Após 40 anos na área de medicina voltada à saúde da mulher, o ginecologista e obstetra Jorge Naufal concluiu que estava na hora de dividir sua experiência com mais mulheres, além das pacientes que atende no consultório. Médico do Hospital e Maternidade Neomater, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, ele lança o livro Menopausa, Andropausa, Climatério (Edita Artemis Editorial, R$ 40) para elucidar dúvidas e orientar as mulheres nessa fase da vida que se desdobra em múltiplas repercussões - tanto físicas quanto emocionais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a menopausa é definida como a interrupção da menstruação em consequência do término da produção de hormônios femininos e fim da ovulação. O termo deriva da língua grega mém (mês) e pausis (parada), ou seja, é a última menstruação, a partir da qual ocorre a interrupção dos fluxos menstruais mensais.
"Nós definimos que a mulher está na menopausa somente após um ano sem menstruação, mas a sintomatologia do climatério já se faz sentir muito antes", disse. Ondas de calor, sudorese, ansiedade, depressão e diminuição da libido são algumas das reclamações femininas mais comuns e que o médico trata na publicação. A duração dos sintomas é variável: entre cinco e 25 anos, ou seja, dos 40 aos 65 anos de idade. "Mas existe uma porcentagem (10%) de mulheres que tem a menopausa repentina, sem passar pela fase de oscilação dos ciclos menstruais."
Longe de marcar a data da velhice, fim da sexualidade e problemas de saúde, a menopausa pode ter seus sintomas tratados e controlados por um ginecologista para dar qualidade de vida à mulher. Não é preciso sofrer nessa fase. A pedido do Terra, Jorge Naufal desvendou dez questões sobre a menopausa. Confira abaixo.
1 - Qual a diferença entre menopausa e climatério?
A menopausa é um sinal da parada da menstruação enquanto climatério significa uma síndrome e, como tal, envolve uma série de sintomas e eventos, sendo definida como a fase da vida feminina em que ocorre a transição do período reprodutivo para o estado não reprodutivo.
2 - Menopausa prejudica a saúde da mulher?
A menopausa é um evento dentro do climatério. Tanto um como o outro são considerados eventos fisiológicos no transcorrer da vida da mulher. Contudo, devido às suas características, adquirem o aspecto patológico e como tal precisam ser corrigidos, portanto a menopausa e o climatério têm, sim, características que prejudicam a saúde da mulher, mas podem ser tratadas.
Numa fase precoce, ocorrem alterações menstruais e sintomas vasomotores, sendo que os mais conhecidos são fogachos (ondas de calor), sudorese (suores noturnos), palpitações e enxaquecas, além de sintomas neuropsíquicos, tais como: insônia, falta de memória, insegurança, humor variável, ansiedade, depressão, diminuição da libido e da atenção, indecisão, fraqueza, oscilação do humor com irritação e choro fácil. Ainda no período de perimenopausa começa a ocorrer uma atrofia urogenital e suas principais consequências são incontinência urinária (perda de urina), dor à repleção vesical (bexiga com muita urina), urgência miccional (necessidade urgente de urina) e disúria (dor, ardor, queimação ao urinar).
Ocorre também com mais facilidade o prolapso (queda) de toda estrutura urogenital por perda de colágeno pela flacidez e, com isso, é comum no climatério a mulher apresentar uretra, bexiga e útero parcial ou totalmente fora do fendo vulvar. Todos esses fenômenos ocorrem pela queda da produção do estrógeno produzido pelo ovário, e o aparelho genital é o que mais sente os fenômenos regressivos: a mucosa vaginal fica sem lubrificação (seca), ocorre dor no coito, aparecem prurido vulvar (coceira), corrimento e infecções geniturinárias freqüentes, há perda de gordura dos grandes e pequenos lábios, diminuição da produção da secreção das glândulas sudoríparas e sebáceas, os pelos caem e os que ficam são escassos e quebradiços. Além disso, a entrada da vagina sofre retração e fica mais estreita, acentuando-se mais quanto menos atividade sexual a mulher tiver. Como consequência, pode ocorrer dor na penetração do pênis, com ferimento e sangramento.
3 - O que é terapia de reposição hormonal?
Terapia de Reprodução Hormonal (TRH) é o tratamento indicado para as mulheres em menopausa e climatério e consiste em medicá-las com os hormônios femininos, já que os produzidos pelo seu organismo já são insuficientes para manter a estrutura feminina sem a sintomatologia descrita acima. Assim, as mulheres que têm útero podem ser medicadas com a combinação de estrógeno e progesterona - pois o estrógeno isolado estimula o crescimento do endométrio (camada glandular interna do útero), podendo ocasionar o aparecimento de câncer do corpo uterino. Já nas mulheres histerectomizadas (que retiraram o útero) se faz reposição hormonal somente com estrógeno.
