sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Polícia procura bebê de um mês sequestrada de família despejada de terreno em SP


SÃO PAULO - A polícia procura um bebê de um mês de idade sequestrado nesta quarta-feira por uma mulher que oferecia ajuda a famílias que ficaram desabrigadas após a reintegração de posse de um terreno particular na região do Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, na última segunda-feira. Segundo a polícia, a sequestradora fugiu com a criança depois de dizer a que iria comprar doces para ela.
Imagens gravadas pelo circuito interno de uma farmácia mostram a sequestradora carregando a pequena Amanda, enquanto a mãe da criança. Josiele do Espírito Santo, de 27 anos, aparece ao lado do outro filho de quatro anos. Elas conversam com a balconista e instantes depois deixam o local. A mãe de Amanda, que tem outros três filhos, contou que ao sair da farmácia parou para conversar com uma amiga. A mulher desapareceu com o bebê.
- Eu tenho para mim que ela pode ter perdido o filho dela, porque ela chegou mentindo que estava grávida de três meses, e veio para buscar a minha filha para substituir - conta Josiele.
Segundo a polícia, a sequestradora foi até a Igreja Adventista do Parque da Aliança, onde várias famílias desalojadas foram colocadas, e se apresentou como funcionária de um empresa de fraudas dizendo estar ali para ajudar. Em determinado momento, procurou Josiele dizendo ter ficado sensibilizada ao ver a situação dela e da filha pela TV.
De acordo com Josiele, a desconhecida perguntou se ela precisava de alguma coisa, além de fraldas. A mães disse que faltava remédios para seus dois filhos - Amanda, de um mês, e um garoto de 4 anos. A sequestradora, então, a convidou para irem até uma farmácia. De acordo com Josilene, os quatro passaram por três farmácias, mas nenhuma delas aceitou o cartão da desconhecida. Foram, então, até um supermercado, onde a mulher teria retirado dinheiro.
À polícia, a vítima diz que voltado a uma farmácia, mas que a desconhecida não comprou o medicamento. As duas voltaram para a Igreja. A desconhecida convidou e Josilene decidiu ir até a parada de ônibus com ela. No caminho, a vítima diz ter encontrado uma amiga e parado para conversar.
Foi enquanto as duas conversavam, que a desconhecida pediu para pegar o bebê no colo e perguntou se poderia comprar um doce para as crianças em uma doceria próxima. Josilene autorizou e ficou conversando com a amiga enquanto esperava. Entretanto, os minutos se passaram e a desconhecida não apareceu com o bebê.
Desesperada, a mãe diz ter ido até a doceria, mas, no local, ninguém havia visto nem a mulher e nem a criança. Correu até o ponto onde a sequestradora disse que pegaria o ônibus. Mas elas também não estavam lá.
Para a polícia, esse foi um crime premeditado.
- Ela ficou rodando, tomando tempo até conseguir aquilo que ela queria: a minha filha. Eu pensei que ela vinha para ajudar, só que ela veio pra tirar um pedaço de mim - diz Josiele.
A polícia divulgou as imagens e espera receber denúncias anônimas.
- Eu quero que ela devolva a minha filha, que eu não tenho raiva dela. Não quero fazer mal a ela. Se não puder entregar, mande por alguém, mas eu quero que ela entregue a minha filha, pelo amor que ela tem. Se é que tem amor - desabafa a mãe da criança.



O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Verbratec© Desktop.