Lençóis Paulista - Um advogado de 70 anos, acusado de abusar sexualmente de uma menina de 9 anos em Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru), teve sua prisão preventiva decretada no final da tarde de ontem pela justiça. Segundo a Polícia Civil, a violência contra a garota já vinha ocorrendo há cerca de um ano. Com o mandado de prisão em mãos, os policiais efetuaram buscas em dois endereços na tentativa de localizar o acusado. Contudo, até o fechamento desta edição, ele ainda não havia sido preso. Se condenado, o advogado irá responder pelos crimes de atentado violento ao pudor, corrupção de menores e estupro.
O delegado responsável pelas investigações, Marcos Jefferson da Silva, revela que tomou conhecimento do caso somente na quarta-feira, quando a mãe da criança procurou a polícia para relatar os constantes abusos e ameaças sofridas pela filha em uma casa do conjunto de chácaras São Judas Tadeu. “Ele ameaçava trancar a criança no banheiro até ela definhar no caso dela contar isso para o pai e para a mãe”, diz.
Na terça-feira, de acordo com ele, o primo da criança teria surpreendido o irmão da garota, de apenas sete anos, em cima da menina, em atitudes sexuais. Questionado sobre o que estava fazendo, o garoto acabou contando que tinha visto o advogado fazer a mesma coisa com sua irmã. No mesmo dia, o tio das crianças relatou a história à sua irmã. Pressionada, a menina acabou confessando os abusos.
No dia seguinte, a mãe da menina levou ela até uma médica pediatra, que constatou a violência sexual. Em seguida, a polícia foi acionada pela família. “Assim que tomamos conhecimento do fato através da mãe e da criança, agendamos um horário no IML na mesma tarde e providenciamos o seu encaminhamento para lá”, conta o delegado. Além disso, segundo ele, todos os depoimentos foram acompanhados pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Lençóis Paulista.
O resultado do laudo constatou que o hímen da garota já havia sido rompido há bastante tempo. Com base na prova material e nos depoimentos prestados por familiares e pela própria vítima, Silva solicitou à justiça a prisão preventiva do advogado pelo prazo de trinta dias, período que pode ser prorrogada por mais trinta dias. “É uma prisão temporária para fins de investigação”, explica. “Nós temos uma prova material, um laudo que comprova o abuso”.
Segundo o delegado, o acusado possui uma chácara com piscina ao lado do local onde a família morava. “Inicialmente, ele colocou essa criança e o irmão dela junto com o neto para brincar”, afirma. Em seguida, a vítima e o seu irmão passaram a freqüentar sozinhos a chácara do advogado, que era amigo da família. Em uma das ocasiões, o irmão chegou a presenciar uma cena de violência sexual contra a irmã.
Para agradar as crianças, Silva conta que o advogado chamava os dois irmãos para passear de carro, além de oferecer a eles doces e dinheiro. “Até então, a mãe não tinha noção do que estava acontecendo”, diz. Durante as ‘visitas’, o acusado convidava o garoto para conhecer sua criação de coelhos. Enquanto ele brincava no quintal, os abusos contra a menina aconteciam no banheiro da chácara.
A mãe da menina, que era vizinha do advogado, disse que nunca desconfiou dos abusos contra sua filha. “Ele se apegou às crianças, mas nunca, na minha cabeça, ia passar que ele seria uma pessoa má”, afirma. “O que ele fez com minha filha, não se faz com um animal. Ele falava que ia trancar ela no banheiro e deixar ela passar fome e sede até ela morrer”.
Ela afirma que a menina chegou a reclamar diversas vezes de dores na barriga e na região vaginal. A garota também apresentou sangramento em algumas ocasiões. Contudo, a mãe achou que se tratava de menstruação, já que a garota está com o corpo em formação. De acordo com a mãe, a violência sexual sofrida pela filha deixará marcas terríveis na vida de toda a família.
Por Lilian Grasiela
Para: JCNet
Foto; Olhar Triste - Ediana Pimenta (Olhares.com)
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