sábado, 19 de setembro de 2009

Nas brigas, mulheres batem mais do que os homens


As mulheres brasileiras são mais violentas do que os homens durante as brigas de casal. A porcentagem de mulheres que agridem os parceiros é de 14,6%, enquanto o relato de homens que batem no sexo oposto é de 10,7%. Os dados fazem parte de um estudo realizado pela Unidade de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Uniad) da Unifesp, com apoio da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas).
O 1º Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool no Brasil compara o consumo de álcool com a agressividade dos parceiros. Em 9,2% dos casos, as mulheres confessaram que estavam embriagadas, mas os homens relataram que as parceiras beberam em 30,8%. Eles admitiram terem bebido em 38,1% dos casos, enquanto elas disseram que os homens estavam embriagados em 44,6% das agressões. Os dados mostram que o consumo de bebida alcoólica torna o homem mais violento.
A pesquisa foi realizada com 631 homens e 814 mulheres de 1.445 domicílios em 143 municípios brasileiros, entre novembro de 2005 e abril de 2006. Os casais relataram atos de violência considerados leves, como empurrões, sacudidas e tapas, e atos mais graves, como bater no companheiro, sexo forçado e o uso de facas e armas de fogo.
Foram relatados com maior freqüência empurrões, agarrões e sacudidas --7,4% por homens e 9,3% pelas mulheres. A agressão com tapas foi uma das mais comuns, relatada por 4,2% dos homens e por 3,9% das mulheres. Já entre os atos mais violentos, as mulheres reclamam terem sido vítimas com golpes de objetos (2,2%) e sexo forçado (1,2%). Os homens dizem que os golpes com objetos (2,9%) e ameaças com faca (1,5%) são os ataques mais violentos que sofrem.
Para a psicóloga Ilana Pinsky, pesquisadora da Uniad e orientadora da pesquisa, o estudo é apenas o primeiro passo para a prevenção da violência doméstica no país. "Esta pesquisa é só o começo do mapeamento da situação no Brasil. Na próxima pesquisa temos que entrevistar casais para conhecer mais detalhes da vida íntima conjugal e tentar descobrir como prevenir a agressão física", afirma.
O psiquiatra Marcos Zaleski, autor da pesquisa, explica que vários estudos internacionais feitos ao longo da última década mostram que o índice de agressões entre parceiros íntimos varia entre 17% e 39%. Nesses estudos, foi constatado que a agressão masculina contra mulheres é até 8 vezes mais alta quando os homens bebem.

Fonte:TATIANA SANTIAGO
Colaboração para a Folha Online

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