4 - Para quem é indicada? E quais são as contraindicações da TRH?
Ela está indicada para todas as mulheres com sintomatologia que compromete a qualidade de vida. É contraindicada nos casos de doença hepática ou renal grave, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, câncer de mama, câncer urogenital, diabetes descompensadas, hipertensão arterial não controlada, sangramento vaginal não identificado, doença hepática aguda, mioma uterino, endometriose e calculose biliar.
5 - Existem outros tratamentos para a menopausa?
Sim, como os fitoterápicos, a maioria à base de isoflavona da soja, exercícios físicos e dietas alimentares. Também existem os serms - moduladores seletivos de receptor de estrógeno - cujas moléculas de estrogênio modificado atuam como o hormônio em certos tecidos, mas não produzem nenhum efeito em outros, como a mama ou a camada que reveste o útero.
6 - Na menopausa, a mulher fica mais suscetível à osteoporose?
A mulher na menopausa tem como evento tardio a osteoporose pela perda de cálcio e alteração da microarquitetura óssea. Nesse caso, recomenda-se fazer reposição hormonal, tomar cálcio, vitamina D e sol, além de praticar exercícios físicos e usar os alendronatos (substância que previne perda óssea), caso não possa fazer a reposição hormonal.
7 - Muitas mulheres se queixam de falta de libido na menopausa? Como lidar com isso?
Realmente é uma queixa comum, e diversos fatores interferem para isso, como a falta de hormônio e o mito da velhice assexuada. Nesses casos, a reposição hormonal pode favorecer a mulher, principalmente se associada ao andrógeno (hormônio masculino), para retomar a vida sexual com satisfação.
8 - A menopausa pode interferir na vida emocional da mulher?
A menopausa causa fenômenos psicológicos e vasomotores que interferem na vida emocional. Se forem muito acentuados, além da terapia hormonal, pode-se fazer uso de antidepressivo e psicoterapia.
9 - Exercícios físicos podem ajudar a passar por essa fase com mais facilidade?
Exercícios físicos sempre ajudam a passar a fase da menopausa e deve ser praticado constantemente.
10 - Dê algumas dicas para levar uma vida saudável na menopausa
Para ter uma menopausa e climatério saudáveis, a mulher deve fazer exercícios físicos, cuidar da alimentação, ter relacionamento afetivo, psíquico e amoroso bem estimulado, evitar estresse e ter sempre alguma ocupação agradável, como dançar, fazer cursos, viajar ou cultivar um hobby.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a menopausa é definida como a interrupção da menstruação em consequência do término da produção de hormônios femininos e fim da ovulação. O termo deriva da língua grega mém (mês) e pausis (parada), ou seja, é a última menstruação, a partir da qual ocorre a interrupção dos fluxos menstruais mensais.
"Nós definimos que a mulher está na menopausa somente após um ano sem menstruação, mas a sintomatologia do climatério já se faz sentir muito antes", disse. Ondas de calor, sudorese, ansiedade, depressão e diminuição da libido são algumas das reclamações femininas mais comuns e que o médico trata na publicação. A duração dos sintomas é variável: entre cinco e 25 anos, ou seja, dos 40 aos 65 anos de idade. "Mas existe uma porcentagem (10%) de mulheres que tem a menopausa repentina, sem passar pela fase de oscilação dos ciclos menstruais."
Longe de marcar a data da velhice, fim da sexualidade e problemas de saúde, a menopausa pode ter seus sintomas tratados e controlados por um ginecologista para dar qualidade de vida à mulher. Não é preciso sofrer nessa fase. A pedido do Terra, Jorge Naufal desvendou dez questões sobre a menopausa. Confira abaixo.
1 - Qual a diferença entre menopausa e climatério?
A menopausa é um sinal da parada da menstruação enquanto climatério significa uma síndrome e, como tal, envolve uma série de sintomas e eventos, sendo definida como a fase da vida feminina em que ocorre a transição do período reprodutivo para o estado não reprodutivo.
2 - Menopausa prejudica a saúde da mulher?
A menopausa é um evento dentro do climatério. Tanto um como o outro são considerados eventos fisiológicos no transcorrer da vida da mulher. Contudo, devido às suas características, adquirem o aspecto patológico e como tal precisam ser corrigidos, portanto a menopausa e o climatério têm, sim, características que prejudicam a saúde da mulher, mas podem ser tratadas.
Numa fase precoce, ocorrem alterações menstruais e sintomas vasomotores, sendo que os mais conhecidos são fogachos (ondas de calor), sudorese (suores noturnos), palpitações e enxaquecas, além de sintomas neuropsíquicos, tais como: insônia, falta de memória, insegurança, humor variável, ansiedade, depressão, diminuição da libido e da atenção, indecisão, fraqueza, oscilação do humor com irritação e choro fácil. Ainda no período de perimenopausa começa a ocorrer uma atrofia urogenital e suas principais consequências são incontinência urinária (perda de urina), dor à repleção vesical (bexiga com muita urina), urgência miccional (necessidade urgente de urina) e disúria (dor, ardor, queimação ao urinar).
