segunda-feira, 1 de junho de 2009

Pedofilia em Catanduva

Com o crescente número de casos de pedofilia em Catanduva, aliado ao grande destaque que a mídia nacional tem dado ao assunto, o pedófilo precisa ser encarado pela sociedade como um criminoso.

Com o crescente número de casos de pedofilia em Catanduva, aliado ao grande destaque que a mídia nacional tem dado ao assunto, o pedófilo precisa ser encarado pela sociedade como um criminoso. A opinião é do representante do Ministério Público, o promotor Antônio Bandeira Neto (foto).
Nos últimos meses, três casos de abusos sexuais contra crianças foram registrados, além dos já citados, que estão sob investigação e prococou a vinda da CPI do Senado a Catanduva. Em abril, uma criança denunciou o próprio avô, que teria tentado assediá-lo, ao pedir que ele abaixasse suas calças longe de sua avó.
No início deste mês, uma criança reclamou para seus familiares que um amigo próximo da família também teria tentado molestá-la em uma praça próxima à residência.
Nesta semana, uma criança de quatro anos também teria sido vítima de um vendedor em Catanduva, que morava a um quarteirão da vítima.
O crime de pedofilia, para ser caracterizado, o indivíduo deve ter mais de 16 anos e, no mínimo, 5 anos mais do que a vítima. Em regra, o pedófilo é um adulto e prefere crianças do sexo masculino.
Para Bandeira, o crime de pedofilia ocorre sempre na clandestinidade. “A pedofilia nada mais é do que a perversão sexual do adulto, dirigida prioritariamente para crianças. Trata-se de uma desordem mental e pode estar ligada a incontáveis fatores”, argumentou.
Na visão do promotor, na maioria dos casos o criminoso age de forma solitária. “Eles agem na intimidade, sem um prévio acerto entre outros elementos.
O crime ocorre sempre na clandestinidade. Há hipóteses em que, com a utilização da internet, há uma exposição maior e onde gravita o comércio de fotografias e vídeos”, argumentou.
O delegado responsável pela Seccional de Catanduva, Édson Antônio Ermenegildo, comenta que não há um histórico de casos de pedofilia na cidade. “Sempre foram casos esporádicos, como em qualquer outra comunidade”, disse.
Segundo Ermenegildo, municípios menores que Catanduva apresentam mais casos desse tipo. “Trata-se de um crime que choca bastante e que precisa ser combatido”, comentou.
Bandeira corrobora com a opinião do delegado, ao dizer que é um crime de pouca incidência na cidade.
A repercussão das investigações desse caso também contribuiu para que ocorressem novas denúncias.
“É um crime grave e de pouca incidência. Mas o que chamou a atenção foi o número exagerado de vítimas e toda esta exposição na imprensa, que de certa forma contribuiu para que novas denúncias viessem à tona. Também há o lado negativo, que permitiu o surgimento ou poderá permitir a existência de novas denúncias sem o menor e filigrânico indício de prova, calcado em distúrbios de ordem psicótica”, disse.

Doente ou criminoso?

Para o delegado, o pedófilo deve ser encarado pela sociedade como um criminoso.
“A pedofilia é um crime previsto nos códigos penais. Quem a comete deve ser punido, assim como os demais criminosos”, comentou. Bandeira explicou que o pedófilo não é um doente. “No meu entendimento, ele deve ser visto não como um doente, um psicopata, mas sim como um criminoso, que deve ser punido de acordo com as leis brasileiras”, disse.
Esse crime, segundo Bandeira, é mais comum de ocorrer do que se pensa. “Os crimes de atentado violento ao pudor e estupro, sempre existiram em nosso meio, como de resto em inúmeras cidades do Brasil. Catanduva nada deve em face de outras cidades de igual porte”, finalizou.


Por: Ênio Franco
Para: O Regional - Catanduva

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