sábado, 19 de setembro de 2009

'Tenho pena dele, mas vou tirar porque não quero que ele seja o pai', diz menina de 11 anos que engravidou em estupro e fará aborto em SP


SÃO PAULO - Aos 11 anos, as gêmeas de 11 anos que foram abusadas sexualmente por um vizinho de 61 anos durante quase dois anos no Guarujá , litoral paulista, já sabem o que querem ser quando crescer: professoras de educação física. As duas falaram ao jornal 'A Tribuna' e à Tribuna On-line, de Santos.
A brincadeira e o prato prediletos também são os mesmos: basquete e macarrão. Como qualquer criança nessa idade, elas adoram falar do que gostam, da escola e brinquedos que sonham ter.
Mas, toda vez que a conversa era interrompida para falar sobre os estupros sofridos durante dois anos, passam a responder apenas movendo a cabeça. Acusado, o vizinho, Valdomiro Umbelino de Souza, de 61 anos, carpinteiro, foi preso na terça-feira em Guarujá, após os pais descobrirem que as duas filhas eram estupradas e que uma delas está grávida de 4 meses.
A gêmea gestante diz que quase pulou de alegria ao ver o homem preso pela TV. A barriga de quatro meses de gestação já aparece. O corpo não é de uma mulher e sim de uma criança de 11 anos, que sofre ao pensar no aborto, já autorizado pela Justiça, mas deseja se submeter ao procedimento.
- Tenho pena dele (do bebê), fico triste. Mas, vou tirar porque não quero que ele (Valdomiro) seja o pai - afirma.
Nesta quinta, a menina passou por uma ultrassonografia e contou como foi o exame.
- Passaram um gel bem gelado na minha barriga.
E continuou:
- Depois, vi uma bolinha, era o bebê, e o coração batia: 'tum, tum, tum''. E riu, como se tudo não passasse de brincadeira.
Tímida e ingênua, ela disse que, antes de ocorrer o primeiro estupro, gostava do tio.
- Achava ele legal, brincava com a gente, tratava bem.
Até o dia em que perguntou se ela sabia o que era sexo.
- Falei que não e ele me puxou para dentro da casa. Fechou tudo, porta, janela e deitou em cima de mim. Doeu e ele disse que se eu contasse ia matar meus pais. Depois, fui correndo para casa - disse, em meio às lágrimas.
A menina não sabe precisar quantas vezes era violentada. Perguntada sobre a periodicidade dos abusos, disse:
- Acho que uma vez por semana - contou, mas não quis falar muito.
Medo era, segundo ela, o que sentia quando era forçada a manter relações sexuais com o vizinho. Assim conheceu o sexo. Agora, tem certeza de que não quer fazer "isso" outra vez.
- É ruim, não vou querer fazer nunca mais. Quando eu for grande, casar, vou adotar um bebê para não ter que fazer.
A outra irmã disse que antes de ser estuprada (foi aos 9 anos), não sabia o que era sexo.
- Achava que era beijar, namorar. Nem na escola as minhas amigas falavam porque também não sabiam.
Ela descobriu da pior maneira que não era exatamente como imaginava:
- Ele me chamou e me puxou. Não falou nada. Me deitou de lado e ficou atrás de mim. Depois, trancou as minhas pernas com as dele. Doeu muito, chorei, mas ele mandava eu ficar calada, senão matava meus pais.
Ela diz que foi abusada duas vezes pelo vizinho. Na segunda, o estupro ocorreu na noite em que ela, a irmã gêmea e outros dois irmãos de 14 e 5 anos passaram a noite na casa de Valdomiro, pois os pais tinham viajado.

Fonte: Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Verbratec© Desktop.