sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Judocas brasileiras pagam para ir à Copa do Mundo


A atleta Taciana Rezende da categoria 48kg já precisou pagar sua passagem para disputar o Grand Slam de Moscou

Depois do fracasso no Mundial de Roterdã, o judô brasileiro parece passar por uma crise não só nos tatames mas também no caixa. As sete atletas que disputarão a Copa do Mundo da Inglaterra tiveram que pagar por suas passagens áreas para competir. São elas: Taciana Rezende (48kg), Catiere Maia (48kg), Daniela Polzin (48kg), Raquel Silva (52kg), Rafaela Silva (57kg), Maria Portela (70kg) e Rafaela Nitz (78kg).
Apesar de contar com a Lei Piva e com patrocínios da Infraero e da Mizuno, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) informou que não tem condições financeiras para arcar com as despesas dos atletas. "Foi um ano atípico, com mudanças no calendário. Foram incluídas competições em outras categorias [juvenis]", alegou Paulo Wanderley, presidente da entidade ao jornal Folha de S. Paulo.
Outro problema é que o ranking mundial exige maior participação dos atletas em eventos internacionais. Pelo sistema, em 2009 serão quatro Grand Slams, cinco Grand Prix e 27 Copas do Mundo. “Uma coisa é clara: quando se quer atingir um nível de excelência, não há limite mínimo de recursos”, disse o dirigente.
No total 15 atletas brasileiros participarão da competição – oito homens e sete mulheres. “Não tinha a previsão de ir o feminino. Mas houve o interesse da parte delas, e nós autorizamos a participação. Elas não estão pagando tudo, existe uma facilidade em termos de hospedagem e alimentação”, completou.
Os judocas viajam nesta sexta-feira para a Inglaterra e depois ficarão na Europa por uma semana em treinamento. “É possível que em outros campeonatos como este os homens paguem também”, afirmou Wanderley.
No dia 12 de agosto, Rosicleia Campos, técnica da delegação feminina, mandou um e-mail para as atletas com o primeiro pedido da entidade. Depois o coordenador-técnico da CBJ, Ney Wilson, enviou uma carta-convite às atletas.

Rateio e cotação
Para tentar minimizar a necessidade das judocas pagarem suas passagens, a confederação comparou a situação com as delegações europeias. “A França, com recurso em euros, também adota essa prática. Em alguns campeonatos vai um grupo por conta da confederação, e em outros eles liberam. Não é invenção nossa”, justifica.
Segundo cotação da CBJ, o preço da passagem para a Inglaterra é de US$ 1.100 (aproxidamente R$ 1.980,00) . Esta não é a primeira vez que a CBJ adota esse tipo de medida. No Grand Slam de Moscou, em maio, Taciana Rezende de Lima teve que pagar sua passagem.



eBand

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