni’’, mas não aceitou dizer qual o valor que recebeu pelo laudo.
“Decidi fazer o livro [sobre o caso Isabella] por causa do prêmio Jabuti que ganhei [em 1998] com o livro sobre PC [‘A Morte de PC Farias: O Dossiê de Sanguinetti’]. O livro [sobre quem matou a garota] está pronto, mas ainda não o editei porque aguardo o resultado do caso. Aguardo o julgamento deles [de Alexandre e Anna Jatobá]. Deve sair após o final de 2010. Senão seria mais um livro que traria somente dúvidas”, afirmou Sanguinetti.
De acordo com ele, são colocadas três possibilidades para a morte de Isabella no livro. “A primeira é a tese da terceira pessoa que conheceria o local e estaria dentro de apartamento vago e aproveitou o momento para cometer o crime. Ela poderia estar na sacada ou num dos banheiros. Sobre as duas outras versões, prefiro não comentar”, disse o médico alagoano.
Nas 125 páginas de seu livro, o médico alagoano discorda da tese da polícia de que Isabella sofreu esganadura. “Nunca houve. As fraturas também foram na queda e não dentro do apartamento [como aponta o laudo do IC]. Quando não é um doente mental que mata, a morte sempre tem uma vantagem. Quem realmente lucrou com a morte de Isabella? Não consigo entender por que Alexandre e Jatobá participariam disso”, disse Sanguinetti.
‘Isabela’ de Papandreu
Menos conhecido do que Sanguinetti, Papandreu escreve em seu livro que Isabella foi vítima de um acidente doméstico. Em 128 páginas, o médico busca derrubar a tese da polícia paulista e de Sanguinetti.
Nas páginas 50 e 51, o escritor chama a versão da Polícia Civil de São Paulo para a morte de Isabella de “fantasmagórica” e a apelida de “Tese do Mojica”, numa alusão ao cineasta e ator José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
A hipótese da “terceira pessoa”, levantada pela defesa e abraçada por Sanguinetti em seu livro, foi apelidada pejorativamente de “Tese Portuguesa”. Para Papandreu, acreditar que outra pessoa entrou no apartamento e matou Isabella é “inacreditável”.
Sobre sua versão, a de acidente doméstico, Papandreu a chama ironicamente de “Tese Lunática” porque algumas pessoas, inicialmente, a achariam sem sentido.
Sanguinetti e Papandreu se conhecem pessoalmente. O médico gaúcho indicou o nome do colega de profissão em Alagoas para os ex-advogados dos Nardoni. Também afirma ter procurado por conta própria todos os envolvidos no caso Isabella em 2008. Só não falou com o casal. “Porque não quis”, disse Papandreu ao G1.
“Eu pensava que o casal era assassino. Depois comecei a ver a coisa como médico e vi que não era mesmo assim. O que me incomodava eram os laudos médicos. O que incomodou profundamente foi quando um repórter perguntou qual a prova mais contundente e perito disse: ‘um conjunto de provas’. Achei que o perito fosse dizer esganadura”, disse Papandreu.
Para fazer seu livro, Papandreu saiu de Santa Maria (RS) e foi para a capital paulista durante o trabalho de investigação da perícia oficial . Procurou os defensores do casal na época e também conversou com o promotor do caso. “Foi um trabalho de raciocínio lógico”, disse sobre a tese defendida em seu livro.
Da pequena gráfica de Santa Maria saíram 10 mil cópias do livro “Isabella”. O médico alega que bancou todo o custo, mas não revela o valor. Informa também que está vendendo cada exemplar por R$ 19. A versão nacional e revisada deve ser lançada em dez dias.
“Estou terminando a edição nacional, vai mudar a capa, não terá a foto da menina. Por uma série de motivos”, disse Papandreu sobre o fato de ter usado a foto de Isabella, sem permissão da família materna, na edição gaúcha. A capa da edição nacional tem um desenho sobre a menina. Sanguinetti também afirma que não usará a foto de Isabella em seu livro. “Faço isso para evitar problemas futuros.”
Papandreu diz que vê dois inocentes na cadeia. “Meu compromisso é com a tentativa da busca da verdade. Num primeiro momento a polícia não conseguiu confissão, não conseguiu prova incontestável. Esganadura é contestável. A menina mesma cortou a tela para pedir ajuda e caiu” , sustenta . “Eu nem falo em suicídio. Foi acidente doméstico.”
Promotor
O promotor Francisco Cembranelli afirmou que leu o resumo do livro de Papandreu na internet e foi informado pelo G1 que o livro de Sanguinetti se basearia no laudo que o medico alagoano fez.
“Já conhecia alguns aspectos do que ele [Papandreu] fala. Mas considero algo sem pé nem cabeça. Algo absurdo. Lamento que algumas pessoas queiram ganhar dinheiro com essa tragédia”, disse Cembranelli.
“Se o livro de Sanguinetti é com base no trabalho que ele fez, é muito fraco. Depois de 70 e poucos dias, fez aquilo que nós assistimos. Foi ao prédio com lupa, como se tivesse vestígios. Também é algo que para mim não tem relevância. Ele mesmo está sendo meio que ignorado pelos outros advogados que não vão usar o que ele fez”, afirmou o promotor.
Cristina Christo, advogada da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, afirmou à reportagem que não vai falar sobre os livros. O advogado do casal Nardoni afirmou que todo escritor tem liberdade para se manifestar como bem entender. “Cada um escreve ou publica a versão que lhe pareça razoável. Autores têm direito de escrever o livro sobre a visão deles”, disse Roberto Podval.
EPTV
Se a intenção desses "escritores" era de atrapalhar o andamento do processo ou confundir os jurados, se deram mal!
ResponderExcluirParecem dois livros de ficção muito mal elaborados!!!!!!!
Eu li o livro do tal Papandreu , é realmente como o promotor disse uma tese sem pé nem cabeça , tanto que o próprio a entitula de tese lunática.
ResponderExcluirLamentável mesmo ver que existem pessoas dessa estirpe , querendo ganhar dinheiro em cima de uma tragédia.
esse maluco tem parte com Adolf Hitler,Ditador, cruel e brilhante demagogo.
ResponderExcluirEle queria se promover com essa tamanha maldade da morte dessa criança. Escreveu um livro macabro desse. È um maluco mesmo.
Se deu mal mesmo esse maluco.
ResponderExcluirTudo por dinheiro!Não há mais escrupulos, ignora-se a dor da familia da criança...
ResponderExcluirSem comentários!!!