Ocorre também com mais facilidade o prolapso (queda) de toda estrutura urogenital por perda de colágeno pela flacidez e, com isso, é comum no climatério a mulher apresentar uretra, bexiga e útero parcial ou totalmente fora do fendo vulvar. Todos esses fenômenos ocorrem pela queda da produção do estrógeno produzido pelo ovário, e o aparelho genital é o que mais sente os fenômenos regressivos: a mucosa vaginal fica sem lubrificação (seca), ocorre dor no coito, aparecem prurido vulvar (coceira), corrimento e infecções geniturinárias freqüentes, há perda de gordura dos grandes e pequenos lábios, diminuição da produção da secreção das glândulas sudoríparas e sebáceas, os pelos caem e os que ficam são escassos e quebradiços. Além disso, a entrada da vagina sofre retração e fica mais estreita, acentuando-se mais quanto menos atividade sexual a mulher tiver. Como consequência, pode ocorrer dor na penetração do pênis, com ferimento e sangramento.
3 - O que é terapia de reposição hormonal?
Terapia de Reprodução Hormonal (TRH) é o tratamento indicado para as mulheres em menopausa e climatério e consiste em medicá-las com os hormônios femininos, já que os produzidos pelo seu organismo já são insuficientes para manter a estrutura feminina sem a sintomatologia descrita acima. Assim, as mulheres que têm útero podem ser medicadas com a combinação de estrógeno e progesterona - pois o estrógeno isolado estimula o crescimento do endométrio (camada glandular interna do útero), podendo ocasionar o aparecimento de câncer do corpo uterino. Já nas mulheres histerectomizadas (que retiraram o útero) se faz reposição hormonal somente com estrógeno.
4 - Para quem é indicada? E quais são as contraindicações da TRH?
Ela está indicada para todas as mulheres com sintomatologia que compromete a qualidade de vida. É contraindicada nos casos de doença hepática ou renal grave, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, câncer de mama, câncer urogenital, diabetes descompensadas, hipertensão arterial não controlada, sangramento vaginal não identificado, doença hepática aguda, mioma uterino, endometriose e calculose biliar.
5 - Existem outros tratamentos para a menopausa?
Sim, como os fitoterápicos, a maioria à base de isoflavona da soja, exercícios físicos e dietas alimentares. Também existem os serms - moduladores seletivos de receptor de estrógeno - cujas moléculas de estrogênio modificado atuam como o hormônio em certos tecidos, mas não produzem nenhum efeito em outros, como a mama ou a camada que reveste o útero.
6 - Na menopausa, a mulher fica mais suscetível à osteoporose?
A mulher na menopausa tem como evento tardio a osteoporose pela perda de cálcio e alteração da microarquitetura óssea. Nesse caso, recomenda-se fazer reposição hormonal, tomar cálcio, vitamina D e sol, além de praticar exercícios físicos e usar os alendronatos (substância que previne perda óssea), caso não possa fazer a reposição hormonal.
7 - Muitas mulheres se queixam de falta de libido na menopausa? Como lidar com isso?
Realmente é uma queixa comum, e diversos fatores interferem para isso, como a falta de hormônio e o mito da velhice assexuada. Nesses casos, a reposição hormonal pode favorecer a mulher, principalmente se associada ao andrógeno (hormônio masculino), para retomar a vida sexual com satisfação.
8 - A menopausa pode interferir na vida emocional da mulher?
A menopausa causa fenômenos psicológicos e vasomotores que interferem na vida emocional. Se forem muito acentuados, além da terapia hormonal, pode-se fazer uso de antidepressivo e psicoterapia.
9 - Exercícios físicos podem ajudar a passar por essa fase com mais facilidade?
Exercícios físicos sempre ajudam a passar a fase da menopausa e deve ser praticado constantemente.
10 - Dê algumas dicas para levar uma vida saudável na menopausa
Para ter uma menopausa e climatério saudáveis, a mulher deve fazer exercícios físicos, cuidar da alimentação, ter relacionamento afetivo, psíquico e amoroso bem estimulado, evitar estresse e ter sempre alguma ocupação agradável, como dançar, fazer cursos, viajar ou cultivar um hobby.
Blog Comida e Boa Saúde
meu nome é wagner saraiva leão ,e gpostaria de saber quem é ,pois esta atrapalhando minha vida por motivo de omonio pode me enviar o que tem em comunm
ResponderExcluirmeu e-mail é wgchachim@gmail.com