Jonas, de 8 anos, e Jean, de 3 anos, morreram soterrados na Zona Leste.
Prefeitura diz que família foi avisada há 50 dias sobre risco; pais negam.
O pintor Jean Carlos Ferreira e a mulher dele, Nedes Terezinha Valença Ferreira, ambos de 33 anos, estão abrigados na residência de um parente desde que a casa onde moravam na região de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, foi soterrada após um deslizamento de terra na terça-feira (8). Dois dos quatro filhos do casal, Jonas, de 8 anos, e Jean, de 3 anos, morreram. “O sentimento é de dor por causa dos meus filhos, e revolta”, afirmou o pai em entrevista ao G1.
A família morava há cerca de um ano e meio no terreno invadido, onde construiu uma casa de alvenaria próxima a um barranco. Ferreira admite que tinha medo de viver ali, mas nunca imaginou que o terreno fosse ceder daquela forma. “Eu tinha medo, mas não imaginava que podia cair. Quando chovia, passava a noite em claro, preocupado com meus filhos. Mas eu não tinha para onde ir”, lembrou.
A região de Itaquera, onde morreram as duas crianças soterradas após o temporal de terça, não fazia parte do último mapeamento das áreas geológicas consideradas de risco na capital paulista. O estudo é realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o último levantamento, que ainda serve de base técnica para o governo municipal, foi feito entre 2003 e 2004.
Apesar disso, o pintor conta ter sido procurado por funcionários da prefeitura há mais de um ano. Eles teriam alertado a família sobre os riscos no local. “Eles disseram que tinham uma proposta, que eu e minha esposa iríamos para um albergue e meus filhos, para o Conselho Tutelar. Mas eu não ia deixar meus filhos”, diz. A prefeitura afirma, no entanto, que os moradores da área haviam sido notificados há cerca de 50 dias sobre os riscos na região.
O engenheiro Marcel Costa Sanches, assessor-técnico da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, garante que o alerta ocorreu. “A família estava intimada a desocupar o local, sabia que era uma área de risco”, afirmou. Ele diz que, constatada a necessidade de retirada, são oferecidas alternativas aos moradores. “A família não é desamparada. A prefeitura oferece alternativas, como abrigo, por exemplo”, afirma. Além disso, segundo ele, as pessoas são cadastradas em programas habitacionais.
Dor e saudade
Jean Ferreira mostra com orgulho fotos dos dois filhos. Os meninos estavam animados porque tinham ganhado um videogame havia uma semana. Segundo a família, o brinquedo era o sonho das crianças e eles estavam brincando com ele no momento do acidente. “Eu ainda não paguei nenhuma parcela”, contou o pintor. Jonas, o filho de 8anos, acordou resfriado na terça, por isso a mãe achou melhor não mandá-lo à escola.
Um pouco antes das 12h, Nedes deixou a casa para buscar outro filho que chegava em uma van escolar. A filha também estava na escola. Tinha andado poucos metros quando ouviu o barulho e viu o terreno deslizar sobre sua residência. Voltou correndo, segundo os familiares, e tentou cavar um buraco com as próprias mãos. Por isso, ficou com ferimentos nas mãos e nos pés. A mãe chora muito e ainda não consegue falar sobre a tragédia. Ferreira já planeja reconstruir a casa da família. “Não vai ser mais ali”, afirma.
G1
Prefeitura diz que família foi avisada há 50 dias sobre risco; pais negam.
O pintor Jean Carlos Ferreira e a mulher dele, Nedes Terezinha Valença Ferreira, ambos de 33 anos, estão abrigados na residência de um parente desde que a casa onde moravam na região de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, foi soterrada após um deslizamento de terra na terça-feira (8). Dois dos quatro filhos do casal, Jonas, de 8 anos, e Jean, de 3 anos, morreram. “O sentimento é de dor por causa dos meus filhos, e revolta”, afirmou o pai em entrevista ao G1.
A família morava há cerca de um ano e meio no terreno invadido, onde construiu uma casa de alvenaria próxima a um barranco. Ferreira admite que tinha medo de viver ali, mas nunca imaginou que o terreno fosse ceder daquela forma. “Eu tinha medo, mas não imaginava que podia cair. Quando chovia, passava a noite em claro, preocupado com meus filhos. Mas eu não tinha para onde ir”, lembrou.
A região de Itaquera, onde morreram as duas crianças soterradas após o temporal de terça, não fazia parte do último mapeamento das áreas geológicas consideradas de risco na capital paulista. O estudo é realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o último levantamento, que ainda serve de base técnica para o governo municipal, foi feito entre 2003 e 2004.
Apesar disso, o pintor conta ter sido procurado por funcionários da prefeitura há mais de um ano. Eles teriam alertado a família sobre os riscos no local. “Eles disseram que tinham uma proposta, que eu e minha esposa iríamos para um albergue e meus filhos, para o Conselho Tutelar. Mas eu não ia deixar meus filhos”, diz. A prefeitura afirma, no entanto, que os moradores da área haviam sido notificados há cerca de 50 dias sobre os riscos na região.
O engenheiro Marcel Costa Sanches, assessor-técnico da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, garante que o alerta ocorreu. “A família estava intimada a desocupar o local, sabia que era uma área de risco”, afirmou. Ele diz que, constatada a necessidade de retirada, são oferecidas alternativas aos moradores. “A família não é desamparada. A prefeitura oferece alternativas, como abrigo, por exemplo”, afirma. Além disso, segundo ele, as pessoas são cadastradas em programas habitacionais.
Dor e saudade
Jean Ferreira mostra com orgulho fotos dos dois filhos. Os meninos estavam animados porque tinham ganhado um videogame havia uma semana. Segundo a família, o brinquedo era o sonho das crianças e eles estavam brincando com ele no momento do acidente. “Eu ainda não paguei nenhuma parcela”, contou o pintor. Jonas, o filho de 8anos, acordou resfriado na terça, por isso a mãe achou melhor não mandá-lo à escola.
Um pouco antes das 12h, Nedes deixou a casa para buscar outro filho que chegava em uma van escolar. A filha também estava na escola. Tinha andado poucos metros quando ouviu o barulho e viu o terreno deslizar sobre sua residência. Voltou correndo, segundo os familiares, e tentou cavar um buraco com as próprias mãos. Por isso, ficou com ferimentos nas mãos e nos pés. A mãe chora muito e ainda não consegue falar sobre a tragédia. Ferreira já planeja reconstruir a casa da família. “Não vai ser mais ali”, afirma.
G1
Sem comentários! Dor eterna e infinita, abs.
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