sábado, 19 de setembro de 2009

Drogas: Danos ao coração podem levar jovem à morte


Utilizadas geralmente entre a população mais jovem, as drogas têm repercussão em todo o organismo, afetando principalmente o coração. Este é ainda mais prejudicado no caso de drogas estimulantes, como a cocaína, o crack ou o ecstasy, que afetam o funcionamento do organismo para liberação de adrenalina. As consequências são mais graves quando o consumo é associado à obesidade e ao sedentarismo.
Segundo o Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, realizado em 2005 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebird), 22,8% da população já utilizou alguma droga. A maconha aparece em primeiro lugar entre as drogas ilícitas, com 8,8%. A prevalência sobre o uso de cocaína foi de 2,9%, enquanto os outros estimulantes já foram consumidos por 3,2% e há 0,2% da população como dependente.
“As substâncias estimulantes provocam taquicardia e possivelmente arritmias cardíacas malignas, potencialmente fatais. Também colaboram para o desenvolvimento de picos hipertensivos, com provável edema agudo do pulmão. Já a maconha é menos intensa nas repercussões cardiovasculares, mas tem efeito depressor”, explica o cardiologista Christiano Barros, presidente da Regional Bauru da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).
Os danos podem se apresentar a curto ou longo prazos e independem da frequência com que a droga é utilizada. Segundo Barros, o uso esporádico tem menos impacto cardiovascular, mas há a possibilidade de efeitos agudos.
“Uma pequena dose de um estimulante diferenciada, como uma droga mais pura, pode ser fatal, já que o estímulo, nesse caso, terá maior intensidade”.
Com o hábito comum de misturar drogas e álcool, e uma rotina sedentária, sem o hábito de praticar atividades físicas, o jovem é condicionado a riscos ainda maiores. “Esta combinação pode formar um coquetel fatal, principalmente nos jovens obesos e sedentários, pois o risco cardiovascular já alto é potencializado pelas substâncias ingeridas, aumentando as chances de morte, infarto agudo do miocárdio e até AVC”, alerta o médico.
As consequências do uso prolongado de drogas durante a juventude acompanham o usuário por toda a sua vida. Mesmo que não se torne um dependente, ele será um idoso com risco cardiovascular mais elevado do que o natural da velhice. “Diversas doenças podem se desenvolver no miocárdio, com grandes índices de morbidade e mortalidade. Entre elas, estão hipertensão arterial sistêmica, aneurisma de aorta, infarto agudo e miocardites, todas secundárias ao uso de drogas”, informa o especialista.

Fabiana Mascarenhas
Fonte: A Tarde Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Verbratec© Desktop.